Palavra do leitor
- 20 de abril de 2009
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Onde está a minha igreja?
No dia 15 de abril de 1973, aos 18 anos, fui batizado nas águas e assim passei a integrar o quadro de membros da igreja que eu frequentava, da qual até hoje faço parte. Foi numa tarde de domingo, um dia lindo, propício para se realizar aquele ofício tão nobre e tão marcante na vida de qualquer pessoa, especialmente na vida de um jovem.
Mesmo antes de ser batizado eu já participava ativamente dos trabalhos normais da igreja. Lembro-me de um dia que o nosso pastor me pediu para dirigir um culto na casa de um irmão - e minha saudosa mãe, cheia de orgulho santo, me antecipou e lhe disse: "Ele vai sim, pastor, ele dirige cultos desde criança". Minha mãe se referia aos cultos domésticos que fazíamos diariamente em nossa humilde casa. Eu sempre dirigia, cantava, orava e era o "pregador". Cheio de fé e de coragem, mesmo sem ser batizado ainda, dirigi aquele culto - e Deus foi mais uma vez glorificado.
Naquele tempo a nossa igreja tinha menos de 100 membros e tinha apenas um velho templo que depois foi reformado e ampliado, mas hoje está desativado devido a construção de um grande templo que abriga 2000 pessoas. Era uma pequena igreja "sem problemas" e praticamente sem nenhuma ambição. Tudo era simples, pequeno e harmonioso. Mas parece que Deus não estava nem um pouco satisfeito com aquele marasmo - e assim como Ele fez em Jerusalém permitindo a morte de Estevão para que a igreja se espalhasse - Ele permitiu que muitas coisas acontecessem para que a igreja saisse daquela estagnação e se espalhasse literalmente.
Foi um choque para muitas pessoas quando começaram a surgir os problemas, discórdias, desavenças e por fim muitos sairam da igreja seguindo um determinado "profeta" que dizia ser o "sétimo anjo do Apocalipse". Acabou a nossa paz e agora teríamos que começar tudo de novo, praticamente do zero, como se diz. Foi uma experiência marcante, inesquecível.
Com essa divisão perdemos "ótimos crentes" inclusive obreiros conceituados que também abraçaram aquela apostasia. Ficamos, mais uma vez, sem entender os planos de Deus. Éramos ao todo: um pastor abalado, alguns obreiros amedrontados, poucos irmão acanhados, meia dúzia de jovens abnegados e algumas crianças. Os poucos que ficaram começaram a ser bombardeados por aqueles que sairam os quais queriam fechar a igreja - e nós dizíamos: a porta que Deus abre ninguém pode fechar. Certa vez eu disse a um de nosssos obreiros: Se ficar meia dúzia, eu quero ser um deles.
Graças a Deus, os irmãos resistiram demonstrando a sua fidelidade a Deus e à Igreja. Alguns dos que sairam tentaram retornar, mas Deus não os aceitou de volta. Ficamos firmes, orando e fazendo o trabalho do Senhor como se tudo estivesse normal. A vitória era só uma questão de tempo. E ela veio mais depressa do que nós imaginávamos.
Nesse longo período de 36 anos aconteceram muitas coisas e eu precisaria de um livro para escrevê-las todas. Parece incrível como Deus nos abençoou e fez coisas grandiosas em nosso meio. "O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória por Cristo Jesus" (Filipenses 4.19). De repente a igreja começou a crescer, realizar batismos, consagrar obreiros, fazer cultos ao ar livre e por fim não cabia mais o povo naquele lugar e tivemos que comprar um terreno para construir uma congregação.
As dificuldades ainda eram muitas, mas a alegria e a vontade de trabalhar transparecia no rosto dos irmãos. Construimos um templo, depois outro e mais outro... Ampliamos o templo sede, depois construimos a Catedral. Muitas pessoas ficaram admiradas com o crescimento da igreja, outras procuravam ignorar, mas tudo era feito de acordo com as promessas de Deus.
Hoje, olhando para trás, glorifico a Deus por aquela igrejinha onde tudo começou. Ela não conseguia chegar a 100 membros e hoje tem mais de 5000! Lembro da minha mãe que foi fiel a Deus até à morte, lembro do meu saudoso pai que foi um pastor, um homem de oração e me lembro daqueles primeiros irmãos que também já se foram, mas plantaram a semente e foram persistentes e venceram. Onde está a minha igreja? Ela superou todas as adversidades e continua crescendo e se desenvolvendo e, com certeza, tem um lugar especial no coração do Pai. Ela pertence a Deus!
Mesmo antes de ser batizado eu já participava ativamente dos trabalhos normais da igreja. Lembro-me de um dia que o nosso pastor me pediu para dirigir um culto na casa de um irmão - e minha saudosa mãe, cheia de orgulho santo, me antecipou e lhe disse: "Ele vai sim, pastor, ele dirige cultos desde criança". Minha mãe se referia aos cultos domésticos que fazíamos diariamente em nossa humilde casa. Eu sempre dirigia, cantava, orava e era o "pregador". Cheio de fé e de coragem, mesmo sem ser batizado ainda, dirigi aquele culto - e Deus foi mais uma vez glorificado.
Naquele tempo a nossa igreja tinha menos de 100 membros e tinha apenas um velho templo que depois foi reformado e ampliado, mas hoje está desativado devido a construção de um grande templo que abriga 2000 pessoas. Era uma pequena igreja "sem problemas" e praticamente sem nenhuma ambição. Tudo era simples, pequeno e harmonioso. Mas parece que Deus não estava nem um pouco satisfeito com aquele marasmo - e assim como Ele fez em Jerusalém permitindo a morte de Estevão para que a igreja se espalhasse - Ele permitiu que muitas coisas acontecessem para que a igreja saisse daquela estagnação e se espalhasse literalmente.
Foi um choque para muitas pessoas quando começaram a surgir os problemas, discórdias, desavenças e por fim muitos sairam da igreja seguindo um determinado "profeta" que dizia ser o "sétimo anjo do Apocalipse". Acabou a nossa paz e agora teríamos que começar tudo de novo, praticamente do zero, como se diz. Foi uma experiência marcante, inesquecível.
Com essa divisão perdemos "ótimos crentes" inclusive obreiros conceituados que também abraçaram aquela apostasia. Ficamos, mais uma vez, sem entender os planos de Deus. Éramos ao todo: um pastor abalado, alguns obreiros amedrontados, poucos irmão acanhados, meia dúzia de jovens abnegados e algumas crianças. Os poucos que ficaram começaram a ser bombardeados por aqueles que sairam os quais queriam fechar a igreja - e nós dizíamos: a porta que Deus abre ninguém pode fechar. Certa vez eu disse a um de nosssos obreiros: Se ficar meia dúzia, eu quero ser um deles.
Graças a Deus, os irmãos resistiram demonstrando a sua fidelidade a Deus e à Igreja. Alguns dos que sairam tentaram retornar, mas Deus não os aceitou de volta. Ficamos firmes, orando e fazendo o trabalho do Senhor como se tudo estivesse normal. A vitória era só uma questão de tempo. E ela veio mais depressa do que nós imaginávamos.
Nesse longo período de 36 anos aconteceram muitas coisas e eu precisaria de um livro para escrevê-las todas. Parece incrível como Deus nos abençoou e fez coisas grandiosas em nosso meio. "O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória por Cristo Jesus" (Filipenses 4.19). De repente a igreja começou a crescer, realizar batismos, consagrar obreiros, fazer cultos ao ar livre e por fim não cabia mais o povo naquele lugar e tivemos que comprar um terreno para construir uma congregação.
As dificuldades ainda eram muitas, mas a alegria e a vontade de trabalhar transparecia no rosto dos irmãos. Construimos um templo, depois outro e mais outro... Ampliamos o templo sede, depois construimos a Catedral. Muitas pessoas ficaram admiradas com o crescimento da igreja, outras procuravam ignorar, mas tudo era feito de acordo com as promessas de Deus.
Hoje, olhando para trás, glorifico a Deus por aquela igrejinha onde tudo começou. Ela não conseguia chegar a 100 membros e hoje tem mais de 5000! Lembro da minha mãe que foi fiel a Deus até à morte, lembro do meu saudoso pai que foi um pastor, um homem de oração e me lembro daqueles primeiros irmãos que também já se foram, mas plantaram a semente e foram persistentes e venceram. Onde está a minha igreja? Ela superou todas as adversidades e continua crescendo e se desenvolvendo e, com certeza, tem um lugar especial no coração do Pai. Ela pertence a Deus!
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