Palavra do leitor
- 02 de agosto de 2017
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Olhar de menino
Eu venho de longe, atravessei rios, passei em pinguelas,
me molhei na chuva, me queimei no sol, andei de calça curta,
comi angu com taioba e tomei água da bica.
Venho dos trópicos, das cavernas, dos mares onde não existe mar,
cansei de chorar vendo a morte de perto
andando pelo deserto onde havia pouca água e nenhum oásis.
Eu venho de longe, de muitas léguas distantes,
de uma terra perdida no ermo onde a vida é valiosa,
onde se vive de verso e prosa e também se convive com a miséria.
Lá a comida é pouca, escassa, lá se divide um ovo
e depois o come com farinha agradecendo a galinha
que botou e matou a fome.
Lá raramente chove e quando chove encharca tudo,
morre gente, morre gado e tudo fica arrasado.
Mas lá a vida é boa, sem violência e sem político por perto
para prometer melhora e depois sumir, ir embora.
Eu venho de longe, o pouco que tenho,
o nada que trouxe é tudo que eu consegui guardar.
Aqui me apresento, se me convidar eu me assento,
se tiver comida eu como, se me der água eu bebo
e se me aceitar eu fico.
Mas não vou demorar por aqui,
pois aqui não é o meu destino final.
Ainda irei longe, atravessarei novos rios e pinguelas
e celebrarei um dia a alegria de ter chegado ao meu destino
com o corpo de um velho e o olhar de um menino.
(31-07-2017)
me molhei na chuva, me queimei no sol, andei de calça curta,
comi angu com taioba e tomei água da bica.
Venho dos trópicos, das cavernas, dos mares onde não existe mar,
cansei de chorar vendo a morte de perto
andando pelo deserto onde havia pouca água e nenhum oásis.
Eu venho de longe, de muitas léguas distantes,
de uma terra perdida no ermo onde a vida é valiosa,
onde se vive de verso e prosa e também se convive com a miséria.
Lá a comida é pouca, escassa, lá se divide um ovo
e depois o come com farinha agradecendo a galinha
que botou e matou a fome.
Lá raramente chove e quando chove encharca tudo,
morre gente, morre gado e tudo fica arrasado.
Mas lá a vida é boa, sem violência e sem político por perto
para prometer melhora e depois sumir, ir embora.
Eu venho de longe, o pouco que tenho,
o nada que trouxe é tudo que eu consegui guardar.
Aqui me apresento, se me convidar eu me assento,
se tiver comida eu como, se me der água eu bebo
e se me aceitar eu fico.
Mas não vou demorar por aqui,
pois aqui não é o meu destino final.
Ainda irei longe, atravessarei novos rios e pinguelas
e celebrarei um dia a alegria de ter chegado ao meu destino
com o corpo de um velho e o olhar de um menino.
(31-07-2017)
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dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.
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