O Universo dos Credos (Parte 1)

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Antes de tudo, primeiramente não há como negar que o homem não tenha uma tendência ao culto, e até mesmo aquilo que está oculto. Parece que já nascemos programados a prestar reverência, culto, adoração, honra, etc., a alguém ou alguma coisa. Desde os homens mais antigos, para não dizer primitivos, manifestavam em seus rabiscos e desenhos uma forma de culto, sejam ao fogo, ancestrais, animais, fenômenos da natureza, sentimentos, etc. É destituído de inteligência ou razão, quem ainda discursa sobre a inexistência do sagrado na história da humanidade bem como a forma de cultuar alguém ou alguma coisa, pois é inegável este fato ao observar civilizações, tribos, clãs, dinastias, sociedades, sempre em algum momento voltadas a formas de cultuar.

Neste universo de credos, que são inegáveis, não se está dizendo que são ou não verdadeiros, mas são reais. Podemos começar uma pequena classificação, onde encontramos grandes grupos: Teístas, deístas, politeístas, panteístas e ateítas, isso mesmo, todos esses grupos giram entorno da palavra “tei”, do grego theos, que quer dizer Deus.

O primeiro grupo, os teístas, creem na existência de um único Deus, criador de todas as coisas, e além de crerem em um único Deus, creem também na ação e interação deste deus com a sua criação, e esta ação e interação pode-se chamar de milagre, creem num Deus que está sempre em movimento, entre os teístas temos os cristãos, judeus e mulçumanos. Os deístas também creem na existência de um Deus único e criador, porém, este Deus único e criador, após criar todas as coisas não interage mais, ou seja, como alguém que deu corda num relógio e o deixa trabalhar por si. A maioria dos deístas são cristãos, entretanto, juntaram filosofia, ciência e teologia, para darem explicações sobre tudo o que diz respeito ao sobrenaturalismo bíblico, ou seja, para cada milagre há uma explicação científica, entre alguns deístas encontramos Benjamin Franklin, Thomas Jefferson, Immanuel Kant, Thomas Paine, e outros.

Os politeístas creem em uma quantidade de deuses, cada um com a sua função específica, forma de manifestação, personalidade, etc. Os gregos, romanos, babilônicos e outras civilizações eram politeístas, haviam várias classes e formas de divindades. Os panteístas, afirmam que deus está em tudo e tudo é deus, ou seja, o homem e os demais objetos da criação compõem um pouco de Deus, formando assim com todo o universo a manifestação de Deus.

E por fim, os ateístas, e dentre as muitas formas de ateísmo temos o ateísmo tradicional onde afirmam que nunca houve, não há e jamais haverá um Deus. O ateísmo mitológico, como Friedrich Nietzsche, que acreditam que o mito “Deus” jamais foi um ser, mas um modelo vivo pelo qual as pessoas viviam. O ateísmo semântico, onde afirma que a discussão sobre Deus está morta. E outras formas de ateísmo.

Pois bem, isso tudo e mais um monte de coisas, representam o universo de credos, sendo que alguns deles são completamente excludentes, ou seja, se um é verdadeiro o outro não o pode ser ao mesmo tempo. Mas onde eu quero chegar? Por que falar sobre credos? Primeiramente mostrar que o lugar do culto está dentro do homem, a natureza humana sempre terá essa tendência, isso é inegável. Pode-se criar alguém longe de qualquer forma de credo, mas ao deparar-se com a beleza de um por do sol, essa pessoa procurará algo para dar o crédito de tamanha beleza, ou ainda, um exemplo bem nítido foi a revolução russa (1917), onde a prática religiosa foi violentamente substituída pelo ateísmo, não deu outra, as imagens (quadros, figuras, estátuas, bustos) de Stalin e Lênin começaram a servir de objeto de culto (forma de honra).

Para terminar, com essas pequenas pinceladas sobre os credos, não apontando para o que é verdadeiros ou falso, mítico ou divino, natural ou sobrenatural, negar a verdade do culto é desconhecer a própria história do homem, é roubar do homem o que faz parte da sua própria natureza. Um homem que não tem lugar para o divino em seu ser, não é totalmente humano.

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Opinião do leitor