O último ato da pandemia

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A OMS (Organização Mundial da Saúde) anunciou que a gripe Ômicron será o último ato da Pandemia que devasta o mundo há mais de dois anos. Essa despedida, porém, poderá durar muito tempo, o ensaio poderá ser longo e penosos com idas e vinda e alguns disfarces. Não será uma despedida pomposa, não será exatamente uma despedida, pois sempre que der saudade essa variante poderá voltar para matar a saudade. Estive pensando em assuntos relacionados a este: ou seja, as grandes despedidas, festas de despedida e outros momentos afins. O fato é que tudo continua muito obscuro e trevoso, enganando os incautos que imaginavam que a despedida já tinha acontecido. Geralmente, as pessoas não gostam de despedidas, mas há despedidas que são muito festejadas. Chegadas e despedidas são entremeadas por estadas muitas vezes agradáveis, festivas, ou tristes. Eu não me lembro de nenhuma despedida marcante na minha vida, eu não gosto de despedidas e sempre que posso as evito.

Quando eu era jovem trabalhava um pouco longe e a cada três meses dava uma escapadinha para rever os meu pais, já bem idosos. Me lembro que na despedida eu evitava me despedir, principalmente da minha mãe e o meu pai me ajudava nessa empreitada. Se eu me despedisse dela como ela certamente queria eu não iria, ou perderia a condução. Porém, despedir do meu pai era fácil, ele me olhava, olhava de novo e me dizia: "Boa viagem, Deus te acompanhe e volte quando puder". Uma lágrima ameaçava cair, mas eu me segurava. Para a minha mãe, eu só pedia a bênção e dizia: Mãe, eu já estou indo, fica com Deus" - e saía sem olhar para trás para não vê-la chorar. Despedidas marcam sempre a vida. O assunto inicial não era exatamente este, mas o tema é o mesmo: despedida. Sempre pensei muito em despedidas e na Bíblia nós encontramos várias e cada uma mais tocante e mais linda (ou triste do que a outra). Todas elas mexem conosco e quase sempre nos fazem derramar lágrimas de saudade e de sentimento. Jesus se despediu dos discípulos e disse a eles: "Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós. Ainda um pouco, e o mundo não me verá mais, mas vós me vereis; porque eu vivo, e vós vivereis. (João 14.18 a 31) A igreja continua esperando a volta de Jesus. A despedida pode ser triste, mas a volta é sempre muito festejada.
Para concluir, eu vou postar o poema "Despedida", de minha autoria.

Despedida
Na despedida fica sempre um pouco de nós,
um pouco de sentimento e de lamento
e levamos um pouco do outro,
um jeito, um olhar, uma lembrança
e uma esperança de que um dia de novo nos veremos.
Fica uma lágrima teimosa a deslizar no rosto
e a gente fica fingindo que está tudo bem.
Mas não está.
Sempre vem uma lembrança, um último desejo,
um verso perdido pairando no ar,
um nó que se desfaz e uma vontade de olhar pra trás.
Na despedida fica um sim e um não,
fica um coração apertado,
um pensamento parado, um jeito estranho,
um sentimento diferente
e a gente fica sem saber o que fazer.
Fica um abraço que não quer se largar,
um aperto de mão que se eterniza através do gesto,
uma vontade de ficar,
mas há uma necessidade maior de partir.
Na despedida a vida se divide ao meio
e o coração fica cheio de tristeza,
mas no ar fica a quase certeza de um dia voltar.
Na despedida é quase impossível não chorar.
(11-03-2020)

Espero que essa Pandemia se despeça e não volte nunca mais.

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Opinião do leitor