O tempo, um bom amigo para prosear!

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O tempo. Nada mais óbvio. Nada mais esperado. Melhor dito, quem sabe, lá no fundo, sem nos enganarmos, a batida da vida traz marcas. É bem verdade, os heróis da infância, por mais que teimem, devem permanecer nas prateleiras.

Ah, os ímpetos revolucionários da adolescência cumpriram seu papel. Muitas vezes, no entanto, sejamos sinceros, surge aquela vontade de resgatar uma ideologia pra viver e sei lá mais o que.

Os acertos e os erros de outrora, agora prosseguiram nos depósitos das lembranças. Pra que reavivar fantasmas, ou se martirizar com aquela frase: ''se eu pudesse, voltaria no tempo''.

Sinceramente, acredito que o tempo não aprovaria!

Sem culpa e condenação, a garoa finíssima no silencioso inverno, ainda passa por aqui. As flores da primavera ainda nos ofertam com o perfume de que, não obstante os reveses durante o caminho, vale a pena sonhar, amar, ouvir, chorar e, enfim, recomeçar.

Devo dizer, o outono não mudou nem um tiquinho e continua naquela maresia de sempre. O verão, você sabe! Muito embora, explosivo, na mais pura verdade, não passa de uma manteiga derretida.

Aliás, pra que esconder o jogo, o cenário mutou e muito!

Tudo hoje tem o jeito do imediato, do automático, dos segundos...

Verdadeiramente, aquela aguda pergunta vai e vem, ou seja, não sei onde vamos parar. Quantas vezes, não queremos sair da conexão, adentrar numa pane e, enfim, deixar de existir (por alguns minutos, é claro!).

De tudo, ouvir a sinfonia do mar ao mais suave, ao mais inocente e ao mais terno pôr do sol, quem sabe, o faça cre no amanhã, no próximo, nos sonhos quebrados, nos abraços rompidos, nas lágrimas retidas, nas emoções soterradas, no perdão, na fantasia, na liberdade e, em suma, na vida.

Tempo! Tempo! Tempo palco de uma infinidade de questões que nem todas serão respondidas. Mesmo assim, deixa - nos uma labareda para recomeçarmos.

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Opinião do leitor