Palavra do leitor
- 06 de abril de 2013
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O tempo de falar acabou
O tempo da retórica caducou, a homilia está se tornando artigo roto se comparada a urgência da ação produtiva do evangelho que transforma pessoas em filhos de Deus. “O tempo de falar acabou.” (cardeal Paul-Émile Léger).
A verdade veio para os simples e humildes, a sabedoria abraça os ignorantes, nisso habita parte senão todo o mistério do evangelho.
Ser como Cristo, ter a mente de Cristo, olhar como Cristo olhou é entrar pelo caminho estreito. Ralando peito e costas nesse caminho flanqueado por muros de rocha escarpadas, sangrando como Cristo o fez. Ser como Jesus é dizer adeus a sanidade como o homem a conhece. “Você nunca entenderá um homem até que esteja no seu lugar e olhe o mundo pelos olhos dele.” (Harper Lee). Ser modificado por Cristo é tão incomparável com qualquer coisa conhecida nesse plano ou no espiritual que o que resta do indivíduo é Cristo, não mais o “eu”, apenas o Jesus vivo e pulsante dentro e na face do corpo do cristão. A santidade acaba por fazer parte do seu dia a dia. O cristão se rodeado de outros, acompanhado por alguns ou sozinho no recôndito de seu quarto sempre é o mesmo, ou deveria. É um cristo que deita em lençóis de algodão mas pranteia por outros como se estivesse prostrado sobre areia e pedra. Um cristão que não vê sua imagem de santidade distorcida no espelho do Espírito Santo. Ele é o que é, verdadeiro, aqui, ali e acolá. Sempre.
Crer que o Deus de amor lhe porá sobre os ombros uma cruz feita de plumas é não compreender de fato as boas novas de Jesus. Cristo nos chamou ao martírio diário, levando cada um sua cruz como pecadores em constante arrependimento dia após dia. A cruz nos diz não aquilo que somos mas aquilo que não somos: a cruz é negação. Pela cruz somos unidos a Deus.
Corremos para os braços do prazer. E ele está em todo lugar, onipresente, dentro das igrejas inclusive. Canções, homilias, rituais, doutrinas, sentimentos que preenchem superficialmente nosso interior, com um fugaz prazo de validade, como um véu nos impedindo de ver o Cristo da cruz, o Jesus do toque, não do sentimento higiênico mas o da presença que se confunde com o verdadeiro cristão quando ele afasta o prazer do “eu” para morrer cada vez mais em Cristo, ajeitando sua cruz sobre seu ombro, na igreja e em todo lugar.
No Espírito Santo somos restaurados não para nossa própria vã glória ou prazer mas para que Cristo venha e habite em um lugar pronto para a jornada que faremos como cristãos, temerosos talvez, mas certos de que Jesus habita em nós, por mais ultrajante que se desenhe nosso caminho.
Só nos sentiremos imagem de Deus quando Deus habitar em nós como habitou em Jesus. Isso ocorre na união transcendental que nos torna espelhos de Jesus onde o amor de Deus explode de nossos corações (Rm5.5). No reino de Deus não há grande ou pequeno. O mesmo respeito que devo ao pastor presidente de certa denominação eu o faço para um mendigo que acaba de cuspir em meu rosto. O amor do Reino é sem qualificação mas cheio de quantidade. Qualquer cristão que abriga no coração (pobre de mim) o menor resquício de ódio pelo próximo seja este quem for nega a Cristo e sua obra, cospe na cruz, ri do evangelho e é objetivamente, nas palavras de Thomas Merton, “um apóstata da fé”. O sermão do monte é literal, urgente e vibrante, racionalizá-lo é ir contra a fé no próprio Jesus. O amor é inteiro e pronto, jamais particionado, nunca moderado.
A comodidade financeira/espiritual é a destruição invisível de muitos cristãos, pois não muitos se atrevem a deixar tudo nas mãos de Deus, a não se ocupar mentalmente com o amanhã. O que temos agora, e é urgente, nos faz paralíticos espirituais, coxos que necessitam de cura. Corroendo aos poucos, a comodidade financeira/espiritual nos torna sem propósito. O propósito de vivermos como se nada tivéssemos para em Jesus termos tudo, e sermos tudo aos órfãos sem o Pai, que vagueiam sem direção. São cegos, mas se vivermos acomodados seremos cegos guiando cegos.
Não podemos negar que somos partes de um todo, o próximo faz parte deste todo, não somos melhores que o outro, negá-los por razão alguma é quebrar esta ligação, é dizer sem palavras que Deus não habita em nós!
Enfim, o amor de Jesus precisa ser tal que nada mais no mundo importe senão a busca em alcançar outros com esse mesmo amor. Através do Espírito Santo de Deus somos inundados pelo amor revelado e consumado em Jesus, nosso Senhor e Salvador, que faz da comodidade financeira/espiritual virar esterco.
Francisco de Assis foi, como dizem aqueles que com ele conviveram, a mais próxima manifestação do Cristo vivo. Era um louco, único. Seu amor talvez só se compare com o de Jesus. Mas eis nosso exemplo maior e insuperável de amor, Jesus, amor louco ao infinito. Como escreveu Catherine de Hueck Doherty:“É como se o mundo precisasse de loucos – loucos por Cristo! Loucos pelo amor de Deus! Pois são tais loucos que mudam a face da terra”. Francisco de Assis não recebeu nada que não possamos receber. Temos com ele o mesmo Deus.
A verdade veio para os simples e humildes, a sabedoria abraça os ignorantes, nisso habita parte senão todo o mistério do evangelho.
Ser como Cristo, ter a mente de Cristo, olhar como Cristo olhou é entrar pelo caminho estreito. Ralando peito e costas nesse caminho flanqueado por muros de rocha escarpadas, sangrando como Cristo o fez. Ser como Jesus é dizer adeus a sanidade como o homem a conhece. “Você nunca entenderá um homem até que esteja no seu lugar e olhe o mundo pelos olhos dele.” (Harper Lee). Ser modificado por Cristo é tão incomparável com qualquer coisa conhecida nesse plano ou no espiritual que o que resta do indivíduo é Cristo, não mais o “eu”, apenas o Jesus vivo e pulsante dentro e na face do corpo do cristão. A santidade acaba por fazer parte do seu dia a dia. O cristão se rodeado de outros, acompanhado por alguns ou sozinho no recôndito de seu quarto sempre é o mesmo, ou deveria. É um cristo que deita em lençóis de algodão mas pranteia por outros como se estivesse prostrado sobre areia e pedra. Um cristão que não vê sua imagem de santidade distorcida no espelho do Espírito Santo. Ele é o que é, verdadeiro, aqui, ali e acolá. Sempre.
Crer que o Deus de amor lhe porá sobre os ombros uma cruz feita de plumas é não compreender de fato as boas novas de Jesus. Cristo nos chamou ao martírio diário, levando cada um sua cruz como pecadores em constante arrependimento dia após dia. A cruz nos diz não aquilo que somos mas aquilo que não somos: a cruz é negação. Pela cruz somos unidos a Deus.
Corremos para os braços do prazer. E ele está em todo lugar, onipresente, dentro das igrejas inclusive. Canções, homilias, rituais, doutrinas, sentimentos que preenchem superficialmente nosso interior, com um fugaz prazo de validade, como um véu nos impedindo de ver o Cristo da cruz, o Jesus do toque, não do sentimento higiênico mas o da presença que se confunde com o verdadeiro cristão quando ele afasta o prazer do “eu” para morrer cada vez mais em Cristo, ajeitando sua cruz sobre seu ombro, na igreja e em todo lugar.
No Espírito Santo somos restaurados não para nossa própria vã glória ou prazer mas para que Cristo venha e habite em um lugar pronto para a jornada que faremos como cristãos, temerosos talvez, mas certos de que Jesus habita em nós, por mais ultrajante que se desenhe nosso caminho.
Só nos sentiremos imagem de Deus quando Deus habitar em nós como habitou em Jesus. Isso ocorre na união transcendental que nos torna espelhos de Jesus onde o amor de Deus explode de nossos corações (Rm5.5). No reino de Deus não há grande ou pequeno. O mesmo respeito que devo ao pastor presidente de certa denominação eu o faço para um mendigo que acaba de cuspir em meu rosto. O amor do Reino é sem qualificação mas cheio de quantidade. Qualquer cristão que abriga no coração (pobre de mim) o menor resquício de ódio pelo próximo seja este quem for nega a Cristo e sua obra, cospe na cruz, ri do evangelho e é objetivamente, nas palavras de Thomas Merton, “um apóstata da fé”. O sermão do monte é literal, urgente e vibrante, racionalizá-lo é ir contra a fé no próprio Jesus. O amor é inteiro e pronto, jamais particionado, nunca moderado.
A comodidade financeira/espiritual é a destruição invisível de muitos cristãos, pois não muitos se atrevem a deixar tudo nas mãos de Deus, a não se ocupar mentalmente com o amanhã. O que temos agora, e é urgente, nos faz paralíticos espirituais, coxos que necessitam de cura. Corroendo aos poucos, a comodidade financeira/espiritual nos torna sem propósito. O propósito de vivermos como se nada tivéssemos para em Jesus termos tudo, e sermos tudo aos órfãos sem o Pai, que vagueiam sem direção. São cegos, mas se vivermos acomodados seremos cegos guiando cegos.
Não podemos negar que somos partes de um todo, o próximo faz parte deste todo, não somos melhores que o outro, negá-los por razão alguma é quebrar esta ligação, é dizer sem palavras que Deus não habita em nós!
Enfim, o amor de Jesus precisa ser tal que nada mais no mundo importe senão a busca em alcançar outros com esse mesmo amor. Através do Espírito Santo de Deus somos inundados pelo amor revelado e consumado em Jesus, nosso Senhor e Salvador, que faz da comodidade financeira/espiritual virar esterco.
Francisco de Assis foi, como dizem aqueles que com ele conviveram, a mais próxima manifestação do Cristo vivo. Era um louco, único. Seu amor talvez só se compare com o de Jesus. Mas eis nosso exemplo maior e insuperável de amor, Jesus, amor louco ao infinito. Como escreveu Catherine de Hueck Doherty:“É como se o mundo precisasse de loucos – loucos por Cristo! Loucos pelo amor de Deus! Pois são tais loucos que mudam a face da terra”. Francisco de Assis não recebeu nada que não possamos receber. Temos com ele o mesmo Deus.
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