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Palavra do leitor

O suicídio [de um gênio] da arte

O suicídio de um gênio da arte, ou o suicídio da arte são duas expressões que, no caso, convergem para uma verdade única.

Mais um final de semana com notícia que causou comoção popular, a morte de um ícone da arte cênica no Brasil. As notícias ainda são poucas, a apuração do caso, pela Polícia, vai se iniciar na segunda-feira, data em que este texto poderá já estar postado.

A única pessoa que estava com o ator, seu caseiro e herdeiro da propriedade, foi tomar um banho, e, quando retornou, o encontrou morto com um tiro na cabeça; a bala entrou pela têmpora direita e saiu pela esquerda, entre a orelha e o nariz.

Walmor Chagas, 82 anos de idade, segundo noticiado na mídia, vinha atravessando uma fase desagradável em relação à sua saúde: depressão, dificuldade de locomoção, diabetes, perda da visão (catarata), o que o impedia de fazer o que mais gostava: ler bons livros e assistir TV para inteirar-se sobre o que ocorria cá fora.

Fôra ao médico na última quinta-feira, véspera do suposto suicídio, e não comentou o resultado dos exames, o que levou à suposição de que houvesse algo mais desconfortável do que ele já vinha passando.

A Polícia ainda trabalha com a hipótese de suicídio, por certo, nada revelando sobre outras possibilidades, tendo em vista que isso pode atrapalhar as investigações, que serão feitas após a cremação do corpo, já realizada no dia seguinte à morte!

A cena do crime [do suicídio] estava perfeita, ele sentado em uma cadeira em um cômodo, tipo quarto de repouso, do jeito que gostava de fazer [era praxe]; a cadeira se sustentava no solo apenas com os dois pés traseiros, os dois pés dianteiros no ar, e o encosto dando equilíbrio, reclinado junto à parede [fizemos muito isso, na infância].

A arma, com uma bala deflagrada caída no chão [como?], outras quatro intactas no tambor, estava no colo do ator, e ele estava com as duas mãos sobre ela.

Alguma noção de Medicina Legal, estudada/aprendida na Faculdade de Direito da UFJF, nos leva a refletir sobre a cena encontrada: muita ordem, muita perfeição para um suicídio.

Segundo os “expert” em armas, no momento em que se atira, o autor do disparo leva como que um solavanco, tipo coice de mula, ainda que com um 38, o que o levaria a cair para um lado, e possivelmente a arma, bem como a cadeira tão fragilmente equilibrada em apenas dois pés, para outro (s) lado (s), supostamente distante (s) do corpo.

Esta hipótese, possivelmente, será apurada pela Polícia, o que pode levar ao encontro de um provável autor que se aproveitou da ausência do caseiro que tinha ido tomar banho; atirou, arrumou a cena para parecer suicídio, e se retirou da propriedade. É o que se chama de “crime perfeito”.

Além da consternação popular, certamente agravada face à tese primeira de suicídio, fica o exemplo ruim para milhares de cidadãos brasileiros que vêm, como ele, passando por sérias dificuldades com a saúde, já debilitada pela idade.

Se se chegar à comprovação de homicídio, quase perfeito, é porque a Polícia Científica no Brasil vem caminhando passos largos na exitosa apuração dos crimes; o que leva os prováveis futuros assassinos a se esmerarem, ou se cuidarem, no sentido de não deixar marcas, digitais, objetos na cena do crime que os comprometam, até mesmo fios de cabelo.

Esse é um mal da mídia [males que vêm para o bem], que divulga os mínimos detalhes [tem mesmo que o fazer], e os aprendizes do crime vão se aprimorando.

Um exemplo, hoje, é o uso de menores de idade como supostos autores de delitos, tendo em vista que “aprenderam” que o menor está protegido pelo ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente, e não pode ser preso, podendo, apenas, por três anos, cumprir medidas socioeducativas, ressocialização, nas entidades para isso criadas, como a Fundação CASA, antiga Febem.

Muito sábia a resposta do padre à pergunta sobre as consequências espirituais, no caso de suicídio: “só Deus sabe!”

Sim, como o chamado bom ladrão, na cruz do Calvário, morto ao lado do nosso Senhor Jesus, o meliante se arrependeu no último momento e recebeu o Deus Filho no coração, ouvindo d’Ele: “hoje mesmo estarás comigo no Paraíso” (Lc. 29. 43).

No caso de assassinato, mesmo que doloso [com intenção de matar], o autor, quem quer que seja ele, também terá a oportunidade do perdão de Deus, caso se arrependa, confesse-o a Ele, e deixe o pecado (Pv. 28. 13 – I Jo. 1. 9).

Enquanto vivos, em condições de crer, de decidir receber a Cristo, há salvação para nossas almas, pela Graça, mediante a Fé nEle, o Senhor Jesus. Nossos pecados são esquecidos por Deus, que os lança no fundo do mar (Mq. 7. 19).
São Paulo - SP
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