Palavra do leitor
- 12 de agosto de 2014
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O silêncio que realça a autenticidade do ser
Mt 6: 5-15.
No Sermão do Monte, Jesus nos ensinou a orar. Duas realidades inovadoras: “a solitude do ser, e ser alvo do olhar Divino”. Não é a prolixidade e a engenhosidade de nossa fala que determinarão a profundidade de nossa oração. Jesus nos disse que é em “silêncio que somos vistos por Deus”. Pareceria estranho, se não fosse tão profundo! - “Mais do que ouvidos, somos percebidos por Ele” -.
Neste ambiente de encontro, a condição necessária para sermos alcançados pela ternura do olhar Divino é o “silencio do ser”. É necessário “fugir de toda aparência barulhenta da alma”. E, quando acessamos este silêncio, somos abraçados pelo olhar do Pai. De repente, todo o universo se petrifica. Nada mais importa. Estamos a sós com Deus.
Então, toda a verdade sobre o nosso “eu” vem à tona na superfície de nossa alma. Neste momento, o nosso “eu” se desvela desmascarado de toda maquiagem que o camufla; o mestre dos disfarces é denunciado e calado. Neste silêncio, Deus nos olha com ternura e compartilha de Sua visão: vemo-nos como estamos; percebemos que nada somos. Todo quebrantamento se faz necessário, pois, o Deus que tudo vê recebe-nos em Amor.
Destarte, a “solitude” é essencial ao reencontro do ser. Ao acolher a solitude, acolhemos também a dor que acompanha nossa solidão. Mas, diante do olhar Divino, toda angústia se transmuta em redenção; o caudaloso rio de solidão que ameaçava-nos afogar conduz-nos ao nosso Redentor. Não estamos mais sós. Então, somos remetidos a um ambiente de paz e segurança; a nossa alma novamente suspira e descansa. A oração silenciosa nos convence que Ele sempre esteve conosco. A nossa alma reencontra a serenidade do ser.
Descobrimos, então, que orar não é apenas petição; é busca pelo reencontro do ser. De outra forma, Santo Agostinho trata o mesmo conteúdo; “Fizeste-nos para Ti e inquieto está o nosso coração enquanto não repousar em Ti.”. Bendita seja a oração, pois, é um meio de Graça para não nos perdermos do Caminho da autenticidade do ser.
“Por tanto, vós orareis assim [...]”.
Agora podemos falar. Descansada a alma e encontrado o ser, estamos livres e refeitos para “orar falando”. Então, o “Senhor que nos vê”, nos convida a orar na cartilha do “Pai nosso”. Este roteiro revela que a vida está no estreito relacionamento entre o homem e Deus. Relacionamento este que começa pelo ato da “Santificação”, em todas as suas dimensões; e termina na “Glorificação”, em todas as suas particularidades.
Na vida, tudo deve estar circunscrito entre a “Santificação e a Glorificação”. Santificar é reconhecer; Glorificar é confessar. Quando reconhecemos que a Vontade do Pai que prevalece nos céus estende suas cortinas sobre nossa vida, santificamo-Lo. Quando confessamos que Deus está presente em todas as áreas de nossas vidas, incluindo nossas dores, glorificamo-Lo.
Por tanto, a vida se inscreve entre estes dois polos: “Santificação e Glorificação”. O sustento – pão nosso de cada dia –; a relação humana – ser perdoado sob a condição de oferecer perdão –; segurança e paz – não nos deixe cair em tentação e livra-nos do mal – são sustentados pela “Santificação e Glorificação de Deus pelo homem”.
Na solitude da oração, nos reencontramos. Na Santificação e Glorificação, vivemos a prioridade da Justiça do Reino de Deus a fim de que todas as coisas nos sejam acrescentadas. Não podemos orar o “Pai nosso” sem antes trilhar a vereda estreita da “solitude”, pois, a pergunta que Deus fez a Adão – onde estás? – ainda nos inquieta! Onde estamos?
Precisamos passar pelo “jardim secreto da alma” cujas “flores tem cheiro de paz”, a fim de encontrar o olhar cuidadoso e amoroso do Pai. Sem este encontro redentor, a oração do “Pai Nosso” corre o risco de transformar-se em ladainha cansativa de conveniências.
Antes do “Pai Nosso” devemos experimentar o “Amor do Pai”. Este Amor é experimentar o olhar de Deus, sentir o frescor da sombra da Cruz e perceber que somos domicílio do Espírito. Sem a solitude preconizada por Jesus, a oração ao Pai torna-se ladainha qualquer. “Muito mais que palavras, Jesus nos convida a viver a oração”.
“Bom é ter Esperança e aguardar em silêncio a salvação que vem do Senhor”. Lm 3.26.
No Sermão do Monte, Jesus nos ensinou a orar. Duas realidades inovadoras: “a solitude do ser, e ser alvo do olhar Divino”. Não é a prolixidade e a engenhosidade de nossa fala que determinarão a profundidade de nossa oração. Jesus nos disse que é em “silêncio que somos vistos por Deus”. Pareceria estranho, se não fosse tão profundo! - “Mais do que ouvidos, somos percebidos por Ele” -.
Neste ambiente de encontro, a condição necessária para sermos alcançados pela ternura do olhar Divino é o “silencio do ser”. É necessário “fugir de toda aparência barulhenta da alma”. E, quando acessamos este silêncio, somos abraçados pelo olhar do Pai. De repente, todo o universo se petrifica. Nada mais importa. Estamos a sós com Deus.
Então, toda a verdade sobre o nosso “eu” vem à tona na superfície de nossa alma. Neste momento, o nosso “eu” se desvela desmascarado de toda maquiagem que o camufla; o mestre dos disfarces é denunciado e calado. Neste silêncio, Deus nos olha com ternura e compartilha de Sua visão: vemo-nos como estamos; percebemos que nada somos. Todo quebrantamento se faz necessário, pois, o Deus que tudo vê recebe-nos em Amor.
Destarte, a “solitude” é essencial ao reencontro do ser. Ao acolher a solitude, acolhemos também a dor que acompanha nossa solidão. Mas, diante do olhar Divino, toda angústia se transmuta em redenção; o caudaloso rio de solidão que ameaçava-nos afogar conduz-nos ao nosso Redentor. Não estamos mais sós. Então, somos remetidos a um ambiente de paz e segurança; a nossa alma novamente suspira e descansa. A oração silenciosa nos convence que Ele sempre esteve conosco. A nossa alma reencontra a serenidade do ser.
Descobrimos, então, que orar não é apenas petição; é busca pelo reencontro do ser. De outra forma, Santo Agostinho trata o mesmo conteúdo; “Fizeste-nos para Ti e inquieto está o nosso coração enquanto não repousar em Ti.”. Bendita seja a oração, pois, é um meio de Graça para não nos perdermos do Caminho da autenticidade do ser.
“Por tanto, vós orareis assim [...]”.
Agora podemos falar. Descansada a alma e encontrado o ser, estamos livres e refeitos para “orar falando”. Então, o “Senhor que nos vê”, nos convida a orar na cartilha do “Pai nosso”. Este roteiro revela que a vida está no estreito relacionamento entre o homem e Deus. Relacionamento este que começa pelo ato da “Santificação”, em todas as suas dimensões; e termina na “Glorificação”, em todas as suas particularidades.
Na vida, tudo deve estar circunscrito entre a “Santificação e a Glorificação”. Santificar é reconhecer; Glorificar é confessar. Quando reconhecemos que a Vontade do Pai que prevalece nos céus estende suas cortinas sobre nossa vida, santificamo-Lo. Quando confessamos que Deus está presente em todas as áreas de nossas vidas, incluindo nossas dores, glorificamo-Lo.
Por tanto, a vida se inscreve entre estes dois polos: “Santificação e Glorificação”. O sustento – pão nosso de cada dia –; a relação humana – ser perdoado sob a condição de oferecer perdão –; segurança e paz – não nos deixe cair em tentação e livra-nos do mal – são sustentados pela “Santificação e Glorificação de Deus pelo homem”.
Na solitude da oração, nos reencontramos. Na Santificação e Glorificação, vivemos a prioridade da Justiça do Reino de Deus a fim de que todas as coisas nos sejam acrescentadas. Não podemos orar o “Pai nosso” sem antes trilhar a vereda estreita da “solitude”, pois, a pergunta que Deus fez a Adão – onde estás? – ainda nos inquieta! Onde estamos?
Precisamos passar pelo “jardim secreto da alma” cujas “flores tem cheiro de paz”, a fim de encontrar o olhar cuidadoso e amoroso do Pai. Sem este encontro redentor, a oração do “Pai Nosso” corre o risco de transformar-se em ladainha cansativa de conveniências.
Antes do “Pai Nosso” devemos experimentar o “Amor do Pai”. Este Amor é experimentar o olhar de Deus, sentir o frescor da sombra da Cruz e perceber que somos domicílio do Espírito. Sem a solitude preconizada por Jesus, a oração ao Pai torna-se ladainha qualquer. “Muito mais que palavras, Jesus nos convida a viver a oração”.
“Bom é ter Esperança e aguardar em silêncio a salvação que vem do Senhor”. Lm 3.26.
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