Palavra do leitor
- 16 de janeiro de 2024
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"O Silêncio de Adão"
Onde estava Adão quando a serpente tentou Eva? A Bíblia diz que após Eva ter sido enganada por Satanás, tomou do fruto proibido "…e comeu, e deu também ao seu marido, que estava com ela e ele comeu" (Gn 3.6). Assim começa este maravilhoso e intrigante livro escrito por três autores: Larry Crabb, Don Hudson e Al Andrews. O primeiro foi um conselheiro cristão americano, Ph.D em Psicologia e autor de mais de 25 livros. Coincidentemente, li O Silêncio de Adão no mesmo ano da morte de Larry, 2021; os outros dois são terapeutas cristãos americanos que, juntamente com Larry, se propuseram a responder algumas perguntas sobre a personalidade masculina a partir da história de Adão, o primeiro homem criado à imagem e semelhança de Deus e que, como sabemos, falhou na sua missão de não apenas cuidar de sua esposa, mas também de cuidar do jardim (e de tudo que ele representava) que o Soberano Criador lhe havia confiado.
Algumas dessas perguntas levantadas nesta obra são: Por que a omissão é uma marca tão forte entre os homens? Por que a maioria deles não assume com naturalidade a liderança que Deus lhes deu? Enfim, quais as razões pelas quais os homens quase sempre se escondem? Os autores nos mostram aqui que um dos traços mais marcantes da personalidade do homem é justamente a omissão. Sempre que as coisas ficam confusas ou apavorantes eles se contraem, se calam, se afastam. E isso, enfatizam os autores, acontece não apenas no casamento, mas em todas as esferas e espaços do universo masculino. O raio X tirado da figura masculina neste livro é simplesmente incômodo, porém, revelador da natureza do seu comportamento.
O livro tem 238 páginas, 14 capítulos e é dividido em três partes: Algo sério está errado, Algo vital está faltando e Algo poderoso está disponível. É uma excelente ferramenta para se conhecer a alma do homem, pois além de usar as Escrituras onde a verdade da Palavra de Deus é descortinada, os conceitos e metodologias da Psicologia também são utilizados dando, assim, maior embasamento às conclusões apresentadas pelos autores. E uma dessas conclusões é de que Adão estava ao lado de Eva quando esta era enganada pela astúcia de Satanás em forma de cobra. E pior: estava ali ouvindo cada palavra e nada disse para proteger sua esposa e expulsar o intruso.
A leitura deste livro veio num momento ímpar da minha vida no qual precisava tomar decisões importantes e inadiáveis. A cada palavra, a cada página e capítulo eu ia sendo destroçado, quebrado internamente, prensado tal qual a azeitona quando é transformado em azeite, processo que gera dor, mas não gera destruição, gera transformação. Mas mas o melhor de tudo foi que descobri que aquele Adão de Gênesis era eu mesmo. Suas decisões eram as que eu teria tomado. Seu orgulho, senso de independência, egoísmo e, principalmente, sua omissão, são muitos dos defeitos que eu havia desenvolvido em mim mesmo e que me afastavam de Deus e daqueles mais próximos a quem eu deveria cuidar e zelar. A cada dia aquela caminhada com Adão me fazia conhecer a mim mesmo e desejar ser um outro homem, como aquele que originalmente o SENHOR havia planejado no seu "kairós", mas que em algum momento perdera a conexão com o Pai e a visão de quem realmente era.
Olhar para o esposo de Eva era me olhar no espelho e ver como que rugas e traços que apontavam para meus pecados e falhas, como remendos que tentavam arrumar uma veste suja e desalinhada. Enfim, via um maltrapilho espiritual carente de uma nova roupagem, sedento por novas águas, faminto por um novo alimento. Necessitado de "nascer de novo". Foi uma jornada árdua, solitária, até humilhante, mas que me colocou no devido lugar e me ajudou e ainda me ajuda hoje a tomar decisões sempre na busca constante de ser um melhor marido, um melhor pai, um melhor homem. E aqui preciso da ajuda do velho Agostinho, quando declarou: "Hoje não sou mais quem eu era. Estou a caminho de ser quem fui chamado para ser, mas ainda não cheguei lá".
Portanto, um livro não apenas para ser lido, mas para se tornar um companheiro de cabeceira, uma ferramenta na construção desse novo ser que precisa se refeito, desse homem que necessita parar de fugir, se esconder do seu Criador e ser reencontrado, transformado e moldado ao "segundo Adão", Aquele que conseguiu pisar a serpente, o único que agradaria ao Pai em toda a plenitude, Aquele que seria o resplendor da glória de Deus e a expressão exata do seu Ser (Hb 1.3).
Ler este maravilhoso livro me deixou triste por conhecer melhor quem eu era e sou, mas ao mesmo tempo me deu esperança pois, como disse o apóstolo Paulo, "Porque, assim como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo". Sim, há esperança para um Adão como eu e você, e a esperança tem nome: Cristo Jesus.
Desejo uma boa leitura para você!
Tony Oliveira - Autor do livro "Pingos da Graça".
Para mais textos do autor acesse o Blog: https://pingosdagraca.wordpress.com/
Algumas dessas perguntas levantadas nesta obra são: Por que a omissão é uma marca tão forte entre os homens? Por que a maioria deles não assume com naturalidade a liderança que Deus lhes deu? Enfim, quais as razões pelas quais os homens quase sempre se escondem? Os autores nos mostram aqui que um dos traços mais marcantes da personalidade do homem é justamente a omissão. Sempre que as coisas ficam confusas ou apavorantes eles se contraem, se calam, se afastam. E isso, enfatizam os autores, acontece não apenas no casamento, mas em todas as esferas e espaços do universo masculino. O raio X tirado da figura masculina neste livro é simplesmente incômodo, porém, revelador da natureza do seu comportamento.
O livro tem 238 páginas, 14 capítulos e é dividido em três partes: Algo sério está errado, Algo vital está faltando e Algo poderoso está disponível. É uma excelente ferramenta para se conhecer a alma do homem, pois além de usar as Escrituras onde a verdade da Palavra de Deus é descortinada, os conceitos e metodologias da Psicologia também são utilizados dando, assim, maior embasamento às conclusões apresentadas pelos autores. E uma dessas conclusões é de que Adão estava ao lado de Eva quando esta era enganada pela astúcia de Satanás em forma de cobra. E pior: estava ali ouvindo cada palavra e nada disse para proteger sua esposa e expulsar o intruso.
A leitura deste livro veio num momento ímpar da minha vida no qual precisava tomar decisões importantes e inadiáveis. A cada palavra, a cada página e capítulo eu ia sendo destroçado, quebrado internamente, prensado tal qual a azeitona quando é transformado em azeite, processo que gera dor, mas não gera destruição, gera transformação. Mas mas o melhor de tudo foi que descobri que aquele Adão de Gênesis era eu mesmo. Suas decisões eram as que eu teria tomado. Seu orgulho, senso de independência, egoísmo e, principalmente, sua omissão, são muitos dos defeitos que eu havia desenvolvido em mim mesmo e que me afastavam de Deus e daqueles mais próximos a quem eu deveria cuidar e zelar. A cada dia aquela caminhada com Adão me fazia conhecer a mim mesmo e desejar ser um outro homem, como aquele que originalmente o SENHOR havia planejado no seu "kairós", mas que em algum momento perdera a conexão com o Pai e a visão de quem realmente era.
Olhar para o esposo de Eva era me olhar no espelho e ver como que rugas e traços que apontavam para meus pecados e falhas, como remendos que tentavam arrumar uma veste suja e desalinhada. Enfim, via um maltrapilho espiritual carente de uma nova roupagem, sedento por novas águas, faminto por um novo alimento. Necessitado de "nascer de novo". Foi uma jornada árdua, solitária, até humilhante, mas que me colocou no devido lugar e me ajudou e ainda me ajuda hoje a tomar decisões sempre na busca constante de ser um melhor marido, um melhor pai, um melhor homem. E aqui preciso da ajuda do velho Agostinho, quando declarou: "Hoje não sou mais quem eu era. Estou a caminho de ser quem fui chamado para ser, mas ainda não cheguei lá".
Portanto, um livro não apenas para ser lido, mas para se tornar um companheiro de cabeceira, uma ferramenta na construção desse novo ser que precisa se refeito, desse homem que necessita parar de fugir, se esconder do seu Criador e ser reencontrado, transformado e moldado ao "segundo Adão", Aquele que conseguiu pisar a serpente, o único que agradaria ao Pai em toda a plenitude, Aquele que seria o resplendor da glória de Deus e a expressão exata do seu Ser (Hb 1.3).
Ler este maravilhoso livro me deixou triste por conhecer melhor quem eu era e sou, mas ao mesmo tempo me deu esperança pois, como disse o apóstolo Paulo, "Porque, assim como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo". Sim, há esperança para um Adão como eu e você, e a esperança tem nome: Cristo Jesus.
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Tony Oliveira - Autor do livro "Pingos da Graça".
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dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.
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