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Palavra do leitor

O significado do casamento (final da trilogia)

Algumas frases habituais ouvidas especialmente em sermões para casais: "Casamento é instituição divina", "Divórcio é atentado maligno contra o plano divino", "O inimigo está irado contra os lares", "Família é projeto de Deus" etc. Nenhuma inverdade, embora possam se tornar sentenças simplórias.

Um olhar lúcido e atual sobre casamento convida a encarar o tema não só do ponto de vista biológico, psicológico e teológico-idílico, mas também sociológico, econômico e jurídico. Nesse sentido, como um antegozo do céu ou preliminares do inferno – ao menos psicoemocional – a decisão do matrimônio exige séria reflexão, consciência e razão.

Mas não como bicho-papão. É que estuda-se anos para exercer uma profissão, porém subestima-se o crucial empreendimento da vida, cujo preparo se faz indispensável: casamento. Assim, confia-se apenas nos olhos, desejos, sentimentos. O resultado é estatístico: divórcio no Brasil cresce 260% em cima da média dos anos anteriores.

Contudo, não é porque o aumento da iniquidade atingiu o que Deus um dia instituiu que o Divino Projeto "faliu". Se nunca foi tão desafiador manter um casamento (com elevados valores e princípios) como em nosso tempo (só por um milagre divino), talvez exatamente por isso seja esse o momento de se buscar testemunhar a dádiva divina da experiência de um "casamento blindado".

Um dos meus pecados literários foi não ter lido ainda "O significado do casamento" de Tim e Kathy Keller. Assim como a preciosa obra "Quando pecadores dizem sim (D. Harvey)", tais livros fazem parte de um delicioso banquete literário para a vida conjugal. Obviamente, não substituem os ensinos das Escrituras sagradas sobre o tema, mas incrementa seus princípios em linguagem e abordagem sistematizada.

A propósito, o termo cônjuge alude a "jugo em comum", assim como etimologicamente matrimônio lembra "ofício de mãe" – sem descartar o ofício de pai. Nesse contexto, "cônjuge" traz também a ideia de "mão no arado" através do pacto firmado por nubentes que decidiram trilhar a mesma direção resolutamente, em amor, mútuo apoio e ajuda nas tarefas diárias da vida.

Ao contrário de I. Yalom que escreveu que "amamos o desejo que o outro nos causa e não a pessoa em si", (onde o egoísmo seria o ponto de partida e esse tipo de "amor" fincado em idealizações do outro não permitiria as pessoas amarem as outras com as suas imperfeições) percebe-se que "amar exige esforço, exige sacrifício. Arrisco mesmo a dizer que não é possível amar sendo egoísta, pois o amar exige menos o ego e mais Ser. Amar exige maturidade, força, sacrifício e limpeza."

Concordando com um jovem católico, para quem está pensando em namorar, casar, ou já está dentro de um relacionamento, quer ter filhos etc., deve guardar num quadro essa frase de Chesterton: "A família é a fábrica que produz a humanidade, e o inimigo do amor e da família é o próprio EU. O individualismo é uma ilusão de adolescente. Alguém declara seu amor e pede em casamento a mulher amada propondo-lhe se ela quer ajudá-lo a livrá-lo de si mesmo".

Luc Ferry citando Montaigne em "A Revolução do Amor", num determinado trecho, associa o casamento a uma gaiola onde muitos pássaros que estão dentro querem sair e os que estão fora querem entrar. Assim, uma citação filosófica parafrasearia da seguinte forma: Casando ou permanecendo solteiro, não importa sua decisão, você se arrependerá. Será? Ou questionarás tal fatalismo?

Casar uma única vez com a pessoa que ama. Desejar até o final da vida com essa pessoa viver. Ideal ou idílico? Entretanto, não posso esquecer de um conselho de uma irmã mais velha para uma mais nova: "Entenda que existe ‘o amor da sua vida’ e ‘o amor para sua vida’". Por isso, solteiros que preferem pagar o preço de serem verdadeiros consigo mesmos até o fim, merecem o máximo respeito.

Casamento de conveniência ou malandragem à parte, C.S. Lewis casou com Hellen num acordo de gentil amizade, mas ambos se amaram de verdade, assim como Katharina Von Bora apaixonou-se por Hieronymous e casou-se com o Martinho Lutero (vinte anos mais velho) "não por amor, mas por ideais comuns", permanecendo virtuosa, fiel, idônea e fundamental na vida e ministério do reformador.

Chesterton escreveu que casamento é um duelo mortal que nenhum homem honrado deve rejeitar. O sentido da frase não implica que homem não honrado rejeita casamento, mas uma hombridade aliada a árduo desafio de labor contínuo, principalmente passadas fases românticas do encantamento e desencantamento, chegando na realidade bem-vinda que precisa de ressignificação, reconstrução em missão divina.
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Se planejas casar, amplie sua visão do significado do casamento. Assim, perceberás que não se casa para ser feliz ou por conveniências e cobranças sociais, tentações sexuais, sensação de solidão, mudança de status civil, medo de envelhecer, interesses econômicos ou reprodução biológica. Casando para honra e glória de Deus, vislumbrarás a plenitude de uma dimensão cósmica.
Alagoinhas - BA
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