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Palavra do leitor

O significado da salvação

Prezados leitores, extraí de um dos livros do grande Moltmann três belíssimas concepções sobre messianismo/salvação de três teólogos Judeus, que mesmo com suas tradições e óticas, e não temos a obrigação de concordar com elas, mas, sim, de estabelecer uma ponte para o dialogo, me fizeram refletir um pouco no meu estado como igreja no mundo e não somente para o meu umbigo. Desta forma, convido você a refletir comigo, para uma construção positiva contra a nossa negação em resposta ao nosso comissionamento (dever/missão) e vivência cristã. Segue:

Para entendermos o significado mais prático da salvação de Cristo hoje, temos que retornar ao diálogo com os judeus para ver se estamos no caminho certo dessa concepção salvífica. Existe entre os especialistas em Novo Testamento, o que eles chamam de “não judaico” acerca da messianidade de Jesus, ou seja, de que a apropriação do cristianismo para com o Ungido (Cristo-Messias) é totalmente contra as formulações judaicas. Este “não judaico” é a negação dos judeus de que Jesus seria realmente o Cristo redentor-salvífico–libertador da tradição judaico-cristã.

Como expoentes dessa formulação contra Jesus sendo o Cristo, temos três teólogos judeus que trazem suas opiniões. Moltmann os apresenta da seguinte forma: Martin Buber que diz: "A Igreja se baseia na fé de que o Cristo veio, como a redenção que a humanidade recebeu da parte de Deus. Nós, Israel, não conseguimos crer nisso (...) Temos um conhecimento mais profundo, mais autêntico de que a história do mundo ainda não foi desvendada em toda a sua profundidade, que o mundo não está redimido. Sentimos que o mundo não está redimido. Justamente este sentir a Igreja pode ou tem que entender como a consciência de nossa condição de mundo não redimido. No entanto, sabemos que não é assim. A redenção do mundo está associada inseparavelmente com a consumação da criação, com o estabelecimento da unidade que nada mais impede, que não tolera mais nenhum contestação, realizada em toda a diversidade do mundo, um com o consumado reino de Deus. Não podemos compreender em alguma parte, uma redenção já consumada da alma, por exemplo, embora também se nos manifeste a nós redimir e ser redimido em nossas horas mortais. Não percebemos uma incisão na história. Não reconhecemos nela um meio, mas apenas um alvo, o alvo do caminho de Deus que não pára em sua caminhada".

Agora, semelhantemente Buber, temos Shalom Bem-Chorin que diz: "Os judeus tem consciência profunda da condição do mundo não redimido e não conhece nem reconhece quaisquer enclaves da redenção em meio a essa condição de não-redenção. A concepção da alma redimida num mundo não redimido lhe é estranha, profundamente estranha, inacessível do fundo da sua existência (...) Do ponto de vista judaico, redenção significa estar redimido de todo o mal. Males do corpo e da alma, males da criação e da cultura. Quando, pois, dizemos “redenção”, temos em mente a redenção total".

Por fim, Gershom Scholem, complementa seus colegas teólogos dizendo o seguinte: "Estamos diante de um conceito de redenção totalmente diferente que determina a atitude em relação ao messianismo no judaísmo e no cristianismo (...) em todas as suas formas e configurações, o judaísmo sempre se fixou num conceito de redenção no sentido de um processo que acontece publicamente, no cenário da história e no meio da comunhão, em suma, um processo que acontece decididamente no mundo das coisas visíveis e que não pode ser concebido sem esta revelação nas coisas visíveis. A isso se contrapõe no cristianismo um conceito que compreende a redenção como um processo na esfera espiritual e no mundo invisível, que se desenrola na alma, no mundo do indivíduo, e que efetua uma transformação misteriosa, sem necessariamente que algo de exterior lhe corresponda (...) A reinterpretação da promessa profética da bíblia para uma área da interioridade sempre foi considerada pelos pensadores judeus como antecipação ilegítima de algo que, na maioria das hipóteses, se pôde manifestar como o lado interno de um processo que acontece decisivamente no mundo exterior, jamais, porém, sem esses processo em si".

Levando em consideração o que esses três teólogos judeus mencionaram, Moltmann também questiona toda essa “consciência profunda” que eles têm, e pergunta o porque que Israel sendo o povo escolhido, segundo a vontade de Deus, se desviou e por isso também não contribuiu para a causa dessa redenção?

Segundo Moltmann, essa disparidade tanto cristã quanto judaica, acerca da não contribuição para o mundo não redimido, se dá “na medida em que ambos contestam o mundo não redimido e resistem a seus males, cada um com sua forma de existência”.

Sendo assim, cabe a todos nós meditarmos nas palavras desses três teólogos, e vermos se em algum momento perdemos essa sensibilidade com a realidade, ou será que realmente alguma vez tivemos isso?!

roberas.blogspot.com
São Paulo - SP
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