Apoie com um cafezinho
Olá visitante!
Cadastre-se

Esqueci minha senha

  • sacola de compras

    sacola de compras

    Sua sacola de compras está vazia.
Seja bem-vindo Visitante!
  • sacola de compras

    sacola de compras

    Sua sacola de compras está vazia.

Palavra do leitor

O sentimento que nos une

Não é de hoje que ouço que a alegria e o sorriso são expressões pertinentes do verdadeiro cristão, que não devemos dar espaço para a tristeza e onde o sofrimento é muitas vezes tratado como algo diabólico. E de fato o sorriso e a alegria são fatores fundamentais para que vivamos bem. Mas me pergunto, porque temos uma aversão tão grande ao sofrimento? Por que às vezes queremos suprimir o choro com uma falsa alegria? Com idéias do tipo: "não posso dar espaço para a tristeza", "está amarrado o sofrimento", "o sofrimento não pode me pegar pois sou filho do Deus que tudo pode". E na contramão dessa idéia começo a achar que o sofrimento é um sentimento que deveria ser olhado com mais atenção.

No livro de Eclesiastes alguns versículos são no mínimo intrigantes, contrastando e muito diante daquilo que alegamos ser o "viver bem" hoje: Melhor é ir à casa onde há luto do que ir a casa onde há banquete; porque naquela se vê o fim de todos os homens, e os vivos o aplicam ao seu coração. Melhor é a mágoa do que o riso, porque a tristeza do rosto torna melhor o coração. O coração dos sábios está na casa do luto, mas o coração dos tolos na casa da alegria. (Eclesiastes 7: 2-4). De forma alguma quero usar esses textos para afirmar uma idéia de que temos que sofrer, afinal o autor do Eclesiastes, me parece estar no fim da peregrinação na terra e isso influi e muito para essa visão da vida, mas sim para afirmar que devemos dar uma atenção especial a esse sentimento, que conforme diz o texto, gera muito mais aprendizado, do que a alegria nos proporcionaria por exemplo.

Mas de todos os aprendizados que o sofrimento pode nos oferecer, quero destacar a união e uma nova perspectiva que o sofrimento oferece. Tenho como base os últimos acontecimentos que tem chamado a atenção do planeta, que foi a catástrofe no Haiti. Tenho pra mim que se por exemplo o Haiti ganhasse a Copa do Mundo (que já começa se tornar o assunto do momento, por isso o exemplo) todos ficariam surpresos, mas indiferentes, primeiro por ele não ter nenhuma tradição em copas do mundo e segundo que num torneio de futebol a alegria para um país, é tristeza para todos os outros. Mas porque será que Haiti foi assunto principal em nossos telejornais ultimamente? Porque será que nunca na história do Haiti houveram tantas adoções como nos últimos meses? Porque será que no Haiti um país onde a guerra impera, pessoas esquecem suas diferenças e dedicam todo seu esforço para levantar pedaços de concreto em busca de algumas vidas? Creio que o fator fundamental é o sofrimento. Pois se tem algo que o sofrimento produz, é a solidariedade. O Haiti visto antes do sofrimento é visto de uma maneira. Hoje o Haiti é alvo dos maiores atos de solidariedade do mundo. A perspectiva mudou. E na verdade o Haiti precisava de solidariedade muito antes disso, mas ao vermos o Haiti sofrendo, nosso coração distante em quilometragem, se aproxima como nunca em solidariedade e compaixão. Pois é o sofrimento que nos faz olhar com amor aquele que não professa a mesma fé que a nossa. É o sofrimento que nos faz perceber alguém que até então nunca reparamos. É o sentimento que nos une. A figura de um Deus que se torna homem, é a figura de um Deus que se solidariza com o sofrimento humano, e esse sofrimento uniu tanto Deus e o homem ao ponto de se tornar um de nós.

Ratifico dizendo que não quero fazer da alegria um sentimento banal e que só os sofredores são os que vivem bem. Mas sim, reafirmar que devemos olhar com mais atenção o sofrimento humano. E me atrevendo a interpretar o que o possível autor do Eclesiastes, Salomão, quis dizer com: Melhor é ir à casa onde há luto do que ir a casa onde há banquete; porque naquela se vê o fim de todos os homens, e os vivos o aplicam ao seu coração.Melhor é a mágoa do que o riso, porque a tristeza do rosto torna melhor o coração.O coração dos sábios está na casa do luto, mas o coração dos tolos na casa da alegria. (Eclesiastes 7: 2-4). Acho que Salomão no fim dos seus dias chega a conclusão de que para homem que podia ter tudo que as pessoas julgam trazer felicidade, ele teve. Mas essas possíveis “alegrias” e “felicidades” nunca o fizeram refletir. Esteve sempre cercado de mulheres e homens que o serviam, mas com sentimentos muito superficiais. Estavam perto no físico, mas a quilômetros de distância no coração. A alegria une superficialmente, quase que intencionalmente. E no sofrimento tenta nos mostrar que é nesse sentimento hoje chamado de ruim que refletimos e nos solidarizamos pelos outros. Ou por acaso mandamos mantimentos para quem esbanja mantimentos? Não, mas por aquele que sofre por não ter o que comer. Ou por acaso mandamos dinheiro para os EUA? Não, mandamos para o Haiti que está sofrendo por não ter recursos para reconstruir. Ah, a alegria. Acha que me esqueci dela? Claro que não. Quer sentimento de realização e de alegria melhor do que se ajudar aquele que sofre? Essa alegria não podemos calcular, é imensurável.
Rio De Janeiro - RJ
Textos publicados: 7 [ver]

Os artigos e comentários publicados na seção Palavra do Leitor são de única e exclusiva responsabilidade
dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI.

Ultimato quer falar com você.

A cada dia, mais de dez mil usuários navegam pelo Portal Ultimato. Leem e compartilham gratuitamente dezenas de blogs e hotsites, além do acervo digital da revista Ultimato, centenas de estudos bíblicos, devocionais diárias de autores como John Stott, Eugene Peterson, C. S. Lewis, entre outros, além de artigos, notícias e serviços que são atualizados diariamente nas diferentes plataformas e redes sociais.

PARA CONTINUAR, precisamos do seu apoio. Compartilhe conosco um cafezinho.


Opinião do leitor

Para comentar é necessário estar logado no site. Clique aqui para fazer o login ou o seu cadastro.
Ainda não há comentários sobre este texto. Seja o primeiro a comentar!
Escreva um artigo em resposta

Ainda não há artigos publicados na seção "Palavra do leitor" em resposta a este texto.