Palavra do leitor
- 19 de novembro de 2010
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O senador purpurina e o celeste porvir
A Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou quarta-feira passada uma Proposta de Emenda Constitucional do Senador Cristovam Buarque (PDT-DF) que inclui entre os direitos do cidadão "a busca da felicidade". Certamente ele não grandes coisas que fazer ou pensar vislumbrou nada de mais urgente no país!
Art. 6º da Constituição: "São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição." O senador achou que o paraíso não estava devidamente assegurado e resolveu melhorar. Acrescentou a felicidade.
A redação dele ficaria assim: "São direitos sociais, essenciais à busca da felicidade, a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.”
Outro país que tem essa bobagem é o Butão! Lá o monarca decidiu que mais importante do que o PIB, é a FIB — a Felicidade Interna Bruta. Metade da população é analfabeta. A ignorância faz a felicidade!
Com essa nova PEC da Felicidade, todos terão o direito de vender um sofá velho por 5 mil reais para a CEF, financiada em 30 anos em prestações a perder de vista que você poderá usar a grana para qualquer coisa. É o ‘Sofá da Felicidade da CEF’, diria Silvio Santos. Afinal, “... do mundo nada se leva, vamos sorrir e cantar...”, completaria.
Não há lógica que explique uma asnice dessas do senador natural de Pernambuco, mas radicado na ilha da fantasia, Brasília; não há um Esopo que explique a moral de uma PEC dessa natureza!
Sempre aparecerá um imbecil que admitirá o precedente da constituição americana que diz “... life, liberty and the pursuit of happiness...”. Eita povinho esse nosso, “... vida de gado, povo marcado... Povo feliz!”. Até por emenda constitucional. É a nossa constituição mais parecendo uma árvore de natal, onde ano sim e o outro também, penduram um enfeite novo.
Será que alguma anta de plantão censurará Vinicius de Morais e Jobim quando escreveram que “... tristeza não tem fim, felicidade sim”. Ou então essa: “Agora eu era o rei, era bedel e era também juiz, e pela minha lei a gente era obrigado a ser feliz”. Com certeza com essa nova emenda constitucional todo brasileiro terá o direito de estar à toa na vida e ficar vendo a banda passar.
Diga aí, leitor, como é que a PF vai prender uma pessoa que meteu a mão na bolsa do alheio? Dirá ao policial que estava apenas cumprindo a constituição, feliz da vida pensando no dinheiro do distraído? Tudo o que o meliante fez foi para assegurar a sua maior felicidade possível. Terá que ser solto na hora!
E no caso do corno? Não poderia nunca ficar triste ao ver sua mulher em braços alheios: Se ficar triste é inconstitucional!
O Senador Buarque (todas as vezes que aparecer um sobrenome ‘Buarque’, fuja!) é o mesmo que quer o ensino de Esperanto nas escolas! É o Senador purpurina, quem sabe ele logo pede para criar o ‘bolsa-maçã’ próprio de um ambiente paradisíaco (cadê a Marina Silva? A nossa curupira cristianizada da floresta!). Melhor mesmo seria uma emenda constitucional onde “... ficam obrigados todos os brasileiros a terem vergonha na cara, revogam-se as disposições em contrário.”
O Senador purpurina pensa em felicidade, mas esquece que essa idéia, salvo melhor juízo e que aparece em John Locke, é associada ao prazer, a delícia, a felicidade ao conquistar uma propriedade, um bem, a liberdade de ir e vir, o comprar um carro, entrar numa casa nova, etc. Isso é que era e é felicidade, longe do mando do Estado. Mas o Senador quer estatizar a felicidade, quer ligá-la a direitos sociais! Felicidade por emenda constitucional. Haja pleura!
“Minha filha, nunca abandone a fé cristã” disse o pai no debutar dos 15 anos da filha. “Afinal,” perguntei-lhe, “qual a razão de você ter dito isso?”. Resposta que eu suspeito ser a da maioria esmagadora dos evangélicos: “... todo mundo quer ser cristão porque acredita piamente que depois da morte tem um lugar em algum lugar para se viver eternamente amém; logo, é melhor fazer uma poupança aqui para garantir a eternidade lá!”.
Bela negociata! Imagino a natureza desse ‘deus’ travestido de Silvio Santos espiritual. O Cristovam com a proposta aprovada na Comissão de Constituição e Justiça do Senado (pasmem!) apenas sacramentou o que já é prática espúria na maioria das igrejas e nas ‘mentes’ evangélicas: felicidade é um bom negócio! E o Céu é a garantia do investimento da fé! “Quem quer dinheiro (Céu?)... Silvio Santos vem aí, lá-lá, lá-lá, lá-lá...”.
OBS. Leia o livro do Rev. Antônio Gouvêa Mendonça, O CELESTE PORVIR, A INSERÇÃO DO PROTESTANTISMO NO BRASIL.
Art. 6º da Constituição: "São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição." O senador achou que o paraíso não estava devidamente assegurado e resolveu melhorar. Acrescentou a felicidade.
A redação dele ficaria assim: "São direitos sociais, essenciais à busca da felicidade, a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.”
Outro país que tem essa bobagem é o Butão! Lá o monarca decidiu que mais importante do que o PIB, é a FIB — a Felicidade Interna Bruta. Metade da população é analfabeta. A ignorância faz a felicidade!
Com essa nova PEC da Felicidade, todos terão o direito de vender um sofá velho por 5 mil reais para a CEF, financiada em 30 anos em prestações a perder de vista que você poderá usar a grana para qualquer coisa. É o ‘Sofá da Felicidade da CEF’, diria Silvio Santos. Afinal, “... do mundo nada se leva, vamos sorrir e cantar...”, completaria.
Não há lógica que explique uma asnice dessas do senador natural de Pernambuco, mas radicado na ilha da fantasia, Brasília; não há um Esopo que explique a moral de uma PEC dessa natureza!
Sempre aparecerá um imbecil que admitirá o precedente da constituição americana que diz “... life, liberty and the pursuit of happiness...”. Eita povinho esse nosso, “... vida de gado, povo marcado... Povo feliz!”. Até por emenda constitucional. É a nossa constituição mais parecendo uma árvore de natal, onde ano sim e o outro também, penduram um enfeite novo.
Será que alguma anta de plantão censurará Vinicius de Morais e Jobim quando escreveram que “... tristeza não tem fim, felicidade sim”. Ou então essa: “Agora eu era o rei, era bedel e era também juiz, e pela minha lei a gente era obrigado a ser feliz”. Com certeza com essa nova emenda constitucional todo brasileiro terá o direito de estar à toa na vida e ficar vendo a banda passar.
Diga aí, leitor, como é que a PF vai prender uma pessoa que meteu a mão na bolsa do alheio? Dirá ao policial que estava apenas cumprindo a constituição, feliz da vida pensando no dinheiro do distraído? Tudo o que o meliante fez foi para assegurar a sua maior felicidade possível. Terá que ser solto na hora!
E no caso do corno? Não poderia nunca ficar triste ao ver sua mulher em braços alheios: Se ficar triste é inconstitucional!
O Senador Buarque (todas as vezes que aparecer um sobrenome ‘Buarque’, fuja!) é o mesmo que quer o ensino de Esperanto nas escolas! É o Senador purpurina, quem sabe ele logo pede para criar o ‘bolsa-maçã’ próprio de um ambiente paradisíaco (cadê a Marina Silva? A nossa curupira cristianizada da floresta!). Melhor mesmo seria uma emenda constitucional onde “... ficam obrigados todos os brasileiros a terem vergonha na cara, revogam-se as disposições em contrário.”
O Senador purpurina pensa em felicidade, mas esquece que essa idéia, salvo melhor juízo e que aparece em John Locke, é associada ao prazer, a delícia, a felicidade ao conquistar uma propriedade, um bem, a liberdade de ir e vir, o comprar um carro, entrar numa casa nova, etc. Isso é que era e é felicidade, longe do mando do Estado. Mas o Senador quer estatizar a felicidade, quer ligá-la a direitos sociais! Felicidade por emenda constitucional. Haja pleura!
“Minha filha, nunca abandone a fé cristã” disse o pai no debutar dos 15 anos da filha. “Afinal,” perguntei-lhe, “qual a razão de você ter dito isso?”. Resposta que eu suspeito ser a da maioria esmagadora dos evangélicos: “... todo mundo quer ser cristão porque acredita piamente que depois da morte tem um lugar em algum lugar para se viver eternamente amém; logo, é melhor fazer uma poupança aqui para garantir a eternidade lá!”.
Bela negociata! Imagino a natureza desse ‘deus’ travestido de Silvio Santos espiritual. O Cristovam com a proposta aprovada na Comissão de Constituição e Justiça do Senado (pasmem!) apenas sacramentou o que já é prática espúria na maioria das igrejas e nas ‘mentes’ evangélicas: felicidade é um bom negócio! E o Céu é a garantia do investimento da fé! “Quem quer dinheiro (Céu?)... Silvio Santos vem aí, lá-lá, lá-lá, lá-lá...”.
OBS. Leia o livro do Rev. Antônio Gouvêa Mendonça, O CELESTE PORVIR, A INSERÇÃO DO PROTESTANTISMO NO BRASIL.
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