Palavra do leitor
- 01 de setembro de 2014
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O risco da fé
Que me perdoem dois mil anos de cristianismo, mas não consigo conceber Jesus chamando seus discípulos para um estudo bíblico. Algo como destrinchar Daniel ou um outro livro qualquer das Escrituras. Imaginem:
"Naqueles dias disse Jesus a Pedro, chame os outros, pois hoje ensinarei sobre o salmo 23. E semana que vem quero começar com Jó..." !?!
Temos contudo sim uma passagem extremamente rara e por isso extremamente significativa de Jesus abrindo os rolos sagrados para seus discípulos. Foi no caminho de Emaús, após ressuscitado.
E começando por Moisés e todos os profetas, explicou-lhes o que constava a respeito dele em todas as Escrituras.
O interessante é que não foi a experiência prática (de contemplarem Jesus) e nem mesmo a teoria (o estudo das Escrituras) que levaram aqueles homens a reconhecerem o Filho de Deus. Ambas, conjuntas não foram suficientes para curarem a cegueira daquelas almas.
[Contudo], quando estava à mesa com eles, tomou o pão, deu graças, partiu-o e o deu a eles. Então os olhos deles foram abertos e o reconheceram, e ele desapareceu da vista deles. Perguntaram-se um ao outro: “Não estava queimando o nosso coração, enquanto ele nos falava no caminho e nos expunha as Escrituras?
Notório é que, o Mestre Jesus e seus ensinamentos fez até mesmo seus corações queimarem, mas não foi suficiente para abrir-lhes os olhos. Foi o Amigo Jesus e sua íntima presença que proporcionou o reconhecimento, a cura, a restauração do relacionar. Uma aula pode aquecer almas, mas é o dividir da mesa, do pão, da vida, que proporciona relacionamentos pessoais e verdadeiros.
Por isso Jesus Cristo não escolheu ser uma Bíblia encarnada.
Após subir aos céus o Cristo providenciou-nos o dom, a companhia, de seu próprio Santo Espírito; Ele não se empenhou em deixar-nos um catecismo ou regulamentação da fé, um livro.
A razão é simples: A espiritualidade baseada num livro tende a ser legalista e intelectualóide; já, a que se baseia no Filho é graciosa, singela e humana.
Sei que meu pensamento sobre esse tema é tido como muito preocupante…
Sei porém que há muitas alternativas para o "Sola Scriptura", e elas são bíblicas:
- o misticismo, um relacionar direto com Deus;
- os sentimentos, ideias humanas, sonhos, subjetivismo, mitos;
- a autoridade dos acadêmicos;
- a autoridade e tradição da Igreja
- a experiência, a troca de experiência e etc.
Por isso a fé permanecerá um risco. Risco para as hierarquias, para as instituições e para o próprio indivíduo.
Ouvir, discernir e praticar a palavra de Deus é muito mais simples, e por isso muito mais perigoso, do que aquilo que nosso comodismo e conforto com todas as suas bíblicas teologizações nos querem fazer acreditar que é.
É chegado o Reino dos Céus e não será, me perdoe, nossa Bíblia que nos fará enxergar isso.
"Naqueles dias disse Jesus a Pedro, chame os outros, pois hoje ensinarei sobre o salmo 23. E semana que vem quero começar com Jó..." !?!
Temos contudo sim uma passagem extremamente rara e por isso extremamente significativa de Jesus abrindo os rolos sagrados para seus discípulos. Foi no caminho de Emaús, após ressuscitado.
E começando por Moisés e todos os profetas, explicou-lhes o que constava a respeito dele em todas as Escrituras.
O interessante é que não foi a experiência prática (de contemplarem Jesus) e nem mesmo a teoria (o estudo das Escrituras) que levaram aqueles homens a reconhecerem o Filho de Deus. Ambas, conjuntas não foram suficientes para curarem a cegueira daquelas almas.
[Contudo], quando estava à mesa com eles, tomou o pão, deu graças, partiu-o e o deu a eles. Então os olhos deles foram abertos e o reconheceram, e ele desapareceu da vista deles. Perguntaram-se um ao outro: “Não estava queimando o nosso coração, enquanto ele nos falava no caminho e nos expunha as Escrituras?
Notório é que, o Mestre Jesus e seus ensinamentos fez até mesmo seus corações queimarem, mas não foi suficiente para abrir-lhes os olhos. Foi o Amigo Jesus e sua íntima presença que proporcionou o reconhecimento, a cura, a restauração do relacionar. Uma aula pode aquecer almas, mas é o dividir da mesa, do pão, da vida, que proporciona relacionamentos pessoais e verdadeiros.
Por isso Jesus Cristo não escolheu ser uma Bíblia encarnada.
Após subir aos céus o Cristo providenciou-nos o dom, a companhia, de seu próprio Santo Espírito; Ele não se empenhou em deixar-nos um catecismo ou regulamentação da fé, um livro.
A razão é simples: A espiritualidade baseada num livro tende a ser legalista e intelectualóide; já, a que se baseia no Filho é graciosa, singela e humana.
Sei que meu pensamento sobre esse tema é tido como muito preocupante…
Sei porém que há muitas alternativas para o "Sola Scriptura", e elas são bíblicas:
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Por isso a fé permanecerá um risco. Risco para as hierarquias, para as instituições e para o próprio indivíduo.
Ouvir, discernir e praticar a palavra de Deus é muito mais simples, e por isso muito mais perigoso, do que aquilo que nosso comodismo e conforto com todas as suas bíblicas teologizações nos querem fazer acreditar que é.
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dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.
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