Palavra do leitor
- 29 de outubro de 2010
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O que vi no terceiro Congresso Lausanne
"Os filósofos", como afirma Marx em sua famosa décima primeira tese sobre Feuerbach, "apenas interpretaram o mundo de diferentes maneiras; a questão, no entanto, é mudá-lo". A partir dessa idéia desejo iniciar uma reflexão sobre o Terceiro Congresso Lausanne. Sendo assim, não abandono a importância de teorias interpretativas sobre a realidade, todavia, reconheço a necessária passagem do idealismo para a materialização. Talvez essa seja também uma mensagem de Romanos 12, onde a mudança da realidade inicia no pensamento, muito embora, só se completa devidamente numa prática transformadora.
O Terceiro Congresso Lausanne foi uma mistura desses dois conceitos. Por um lado, havia quem teorizasse muito bem a dinâmica teológica da evangelização mundial, e por outro, havia quem mostrasse a materialização de uma práxis evangelizadora. Em alguns momentos, mais especificamente nos Multiplexes, tais conceitos ficaram em tensão, pois quem era da práxis contendia com quem estava teorizando. Pensar a fé é fundamental para um mundo cada vez mais pluralista e globalizado, mas, mais do que isso, é urgente testemunhar a fé cristã de uma maneira prática para que o mundo saiba que Deus existe. Senti em vários momentos um apelo por uma fé que toca o chão, uma fé que faça sentido para o próximo.
Fui tomado por sentimentos antagônicos após o Congresso Lausanne: alegria e descontentamento. Alegria por ver uma igreja que se mobiliza em prol da evangelização mundial. Descontentamento por ver uma igreja dividida em suas vaidades. Alegria por saber que apesar das políticas institucionais eclesiásticas, existem pessoas que doam as suas vidas para a proclamação do evangelho em lugares de extrema perseguição. Descontentamento por saber que nos ocupamos com coisas banais, enquanto 85% de mulçumanos, budistas, indus, nunca ouviram falar de Jesus e 103 etnias indígenas no Brasil não possuem presença missionária.
A Igreja Global tem sido formada por um contraste que não é digno da fé em Jesus Cristo. Por isso, estamos diante de um grande desafio: gastar menos esforço nas estruturas eclesiais e avançar no processo da evangelização mundial. O chamado da igreja não é estático, não estaciona no tempo, mas possui uma continuidade temporal e por isso chegou até nós e continua além de nós. A igreja é sim um sinal histórico do Reino de Deus, mas um sinal que alcança o outro, que caminha ao encontro do aflito e necessitado. Além disso, o Terceiro Lausanne aponta que precisamos recuperar nossa confiança no evangelho, assim como nossa credibilidade enquanto cristãos.
Existem outras questões a serem comentadas. Em outro momento quero tratar o assunto da participação da América Latina no Congresso. Ficamos aquém do que deveríamos devido ao fato de sermos altamente desorganizados e também por um imperialismo que insiste em não divulgar o que somos e o que temos feito. Ademais, termino com parte da benção final do Terceiro Congresso Lausanne: “Cristo, o Sol da Justiça, o Cordeiro de Deus, brilhe sobre nós e dissipe toda treva do nosso caminho. Que Deus o abençoe, o guarde e o sustente enquanto você anuncia as boas novas de Jesus Cristo para todos os povos e ministra para o pobre em nome Dele”, amém.
O Terceiro Congresso Lausanne foi uma mistura desses dois conceitos. Por um lado, havia quem teorizasse muito bem a dinâmica teológica da evangelização mundial, e por outro, havia quem mostrasse a materialização de uma práxis evangelizadora. Em alguns momentos, mais especificamente nos Multiplexes, tais conceitos ficaram em tensão, pois quem era da práxis contendia com quem estava teorizando. Pensar a fé é fundamental para um mundo cada vez mais pluralista e globalizado, mas, mais do que isso, é urgente testemunhar a fé cristã de uma maneira prática para que o mundo saiba que Deus existe. Senti em vários momentos um apelo por uma fé que toca o chão, uma fé que faça sentido para o próximo.
Fui tomado por sentimentos antagônicos após o Congresso Lausanne: alegria e descontentamento. Alegria por ver uma igreja que se mobiliza em prol da evangelização mundial. Descontentamento por ver uma igreja dividida em suas vaidades. Alegria por saber que apesar das políticas institucionais eclesiásticas, existem pessoas que doam as suas vidas para a proclamação do evangelho em lugares de extrema perseguição. Descontentamento por saber que nos ocupamos com coisas banais, enquanto 85% de mulçumanos, budistas, indus, nunca ouviram falar de Jesus e 103 etnias indígenas no Brasil não possuem presença missionária.
A Igreja Global tem sido formada por um contraste que não é digno da fé em Jesus Cristo. Por isso, estamos diante de um grande desafio: gastar menos esforço nas estruturas eclesiais e avançar no processo da evangelização mundial. O chamado da igreja não é estático, não estaciona no tempo, mas possui uma continuidade temporal e por isso chegou até nós e continua além de nós. A igreja é sim um sinal histórico do Reino de Deus, mas um sinal que alcança o outro, que caminha ao encontro do aflito e necessitado. Além disso, o Terceiro Lausanne aponta que precisamos recuperar nossa confiança no evangelho, assim como nossa credibilidade enquanto cristãos.
Existem outras questões a serem comentadas. Em outro momento quero tratar o assunto da participação da América Latina no Congresso. Ficamos aquém do que deveríamos devido ao fato de sermos altamente desorganizados e também por um imperialismo que insiste em não divulgar o que somos e o que temos feito. Ademais, termino com parte da benção final do Terceiro Congresso Lausanne: “Cristo, o Sol da Justiça, o Cordeiro de Deus, brilhe sobre nós e dissipe toda treva do nosso caminho. Que Deus o abençoe, o guarde e o sustente enquanto você anuncia as boas novas de Jesus Cristo para todos os povos e ministra para o pobre em nome Dele”, amém.
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