Palavra do leitor
- 12 de fevereiro de 2012
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O que significa dar a outra face?
Um dos atos mais ultrajantes que uma pessoa pode enfrentar é receber um tapa no rosto. Diante de tamanha audácia, torna-se quase impossível à vítima de tal insolência reagir a essa atrevida agressão de maneira pacífica e serena.
A face do indivíduo pode ser considerada como símbolo de sua honra. Ousar desferir um golpe contra ela representa um atentado inadmissível à sua autoimagem, respeito e dignidade. Como dizia um colega de "baba" (desses temperamentais): "No rosto que mamãe beijou, quem bater morre." Infelizmente, ele que foi embora cedo.
Não faz parte da nossa natureza aceitar a ofensa com passividade. Palavras como Amor, Perdão e Mansidão são tidas como sinônimos de fraqueza ou tolice e, é assim que tendemos a interpretá-las. Além disso, vivemos numa época em que predomina a cultura do "bateu-levou".
Não obstante, Jesus ensinou aos seus discípulos que, ao sermos feridos na face direita, deveríamos voltar a outra também. Mt 5: 38, 39. Seriam tais palavras literais, ou apenas uma metáfora como um princípio de lição moral?
Anos atrás, li uma história de uma cristã chamada Garnesechi, moradora de Gênova, na Itália, que demosntrou em sua vida o dito do Mestre. Como "missionária", embora tivesse seus setenta anos, ela ia tocando campainha de casa em casa. Ao chegar numa residência uma mulher recusou-se abrir-lhe a porta. Garnesechi insistiu educadamente, mas foi surpreendida com um forte tapa no rosto. Esta senhora, genuinamente cristã, então, ofereceu à agressora a outra face. A mal humorada ficou embaraçada. Suas explosões de mau humor não costumavam provocar uma reação tão cristã. Em seguida desculpou-se, Garnesechi a perdoou e uma amizade duradoura foi travada.
Esse ensinamento de Jesus, embora traga uma mensagem clara e direta não deve ser entendido como um princípio literal a ser aplicado em todas circunstâncias. Uma prova disso é que o mesmo Jesus que mandou "dar a outra face", quando estava diante do sumo sacerdote Anás e foi esbofeteado por um guarda `bajulador´, não ofereceu a outra face nem guardou silêncio, mas protestou contra o abuso oponente. Jo 18:23.
Por outro lado percebemos que, embora Jesus protestasse contra a tirania covarde e injusta, ele não foi violento, nem rancoroso ou hostil. Jesus é nosso Modelo em tudo e nos mostrou de maneira prática como reagir em várias situações da vida.
Diante das tiranias covardes, insultos e agressões verbais ou físicas, geralmente surge duas alternativas a escolhermos: a indignação ou resignação. Ambas devem ser adotadas em seu devido contexto e serem empregadas no momento certo e na medida correta. Jesus ensinou tanto a protestar pacificamente os abusos, quanto a silenciar a voz e suportar as opressões e afrontas alheias.
Nas relações pessoais e interpessoais, pessoas irão nos ofender, machucar, humilhar, mas isso não significa que devemos sorrir, agradecer e dizer: "Faz de novo que eu adorei!". Indignação e zanga equilibrada se farão necessárias muitas vezes para expressarmos a nossa dor e questionar a legitimidade da injustiça sofrida. Foi o que Jesus fez.
Algumas vezes teremos que "levar desaforo pra casa", caso contrário, poderemos nem voltar para casa - brigas de trânsito por exemplo . Em outros momentos, porém, resignar-se ante algozes envenenados.
Um exemplo de protesto saudável foi retratado na vida de Martin Luther King em sua luta pelos direitos civis dos negros americanos. Luther King dosava perfeitamente indignação com mansidão. Talvez por isso, Mano Brown (Racionais Mcs), revoltado, disse certa vez que ele (Luther King)era "bonzinho demais" ao contrário de Rosa Parks que, supostamente, seria mais "ousada" contra os "brancos".
Como cristãos precisamos aprender a oferecer a outra face como Jesus ensinou e, ao mesmo tempo, saber o momento de se indignar justamente da maneira correta, mas não necessariamente voltando o rosto de forma literal.
Em Mateus 5:38,39, Jesus ensina que não devemos pagar o mal com mal; que não devemos retribuir a ofensa na "mesma moeda"; que não devemos recorrer à vingança como resposta, nem jamais fazer "justiça com as próprias mãos".
Em contrapartida, aprendemos em João 18:19-24 que, quando alguém nos maltrata, embora não devamos retribuir-lhe o mal, somos seres humanos que sentimos os golpes ferinos oriundos do provocante que nos causam dor e, será natural, manifestarmos nossos sentimentos questionando a legitimidade de sua ação.
Como disse Aristóteles: "Qualquer um pode zangar-se - isso é facil. Mas zangar-se com a pessoa certa, na medida certa, na hora certa, pelo motivo certo e da maneira certa - não é facil. Sendo assim, lancemos fora o ódio, pois este, só traz danos emocionais, físicos e espirituais . Liberar ou pedir perdão (com sinceridade) traz contentamento e paz. Pode parecer muita fraqueza, tolice ou idílio tolerar arrogâncias e afrontas. Mas esse é o único caminho para vencer o mal ao invés de sermos por ele vencidos.
Ser violentamente pacífico: um bom caminho para as relações sociais.
A face do indivíduo pode ser considerada como símbolo de sua honra. Ousar desferir um golpe contra ela representa um atentado inadmissível à sua autoimagem, respeito e dignidade. Como dizia um colega de "baba" (desses temperamentais): "No rosto que mamãe beijou, quem bater morre." Infelizmente, ele que foi embora cedo.
Não faz parte da nossa natureza aceitar a ofensa com passividade. Palavras como Amor, Perdão e Mansidão são tidas como sinônimos de fraqueza ou tolice e, é assim que tendemos a interpretá-las. Além disso, vivemos numa época em que predomina a cultura do "bateu-levou".
Não obstante, Jesus ensinou aos seus discípulos que, ao sermos feridos na face direita, deveríamos voltar a outra também. Mt 5: 38, 39. Seriam tais palavras literais, ou apenas uma metáfora como um princípio de lição moral?
Anos atrás, li uma história de uma cristã chamada Garnesechi, moradora de Gênova, na Itália, que demosntrou em sua vida o dito do Mestre. Como "missionária", embora tivesse seus setenta anos, ela ia tocando campainha de casa em casa. Ao chegar numa residência uma mulher recusou-se abrir-lhe a porta. Garnesechi insistiu educadamente, mas foi surpreendida com um forte tapa no rosto. Esta senhora, genuinamente cristã, então, ofereceu à agressora a outra face. A mal humorada ficou embaraçada. Suas explosões de mau humor não costumavam provocar uma reação tão cristã. Em seguida desculpou-se, Garnesechi a perdoou e uma amizade duradoura foi travada.
Esse ensinamento de Jesus, embora traga uma mensagem clara e direta não deve ser entendido como um princípio literal a ser aplicado em todas circunstâncias. Uma prova disso é que o mesmo Jesus que mandou "dar a outra face", quando estava diante do sumo sacerdote Anás e foi esbofeteado por um guarda `bajulador´, não ofereceu a outra face nem guardou silêncio, mas protestou contra o abuso oponente. Jo 18:23.
Por outro lado percebemos que, embora Jesus protestasse contra a tirania covarde e injusta, ele não foi violento, nem rancoroso ou hostil. Jesus é nosso Modelo em tudo e nos mostrou de maneira prática como reagir em várias situações da vida.
Diante das tiranias covardes, insultos e agressões verbais ou físicas, geralmente surge duas alternativas a escolhermos: a indignação ou resignação. Ambas devem ser adotadas em seu devido contexto e serem empregadas no momento certo e na medida correta. Jesus ensinou tanto a protestar pacificamente os abusos, quanto a silenciar a voz e suportar as opressões e afrontas alheias.
Nas relações pessoais e interpessoais, pessoas irão nos ofender, machucar, humilhar, mas isso não significa que devemos sorrir, agradecer e dizer: "Faz de novo que eu adorei!". Indignação e zanga equilibrada se farão necessárias muitas vezes para expressarmos a nossa dor e questionar a legitimidade da injustiça sofrida. Foi o que Jesus fez.
Algumas vezes teremos que "levar desaforo pra casa", caso contrário, poderemos nem voltar para casa - brigas de trânsito por exemplo . Em outros momentos, porém, resignar-se ante algozes envenenados.
Um exemplo de protesto saudável foi retratado na vida de Martin Luther King em sua luta pelos direitos civis dos negros americanos. Luther King dosava perfeitamente indignação com mansidão. Talvez por isso, Mano Brown (Racionais Mcs), revoltado, disse certa vez que ele (Luther King)era "bonzinho demais" ao contrário de Rosa Parks que, supostamente, seria mais "ousada" contra os "brancos".
Como cristãos precisamos aprender a oferecer a outra face como Jesus ensinou e, ao mesmo tempo, saber o momento de se indignar justamente da maneira correta, mas não necessariamente voltando o rosto de forma literal.
Em Mateus 5:38,39, Jesus ensina que não devemos pagar o mal com mal; que não devemos retribuir a ofensa na "mesma moeda"; que não devemos recorrer à vingança como resposta, nem jamais fazer "justiça com as próprias mãos".
Em contrapartida, aprendemos em João 18:19-24 que, quando alguém nos maltrata, embora não devamos retribuir-lhe o mal, somos seres humanos que sentimos os golpes ferinos oriundos do provocante que nos causam dor e, será natural, manifestarmos nossos sentimentos questionando a legitimidade de sua ação.
Como disse Aristóteles: "Qualquer um pode zangar-se - isso é facil. Mas zangar-se com a pessoa certa, na medida certa, na hora certa, pelo motivo certo e da maneira certa - não é facil. Sendo assim, lancemos fora o ódio, pois este, só traz danos emocionais, físicos e espirituais . Liberar ou pedir perdão (com sinceridade) traz contentamento e paz. Pode parecer muita fraqueza, tolice ou idílio tolerar arrogâncias e afrontas. Mas esse é o único caminho para vencer o mal ao invés de sermos por ele vencidos.
Ser violentamente pacífico: um bom caminho para as relações sociais.
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