Palavra do leitor
- 10 de agosto de 2017
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O que o dinheiro não pode comprar?
‘’As leis do mercado, do mercado voltado a interpretar a vida e o ser humano como meios objetos, colocam para escanteio, mancham, depreciam, rebaixam, arruínam e desfiguram normas, valores e princípios de generosidade, de altruísmo, de reciprocidade, de solidariedade, de fraternidade, de companheirismo, de uma transcendência que me liga ao outro.’’
O dinheiro pode comprar muitas coisas, atenções, reconhecimentos, honrarias, privilégios e benefícios? Sem rodeios, pode sim! A questão de o que não pode comprar, já nos leva a uma corajosa e desavergonhada reflexão sobre até a dimensão, o impacto, os efeitos e as influências das leis do mercado e seus valores de custo e benefício, de compra e venda, como substitutos de atos e práticas regidos pela mais plena humanidade.
De certo, o término da Guerra Fria tirou o contraponto, o outro lado da moeda, a oposição do discurso socialista. Vou adiante, há uma afluência, há uma profusa irradiação da vida, segundo as engrenagens da aquisitividade. Por ora, arraigar-me-ei nos enredos do que não pode comprar e isto me leva ao texto de João 15.15, quando Jesus se dirigiu aos discípulos, com a afirmação de não serem escravos, objetos, meios, materiais a serem usados e direcionados para finalidades de interesses e satisfações de terceiros.
Digo isso, em função de que o dinheiro não pode comprar amigos, amizade e companheiros, muito embora possa os falsificar, tentar formar modelos parecidos e, independentemente disso, prosseguirão como um engano. Afinal de contas, amigos não se escolhem a dedo, não são produtos de uma espécie de engenharia relacional, não advém de uma imposição divina. Não por menos, amigos são o reflexo do que somos. Em outras palavras, imperfeitos, incompletos, sujeitos a falhas, a erros, a equívocos. De notar, transitórios, sujeitos as passagens passageiras de uma vida incerta, rodeada de por quais motivos, de situações sem respostas.
Agora, o dinheiro não pode comprar amigos, pode comprar colegas, camaradas, curiosos. Verdadeiramente, Jesus procura alterar o script de uma realidade virulentamente crédula na redenção ao dinheiro, ao poder, a força, ao esplendor, ao reconhecimento, por onde uns se beneficiam de outros, como parte de atender um propósito maior. Tristemente, estamos colocados num cenário pelo qual tudo aponta para ser comprado e vendido, ao qual isto também se dirige as questões da fé, da espiritualidade, da afetuosidade e, arrisco dizer, de uma maneira irreal. O prevalecente discurso de uma espiritualidade ancorada a comprar e vender a presença de Deus, por exemplo, retrata ainda mais uma geração embriagada por essa direção e, por consequência, com uma perda do senso de comunidade, da vida comunitária, de uns para se complementar ao outro.
Vale dizer, o dinheiro não pode comprar amigos e amizades verdadeiras, que vão além, adiante, promover o próximo, inclusive a estabelecer vínculos afetivos profundos. Aliás, somente os amigos se importam, adentram na dimensão do próximo, e são desafiados a trilhar pelos conflitos, pelos não (s), pelas discordâncias, por participar do aperfeiçoar e aprimorar da individualidade. Sempre é de bom parecer dizer e enfatizar, Jesus rompe e irrompe, com os discípulos, os traz a um patamar de equilíbrio e isto se dirige a homens, a seres humanos, com suas faces sombrias e perversas, os chama para o palco da Graça, para a leitura do olhar, ao qual proporciona o sentido e a reconciliação.
Sinceramente, quantas pessoas marcadas pelos idealismos de uma espécie de lei do mercado, da compra e da venda, ao qual, lá no fundo, são escravos de uma cultura subjugada ao que pode ser comprado e vendido. A consequência disso tudo, perpassa por uma geração receosa de encontros e elos de profundidade, pelo qual preferem substituir pessoas por animais, estilos de uma vida rasa, na superfície, sem conexões de perdão, de amor, de compaixão, de gratidão, de generosidade, de abraços que curam, de mãos que se estendem, de olhares que levam o outro e, enfim, de um chamado a sobrepujar, a gerar uma equanimidade, um equilíbrio, uma decência e dignidade entre as pessoas, uma salvação, uma cura de nossa humanidade, espiritualidade e emoção.
O dinheiro pode comprar muitas coisas, atenções, reconhecimentos, honrarias, privilégios e benefícios? Sem rodeios, pode sim! A questão de o que não pode comprar, já nos leva a uma corajosa e desavergonhada reflexão sobre até a dimensão, o impacto, os efeitos e as influências das leis do mercado e seus valores de custo e benefício, de compra e venda, como substitutos de atos e práticas regidos pela mais plena humanidade.
De certo, o término da Guerra Fria tirou o contraponto, o outro lado da moeda, a oposição do discurso socialista. Vou adiante, há uma afluência, há uma profusa irradiação da vida, segundo as engrenagens da aquisitividade. Por ora, arraigar-me-ei nos enredos do que não pode comprar e isto me leva ao texto de João 15.15, quando Jesus se dirigiu aos discípulos, com a afirmação de não serem escravos, objetos, meios, materiais a serem usados e direcionados para finalidades de interesses e satisfações de terceiros.
Digo isso, em função de que o dinheiro não pode comprar amigos, amizade e companheiros, muito embora possa os falsificar, tentar formar modelos parecidos e, independentemente disso, prosseguirão como um engano. Afinal de contas, amigos não se escolhem a dedo, não são produtos de uma espécie de engenharia relacional, não advém de uma imposição divina. Não por menos, amigos são o reflexo do que somos. Em outras palavras, imperfeitos, incompletos, sujeitos a falhas, a erros, a equívocos. De notar, transitórios, sujeitos as passagens passageiras de uma vida incerta, rodeada de por quais motivos, de situações sem respostas.
Agora, o dinheiro não pode comprar amigos, pode comprar colegas, camaradas, curiosos. Verdadeiramente, Jesus procura alterar o script de uma realidade virulentamente crédula na redenção ao dinheiro, ao poder, a força, ao esplendor, ao reconhecimento, por onde uns se beneficiam de outros, como parte de atender um propósito maior. Tristemente, estamos colocados num cenário pelo qual tudo aponta para ser comprado e vendido, ao qual isto também se dirige as questões da fé, da espiritualidade, da afetuosidade e, arrisco dizer, de uma maneira irreal. O prevalecente discurso de uma espiritualidade ancorada a comprar e vender a presença de Deus, por exemplo, retrata ainda mais uma geração embriagada por essa direção e, por consequência, com uma perda do senso de comunidade, da vida comunitária, de uns para se complementar ao outro.
Vale dizer, o dinheiro não pode comprar amigos e amizades verdadeiras, que vão além, adiante, promover o próximo, inclusive a estabelecer vínculos afetivos profundos. Aliás, somente os amigos se importam, adentram na dimensão do próximo, e são desafiados a trilhar pelos conflitos, pelos não (s), pelas discordâncias, por participar do aperfeiçoar e aprimorar da individualidade. Sempre é de bom parecer dizer e enfatizar, Jesus rompe e irrompe, com os discípulos, os traz a um patamar de equilíbrio e isto se dirige a homens, a seres humanos, com suas faces sombrias e perversas, os chama para o palco da Graça, para a leitura do olhar, ao qual proporciona o sentido e a reconciliação.
Sinceramente, quantas pessoas marcadas pelos idealismos de uma espécie de lei do mercado, da compra e da venda, ao qual, lá no fundo, são escravos de uma cultura subjugada ao que pode ser comprado e vendido. A consequência disso tudo, perpassa por uma geração receosa de encontros e elos de profundidade, pelo qual preferem substituir pessoas por animais, estilos de uma vida rasa, na superfície, sem conexões de perdão, de amor, de compaixão, de gratidão, de generosidade, de abraços que curam, de mãos que se estendem, de olhares que levam o outro e, enfim, de um chamado a sobrepujar, a gerar uma equanimidade, um equilíbrio, uma decência e dignidade entre as pessoas, uma salvação, uma cura de nossa humanidade, espiritualidade e emoção.
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