O que Noemi nos ensina sobre ser mulher

Tweetar

Em celebração ao 8 de março de 2023!

As ideias são úteis. As coisas são necessárias. As pessoas são importantes, então, o por qual finalidade não consideramos essas máximas?

O Dia Internacional da Mulher se aproxima e as mais variadas comemorações ocorrerão e, diga-se de passagem, com todos os elogios e merecimentos. É bem verdade, ao falar dessa data, adentramos nas conquistas contundentes das mulheres, em todos os campos da vida. São mulheres mães, são mulheres profissionais, são mulheres amigas, são mulheres irmãs, são mulheres pastoras, são mulheres cientistas, são mulheres poetas, são mulheres diaristas, são mulheres atrizes, são mulheres de todas as tribos, povos e raças, são mulheres ao enfrentarem as tensões e as contradições da vida, com suas inquietações e dissabores. Sem sombra de dúvida, não posso negar os impactos ocasionados pelos movimentos feministas, com a consolidação de toda uma sucessão de direitos e privilégios, embora, atualmente, preocupa-me o radicalismo e um destilar de cólera implacável de certos grupos progressistas, ao estabelecer um acentuar dos problemas das disparidades sociais, ao invés de haver um alcance pela proximidade e por resoluções. Nessa linha de raciocínio, uma figura bíblica me chama atenção, falo de Noemi, conforme discorrida sua trajetória em Rute 1.1 a 5, ao enfrentar as perdas de sua dimensão familiar, ao adentrar num evento de pontiaguda inquietação e remorso pessoal, a qual, em meio a todos esses componentes, escolhe ir adiante. Salienta-se, não mais como antes, as marcas se tornaram irremovíveis, mas se permitiu ser alcançada pelo futuro de Deus, pela esperança que a fez se motivada e orientada pelo fundamento criativo da boa nova, sem pesos e contrapesos. Sinceramente, a considero como uma referência esplendorosa para cada mulher e para cada ser humano. Por isso, a partir dos enredos vivenciados por Noemi, detenho-me ao dia internacional da mulher e procuro me debruçar nas diferenças notórias e nítidas de ser mulher. Aliás, não dá para negar, são patentes e incontestáveis. Além do mais, ao acompanhar os feitos das mulheres, digo, mulheres da minha convivência, até para não ir à direção de mitos, de ícones, de caricaturas distantes da realidade diária. Sabe, ao olhar para essas mulheres que sobrepujaram os mais aterradores diagnósticos e estão, aí, no fronte das escolhas e das decisões. Não falo, como enfocado, de heroínas, por apresentar muita dificuldade com essas versões para lá do humano. Simplesmente, permaneço no humano mesmo, com mulheres resilientes, resistentes e munidas de uma dignidade ímpar, de uma bravura singular e de olharem para o pôr do sol, sem renunciar a participação da vida e a vida nem sempre apreciável. Então, enfatizei mulheres da minha convivência, dos dez aos setenta anos e até mais, que disseram não aos vidros espatifados do abandono, do câncer, das debilidades de alguém próximo, da intolerância, dos não (s) mais doídos e, ainda assim, permitem-se e tem se permitido fluir no ritmo das lágrimas, na melodia dos afetos e no compasso da transcendência. Não diria uma transcendência, visto de cima para baixo. Em direção oposta, da transcendência que anda uma légua a mais, que se preocupa, que se lembra, que apaga a luz, que espera na fila, que ecoa um não aos empecilhos, aos sujos preconceitos e abusos. Eita, ser mulher envolve saltos, saltos de fé, de fé para não se envergonhar de transitar pelas alterações e pelas transformações de ser mulher. Talvez, sinceramente, nunca as compreenderei e, em parte, não vejo como um demérito, mas sim uma constante oportunidade para as admirar, admirar esse enigma e admirar esse diário. Dou mais uma pinçada, ser mulher não se restringe a um aspecto, porque se forma pelos enredos de narrativas amplas, difusas, multifacetadas e de uma vivificante dinâmica de feitos e aprendizados. Ademais, em meio a uma realidade tão confusa e convulsiva, consigo extrair, de muitas mulheres, a valia das virtudes, a relevância da verdade e a fecundidade das palavras, um feliz dia internacional das mulheres e que se prolongue, em nossas almas, em nossos espíritos e não seja somente uma mera formalidade.

Tweetar

Opinião do leitor