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Palavra do leitor

O que foi feito de William Lane Craig e sua visita ao Brasil?

Natasha e Natalia são jovens recém-convertidas. Desejam conhecer a Cristo. Resolvi ajuda-las. Sugeri a seguinte ordem de leitura da bíblia: os primeiros 11 capítulos de Gênesis; em seguida, só os três primeiros evangelhos; passo seguinte, Atos e depois Romanos. O restante é glacê.

Os primeiros 11 apontam para criação/queda e a ‘solução’; os evangelhos mostram o verbo encarnado; a Igreja (Atos), a manifestação a encarnação do verbo e Romanos, seus pilares.
O que isso tem a ver com Dr. Craig? Craig é o racionalismo na fé. Profissional da área. AQUI (http://www.youtube.com/watch?annotation_id=annotation_332279&feature=iv&src_vid=4jXu8vIlAoA&v=tE80p6i8Sug).

Esperava-se uma enxurrada de artigos sobre sua visita aqui no portal. Até agora, nenhum. Certo blog anti-ateísta (AQUI http://teismo.net/quebrandoneoateismo/) publica entrevista de Marco Túlio Pires (revista VEJA) com Dr. Craig. Antes da entrevista, porém, outro ponto.

Dawkins foi criticado por recusar-se a debater com Craig (AQUI http://www.guardian.co.uk/commentisfree/belief/2011/oct/22/richard-dawkins-refusal-debate-william-lane-craig?INTCMP=ILCNETTXT3487). Dawkins justificou seu não (AQUI http://www.guardian.co.uk/commentisfree/2011/oct/20/richard-dawkins-william-lane-craig) e Craig respondeu-lhe (AQUI http://www.bethinking.org/what-is-apologetics/dawkins-refuses-god-debate-with-william-lane-craig.htm).

A crítica feita por Dawkins: Craig é um retórico (profissional). Santo Agostinho ganhava a vida como retórico. Retórica é a arte da eloquência argumentativa. É conjunto de regras que constituem a arte da oratória. Constituía uma das três disciplinas mais importantes na Idade Média.

Dawkins não localiza Craig entre os filósofos e teólogos nas grandes revistas especializadas. Se se consultar ‘quem-é-quem’, Craig realmente não aparece. Segundo ele, Craig é debatedor profissional.

Eis a entrevista para ilustrar esse aspecto de ‘debatedor (retórico) profissional’do Dr. Craig.

M.T. “O senhor defende em seu site [...] que Deus ordena a destruição da cidade de Canaã, inclusive autorizando o genocídio, argumentando que os inocentes mortos [...] seriam salvos pela graça divina. Esse não é um argumento [...] daqueles usados por terroristas [...]?”

CRAIG: “A teoria ética desses terroristas não está errada. Isso, contudo, não quer dizer que eles estão certos. O problema é a crença deles no deus errado. O verdadeiro Deus não ordena atos terroristas e, portanto, eles estariam cometendo uma atrocidade moral. Quero dizer que se Deus decide tirar a vida de uma pessoa inocente, especialmente uma criança, a Sua graça se estende a ela”

M.T. “Se o terrorista é cristão o ato terrorista motivado pela religião é justificável, por ele acreditar no Deus ‘certo’?”

CRAIG. “Não é suficiente acreditar no deus certo. É preciso garantir que os comandos divinos estão sendo corretamente interpretados. Não acho que Deus dê esse tipo de comando hoje em dia. Os casos do Velho Testamento, como a conquista de Canaã, não representam a vontade normal de Deus” [Craig não nega o genocídio].

M.T. “O sr. está querendo dizer que Deus também está sujeito a variações de humor? Não é plausível esperar que pelo menos Ele seja consistente?”

CRAIG. “Penso que Deus pode fazer exceções aos comandos morais que dá. O principal exemplo no Velho Testamento é a ordem que ele dá a Abraão para sacrificar seu filho Isaque. Se Abraão tivesse feito isso por iniciativa própria, isso seria uma abominação. O deus do Velho Testamento condena o sacrifício infantil. Essa foi uma das razões que o levou a ordenar a destruição das nações pagãs ao redor de Israel. Elas estavam sacrificando crianças aos seus deuses. E, no entanto, Deus dá essa ordem extraordinária a Abraão: sacrificar o próprio filho Isaque. Isso serviu para verificar a obediência e fé dele. Mas isso é a exceção que prova a regra. Não é a forma normal com que Deus conduz os assuntos humanos. Mas porque Deus é Deus, Ele tem a possibilidade de abrir exceções em alguns casos extremos, como esse”.

M.T. “O sr. disse que não é suficiente ter o deus certo, é preciso fazer a interpretação correta dos comandos divinos. Como garantir que a sua interpretação é objetivamente correta?”.

CRAIG. “As coisas que digo são baseadas no que Deus nos deu a conhecer sobre si mesmo e em preceitos registrados na Bíblia, que é a palavra d’Ele. Refiro-me a determinações sobre a vida humana, como ‘não matarás’. Deus condena o sacrifício de crianças, Seu desejo é que amemos uns ao outros. Essa é a Sua moral geral. Seria apenas em casos excepcionalmente extremos, como o de Abraão e Isaque, que Deus mudaria isso. Se eu achar que Deus me comandou a fazer algo que é contra o Seu desejo moral geral, revelado na escritura, o mais provável é que eu tenha entendido errado. Temos a revelação do desejo moral de Deus e é assim que devemos nos comportar”.

PS. Imaginei Natasha e Natalia diante do texto de Isaque, Juízes 11:30-40 e o genocídio, agora lendo Dr. Craig!
P - RN
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