Palavra do leitor
- 19 de dezembro de 2011
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O que dizer do Natal?
Mesa para dois
a mesa
olhares
verte farsas,
o pires
duas xícaras
porções de lágrimas,
o vaivém
anônimos afoitos
páginas espúrias,
no ostracismo da paz
monturos de vísceras
em paredes de porcelana,
no soar do vazio
o divã na praça
órfão de inconscientes...
Mais uma manhã pigmentada pelos derradeiros momentos da primavera. O silêncio imperativo, uníssono companheiro, me acompanha nessa procissão por e pelas palavras.
Desde já, prenúncio um bocado de apontamentos e ponderações sobre o que dizer do Natal.
É bem verdade, poderia e não tornaria nenhum exagero enfocar e entoar altissonantemente o autêntico sentido dessa data.
Diga-se de passagem, enredada por miríades de interpretações. Mesmo assim, aqui estou numa caminhada irreversível em direção a mais um vinte e cinco de dezembro.
Aliás, muitos consideram como o marco fundamental, o divisor indiscutível, a fronteira entre o antes e o depois nos enredos da história humana.
Seja em amplo ou contida dimensão, a persona de "Cristo" prossegue a adentrar aos estábulos da alma humana e sua saga tem sido esparramada nas páginas de cada transição e de cada transformação.
Aqui, lanço a questão de ser algo não detido aos vitrais e murais, portais e outros elementos pertencentes a um povo, a uma idéia, a uma convicção.
Em direção oposta, eqüidistante de qualquer pieguice e neste trecho cutuco os cristãos sobre o quanto a presença dessa autêntica contradição nos scritps da previsibilidade pode ser visto como parte nossas vidas.
Afinal de contas, embora não sejamos imunes as tensões e ambigüidades da realidade da qual fazemos parte, conseguiríamos afirmar e externar as máximas de toda a intenção do natal, do nascimento de Cristo (se ocorreu em 25 de dezembro ou não, por ora – não vem ao caso).
Devo reconhecer a dura e árdua resposta, principalmente, quando olhamos e participarmos de uma cultura da insatisfação, de um culto ao sucesso como via de reconhecimento e aceitação, de uma ética e felicidade impulsionada pelas engrenagens do imediato.
Evidentemente, para não fugir o esperado, nos mais diversificados templos evangélicos, protestantes, católicos, ortodoxos e outros, deparar – nos – emos com o enfoque voltado a abordar o nascimento de Cristo.
As vezes cogito, será que não nos mantemos conformados com um cerimonial praticado por uma parcela relevante da população mundial?
De certo, a aproximação do natal provoca uma olhadela para o futuro que encontraremos, ou seja, da popular virada do ano. Quantos não vêem a hora das férias coletivas, fugirem da turbulência do cotidiano de comparações e comprovações.
Para não quebrar as regras, o amigo secreto, as festas nas empresas, o almoço familiar, a compra de presentes sei lá mais o que.
Não venho aqui abominar o natal; no entanto, o que ‘’eu’’ posso dizer do natal, senão uma derradeira oportunidade para me encontrar com a vida na sua mais pura e simples nascente.
Vou além, essa vida despida, vida na vulnerabilidade de um estábulo envolta por palhas, um ambiente lançado no anonimato e uma profunda ofensa aos anseios de uma tendência por ufanias e convicções.
Acredito, particularmente, ser essa a sina, ou a cruz a ser carregada por cada cristão, livre das camadas espessas de defesas que nos distanciam do próximo. Vai lá, efetivamente, compreender e discernir esse itinerário que perpassou pelo Egito, símbolo da mundanidade.
Talvez, em função de a Graça se manifestar na mundanidade e, numa frontal contradição, ali florescer a santidade, a transcendência e a espiritualidade.
Presumidamente, a Graça adquire sentido, motivo e destino na realidade de cada dia, com suas contingências e convulsões.
Por fim, o que dizer e digo do natal?
Arrisco, uma decisão por ser face, lágrimas, riso, abraço (s), afetuosidade (s), irreverência, tolerância, fé (lúdica, companheira) e ser imagem e semelhança das boas – notícias, diante dos homens.
Não paro por aqui, enfrentar a realidade crua e nua dos excluídos, dos marginalizados, dos imponentes, dos hostis, dos humanistas, dos sectários, dos oportunistas, dos leigos, dos doutos e etceres.
Natal, natal, natal!..
Ah, natal por onde coadjuvantes são vistos e tratados como protagonistas.
a mesa
olhares
verte farsas,
o pires
duas xícaras
porções de lágrimas,
o vaivém
anônimos afoitos
páginas espúrias,
no ostracismo da paz
monturos de vísceras
em paredes de porcelana,
no soar do vazio
o divã na praça
órfão de inconscientes...
Mais uma manhã pigmentada pelos derradeiros momentos da primavera. O silêncio imperativo, uníssono companheiro, me acompanha nessa procissão por e pelas palavras.
Desde já, prenúncio um bocado de apontamentos e ponderações sobre o que dizer do Natal.
É bem verdade, poderia e não tornaria nenhum exagero enfocar e entoar altissonantemente o autêntico sentido dessa data.
Diga-se de passagem, enredada por miríades de interpretações. Mesmo assim, aqui estou numa caminhada irreversível em direção a mais um vinte e cinco de dezembro.
Aliás, muitos consideram como o marco fundamental, o divisor indiscutível, a fronteira entre o antes e o depois nos enredos da história humana.
Seja em amplo ou contida dimensão, a persona de "Cristo" prossegue a adentrar aos estábulos da alma humana e sua saga tem sido esparramada nas páginas de cada transição e de cada transformação.
Aqui, lanço a questão de ser algo não detido aos vitrais e murais, portais e outros elementos pertencentes a um povo, a uma idéia, a uma convicção.
Em direção oposta, eqüidistante de qualquer pieguice e neste trecho cutuco os cristãos sobre o quanto a presença dessa autêntica contradição nos scritps da previsibilidade pode ser visto como parte nossas vidas.
Afinal de contas, embora não sejamos imunes as tensões e ambigüidades da realidade da qual fazemos parte, conseguiríamos afirmar e externar as máximas de toda a intenção do natal, do nascimento de Cristo (se ocorreu em 25 de dezembro ou não, por ora – não vem ao caso).
Devo reconhecer a dura e árdua resposta, principalmente, quando olhamos e participarmos de uma cultura da insatisfação, de um culto ao sucesso como via de reconhecimento e aceitação, de uma ética e felicidade impulsionada pelas engrenagens do imediato.
Evidentemente, para não fugir o esperado, nos mais diversificados templos evangélicos, protestantes, católicos, ortodoxos e outros, deparar – nos – emos com o enfoque voltado a abordar o nascimento de Cristo.
As vezes cogito, será que não nos mantemos conformados com um cerimonial praticado por uma parcela relevante da população mundial?
De certo, a aproximação do natal provoca uma olhadela para o futuro que encontraremos, ou seja, da popular virada do ano. Quantos não vêem a hora das férias coletivas, fugirem da turbulência do cotidiano de comparações e comprovações.
Para não quebrar as regras, o amigo secreto, as festas nas empresas, o almoço familiar, a compra de presentes sei lá mais o que.
Não venho aqui abominar o natal; no entanto, o que ‘’eu’’ posso dizer do natal, senão uma derradeira oportunidade para me encontrar com a vida na sua mais pura e simples nascente.
Vou além, essa vida despida, vida na vulnerabilidade de um estábulo envolta por palhas, um ambiente lançado no anonimato e uma profunda ofensa aos anseios de uma tendência por ufanias e convicções.
Acredito, particularmente, ser essa a sina, ou a cruz a ser carregada por cada cristão, livre das camadas espessas de defesas que nos distanciam do próximo. Vai lá, efetivamente, compreender e discernir esse itinerário que perpassou pelo Egito, símbolo da mundanidade.
Talvez, em função de a Graça se manifestar na mundanidade e, numa frontal contradição, ali florescer a santidade, a transcendência e a espiritualidade.
Presumidamente, a Graça adquire sentido, motivo e destino na realidade de cada dia, com suas contingências e convulsões.
Por fim, o que dizer e digo do natal?
Arrisco, uma decisão por ser face, lágrimas, riso, abraço (s), afetuosidade (s), irreverência, tolerância, fé (lúdica, companheira) e ser imagem e semelhança das boas – notícias, diante dos homens.
Não paro por aqui, enfrentar a realidade crua e nua dos excluídos, dos marginalizados, dos imponentes, dos hostis, dos humanistas, dos sectários, dos oportunistas, dos leigos, dos doutos e etceres.
Natal, natal, natal!..
Ah, natal por onde coadjuvantes são vistos e tratados como protagonistas.
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