Palavra do leitor
- 10 de fevereiro de 2012
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O que a história da adúltera nos ensina(e o que ignoramos)
A cena era proposital: "vamos colocar Jesus numa sinuca".
Assim aconteceu outras vezes. O caso do dever de obedecer a Cesar é um exemplo. Mas dessa vez a oportunidade era perfeita pra obrigar Jesus a blasfemar contra a Lei de Moisés, o que legitimaria uma possível perseguição de segmentos religiosos contra ele; se ele, por outro lado, confirmasse a Lei, por que se opunha a ela tantas vezes antes?
O palco foi montado com uma adúltera, que de acordo com a Lei deveria ser apedrejada. Era literal a ordenança e não havia espaço pra qualquer outra interpretação. Adultério era sinônimo de apedrejamento e ponto final.
Na verdade convivemos com um pé atrás nessa história porque ela é, acima de tudo, imoral. Ela trata de não fazer o que aprendemos a fazer compenetradamente: distribuir acusações e condenações pelo mundo, anunciando que essa é a vontade de Deus.
E não é à toa que concentramos nossa atenção e nosso ensino na segunda parte do que Jesus falou.
O Nazareno já tinha ensinado que quem odeia é também assassino e que desejar alguém no coração é semelhante a adultério. Isso coloca todo mundo(todo o mundo mesmo) debaixo da mesma condenação: somos um bando de assassinos e adúlteros. Isso por si só já deveria baixar a bola de todo religioso na tentativa de parecer ou se achar melhor que alguém. Mas tratamos logo de esconder esse ensino de Jesus de modo a não denunciarmos nossa própria e completa imoralidade.
O mais incrível é que aquele que tinha todo o direito de julgar e condenar a mulher não o faz. Só podemos entender a 2ª parte("Vai e não peques mais"), que adoramos enfatizar e pregar e memorizar, se realmente aceitarmos a 1ª.
"Eu não te condeno".
Um total absurdo. É como se Jesus estivesse falando: "Como eu ensinei anteriormente, desejar já é adulterar, de modo que ninguém escapa dessa imoralidade. Você não é exceção e eu não te condeno por isso". Logo depois: "Vai pra tua casa e não vacila mais nisso, tá bom?"
Pior(melhor) que isso, ele foi diretamente contra a Lei escrita. Ela mandava apedrejar; ele não só expôs a vergonha dos acusadores(incrível os fariseus da época de Jesus serem menos fariseus que nós - todos largaram as pedras num ato de aceitação do pecado que também cometiam), mas também absolveu a mulher por algo que deveria levá-la ao apedrejamento.
Interessante que, mesmo indo diretamente contra a Lei(escrita), ele não a aboliu. Pelo contrário, e como ele mesmo disse, levou a Lei ao seu cumprimento pleno, revelando que em termos de sexualidade(e assassinato) todos estamos no mesmo nível.
Assim aconteceu outras vezes. O caso do dever de obedecer a Cesar é um exemplo. Mas dessa vez a oportunidade era perfeita pra obrigar Jesus a blasfemar contra a Lei de Moisés, o que legitimaria uma possível perseguição de segmentos religiosos contra ele; se ele, por outro lado, confirmasse a Lei, por que se opunha a ela tantas vezes antes?
O palco foi montado com uma adúltera, que de acordo com a Lei deveria ser apedrejada. Era literal a ordenança e não havia espaço pra qualquer outra interpretação. Adultério era sinônimo de apedrejamento e ponto final.
Na verdade convivemos com um pé atrás nessa história porque ela é, acima de tudo, imoral. Ela trata de não fazer o que aprendemos a fazer compenetradamente: distribuir acusações e condenações pelo mundo, anunciando que essa é a vontade de Deus.
E não é à toa que concentramos nossa atenção e nosso ensino na segunda parte do que Jesus falou.
O Nazareno já tinha ensinado que quem odeia é também assassino e que desejar alguém no coração é semelhante a adultério. Isso coloca todo mundo(todo o mundo mesmo) debaixo da mesma condenação: somos um bando de assassinos e adúlteros. Isso por si só já deveria baixar a bola de todo religioso na tentativa de parecer ou se achar melhor que alguém. Mas tratamos logo de esconder esse ensino de Jesus de modo a não denunciarmos nossa própria e completa imoralidade.
O mais incrível é que aquele que tinha todo o direito de julgar e condenar a mulher não o faz. Só podemos entender a 2ª parte("Vai e não peques mais"), que adoramos enfatizar e pregar e memorizar, se realmente aceitarmos a 1ª.
"Eu não te condeno".
Um total absurdo. É como se Jesus estivesse falando: "Como eu ensinei anteriormente, desejar já é adulterar, de modo que ninguém escapa dessa imoralidade. Você não é exceção e eu não te condeno por isso". Logo depois: "Vai pra tua casa e não vacila mais nisso, tá bom?"
Pior(melhor) que isso, ele foi diretamente contra a Lei escrita. Ela mandava apedrejar; ele não só expôs a vergonha dos acusadores(incrível os fariseus da época de Jesus serem menos fariseus que nós - todos largaram as pedras num ato de aceitação do pecado que também cometiam), mas também absolveu a mulher por algo que deveria levá-la ao apedrejamento.
Interessante que, mesmo indo diretamente contra a Lei(escrita), ele não a aboliu. Pelo contrário, e como ele mesmo disse, levou a Lei ao seu cumprimento pleno, revelando que em termos de sexualidade(e assassinato) todos estamos no mesmo nível.
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