Palavra do leitor
- 24 de junho de 2011
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O profeta subversivo, o Deus esquecido e a Marcha Pra Jesus
"O Evangelho, sem Cristo, se torna na mais maléfica das experiências para o ser humano".
O encontro entre profecia e subversão pode transparecer como algo inadmíssivel. De certo, se partirmos para uma ala de defesa irrestrita, segundo uma percepção hermética do evangelho, seremos coagidos a concordar.
Noutro lado, podemos reelaborar nossas direções e trilhar pela proposta do inconformismo. E bem verdade, embora tais intenções, voltadas a não se amoldar ao presente século, ressoem como quimeras e esforços inócuos, para muitos.
Independentemente disso, aporto - me nas direções e posturas assumidas pelo Profeta Amós. Aliás, a princípio, um estranho no ninho no tocante a uma cultura de profetas. Diga - se passagem, suas palavras desaguavam a vida como ela é, com suas ambiguidades, com suas tensões, com suas vicissitudes, com suas lamúrias e indagações.
Afinal de contas, a trajetória de Amós oposta aos meandros de Profetas da estirpe de Isaías, do naipe de Jeremias.
Enfim, o boiadeiro Amós exprimiu uma dialética de impactos, de alquebrar com todos os protocolos e os formalismos de uma ''coexistência pacífica'' do institucionalismo civil e eclesiástico.
Sem freios na língua, adotou a rota de pontuar as mazelas de uma sociedade atrelada a um passado de feitos notórios e estupendos, mas de um presente de hipocrisia e covardia.
Eis o quão e quanto intempestivo e bombástico eram as intervenções desse Profeta.
Cabe salientar, propalador de um Deus esquecido nos subterrâneos. Diria, adrede ou de propósito lançado com sua exigência de justiça, de misericórdia, de respeito e dignidade ao ostracismo, juntamente com os flagelados pela miséria.
Em outras palavras, Amós bota a boca no trombone. Melhor dito, o Deus esquecido encontrou um itinerário para colocar suas insatisfação e reprovação.
Não pra menos, as autoridades constituidas se mexiam e remexiam das cadeiras, quando, somente, percebima as fagulhas das palavras do Profeta de rupturas, de fissuras nas paredes das conveniências éticas, jurídicas, teológicas, sociais, econômicas e por ai vai.
Ouso dizer, por meio de uma simplória ilustração, a figura de Amós pode ser cotejada como uma criança que pegou uma pedra e atirou em direção a uma vespeiro, dentro de um casarão de luxo.
Pronto, a aparente festividade acabou num alvoroço e numa tresloucada tentativa dos participantes de fugirem das ferruadas. Agora, soçobou um problema, a criança foi embora e deixou as chaves do casarão para um homem.
Sem titubear, a cada aparição de Amós, o Deus esquecido vinha a galope,com sua voracidade por justiça, por igualdade, por respeito e por obediência, era notório um discurso coeso, de efeitos práticos e despidos das retóricas evasivas dos templos de marfins. Ninguém escapava! Todos adentravam na pauta dos por quais motivos!
De maneira surpreendente, o Deus legalista conluiado com uma elite leviana e indiferente a massa vilipendiada são denunciados.
Nada de sacrifícios! Nada de templos suntuosos! Nada de marchas apoteóticas! Nada de congressos de ajuntamentos! Nada de elucubrações, sem colocar os pés no cotidiano! Nada de avivamentos que viram as costas paras os indigentes de liberdade, de bem - aventuranças!
Nada de uma salvação restrita ao aqui e agora! Nada de um discurso apartado de um resgate da existência humana, tornando – a autêntica, de uma fé que leve o ser humano a uma liberdade de ser, de uma espiritualidade que não o leve a um estado de esquizofrenia – paranoica.
Eita cabra arretado, de uma tonalidade ferrenha e despedaçadora das desculpas esfarrapadas, libertário, apaixonado e livre para caminhar com Deus esquecido.
A grosso modo, o Deus munido de utopias que vertem lágrimas, afetos, momentos de dúvidas, não fecha os olhos para os percalços do dia – a – dia, dos convalidos, dos tiranos vestidos com verdades espúrias, com santos do pau oco.
Quem sabe, no palpitar desse aclamado século regido pela pletora de informações, de conexões, de interligações e dinamismo, não seja vital nos embrenharmos no nascedouro de uma profecia inconformada, de uma marcha norteada a dizer não a tantas marcas de impiedades, de injustiças, de iniquidades e de indecências.
Enquanto prosseguirmos amoldados nos quartos das conveniências, de sermos adeptos e discípulos íntegros de uma vida de ter e ter, de deixar o Deus esquecido nas prateleiras de tradições tolas e lembrado, restritamente, aos domingos ou em algum evento isolado, não colheremos o evangelho que quer bradar em bom e alto som para uma realidade órfã de sentido, de destino e motivo.
O encontro entre profecia e subversão pode transparecer como algo inadmíssivel. De certo, se partirmos para uma ala de defesa irrestrita, segundo uma percepção hermética do evangelho, seremos coagidos a concordar.
Noutro lado, podemos reelaborar nossas direções e trilhar pela proposta do inconformismo. E bem verdade, embora tais intenções, voltadas a não se amoldar ao presente século, ressoem como quimeras e esforços inócuos, para muitos.
Independentemente disso, aporto - me nas direções e posturas assumidas pelo Profeta Amós. Aliás, a princípio, um estranho no ninho no tocante a uma cultura de profetas. Diga - se passagem, suas palavras desaguavam a vida como ela é, com suas ambiguidades, com suas tensões, com suas vicissitudes, com suas lamúrias e indagações.
Afinal de contas, a trajetória de Amós oposta aos meandros de Profetas da estirpe de Isaías, do naipe de Jeremias.
Enfim, o boiadeiro Amós exprimiu uma dialética de impactos, de alquebrar com todos os protocolos e os formalismos de uma ''coexistência pacífica'' do institucionalismo civil e eclesiástico.
Sem freios na língua, adotou a rota de pontuar as mazelas de uma sociedade atrelada a um passado de feitos notórios e estupendos, mas de um presente de hipocrisia e covardia.
Eis o quão e quanto intempestivo e bombástico eram as intervenções desse Profeta.
Cabe salientar, propalador de um Deus esquecido nos subterrâneos. Diria, adrede ou de propósito lançado com sua exigência de justiça, de misericórdia, de respeito e dignidade ao ostracismo, juntamente com os flagelados pela miséria.
Em outras palavras, Amós bota a boca no trombone. Melhor dito, o Deus esquecido encontrou um itinerário para colocar suas insatisfação e reprovação.
Não pra menos, as autoridades constituidas se mexiam e remexiam das cadeiras, quando, somente, percebima as fagulhas das palavras do Profeta de rupturas, de fissuras nas paredes das conveniências éticas, jurídicas, teológicas, sociais, econômicas e por ai vai.
Ouso dizer, por meio de uma simplória ilustração, a figura de Amós pode ser cotejada como uma criança que pegou uma pedra e atirou em direção a uma vespeiro, dentro de um casarão de luxo.
Pronto, a aparente festividade acabou num alvoroço e numa tresloucada tentativa dos participantes de fugirem das ferruadas. Agora, soçobou um problema, a criança foi embora e deixou as chaves do casarão para um homem.
Sem titubear, a cada aparição de Amós, o Deus esquecido vinha a galope,com sua voracidade por justiça, por igualdade, por respeito e por obediência, era notório um discurso coeso, de efeitos práticos e despidos das retóricas evasivas dos templos de marfins. Ninguém escapava! Todos adentravam na pauta dos por quais motivos!
De maneira surpreendente, o Deus legalista conluiado com uma elite leviana e indiferente a massa vilipendiada são denunciados.
Nada de sacrifícios! Nada de templos suntuosos! Nada de marchas apoteóticas! Nada de congressos de ajuntamentos! Nada de elucubrações, sem colocar os pés no cotidiano! Nada de avivamentos que viram as costas paras os indigentes de liberdade, de bem - aventuranças!
Nada de uma salvação restrita ao aqui e agora! Nada de um discurso apartado de um resgate da existência humana, tornando – a autêntica, de uma fé que leve o ser humano a uma liberdade de ser, de uma espiritualidade que não o leve a um estado de esquizofrenia – paranoica.
Eita cabra arretado, de uma tonalidade ferrenha e despedaçadora das desculpas esfarrapadas, libertário, apaixonado e livre para caminhar com Deus esquecido.
A grosso modo, o Deus munido de utopias que vertem lágrimas, afetos, momentos de dúvidas, não fecha os olhos para os percalços do dia – a – dia, dos convalidos, dos tiranos vestidos com verdades espúrias, com santos do pau oco.
Quem sabe, no palpitar desse aclamado século regido pela pletora de informações, de conexões, de interligações e dinamismo, não seja vital nos embrenharmos no nascedouro de uma profecia inconformada, de uma marcha norteada a dizer não a tantas marcas de impiedades, de injustiças, de iniquidades e de indecências.
Enquanto prosseguirmos amoldados nos quartos das conveniências, de sermos adeptos e discípulos íntegros de uma vida de ter e ter, de deixar o Deus esquecido nas prateleiras de tradições tolas e lembrado, restritamente, aos domingos ou em algum evento isolado, não colheremos o evangelho que quer bradar em bom e alto som para uma realidade órfã de sentido, de destino e motivo.
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