Palavra do leitor
- 15 de setembro de 2009
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O problema do puritanismo
O problema do puritanismo é naturalmente do meu mais alto interesse, pois se por um lado este forma personalidades religiosas notáveis, por outro lado, todavia, às vezes, pode levar a uma catástrofe psicológica.(…)
Em todo tempo o homem cedeu à ânsia de localizar o mal e o diabo.(…)
Que alívio é para quem está sendo atormentado por uma consciência pesada, poder localizar o mal fora de si.
Ora, o puritanismo me parece proceder de maneira análoga.(…)
A intenção original foi muito mais positiva do que negativa. (…) Mas com o tempo sucedeu que aquele aspecto negativo do puritanismo de Genebra e suas ramificações na Escócia prevaleceu, mais tarde também nos Estados Unidos. A partir de então apareceu como uma tentação ao Puritanismo localizar o mal: Através de uma espécie de pacto social cria-se uma lista de coisas proibidas.(…)
O sentido psicológico contudo me parece estar em arranjar àquele que observa a rigorosa lista uma consciência limpa, a qual se encontra dentro do campo do possível, porque a lista é limitada, independente do quão implacável ela seja.
Assim o industrial puritano do [pen]último século podia ter uma consciência limpa, quando levava uma vida exemplar e era muito exigente consigo mesmo em relação às coisas proibidas, sem porém perceber, que aproveitava da miséria de seus trabalhadores, apesar de toda sua generosidade paternalista. (…) A literatura moderna com Camus, Sartre ou Simone Weil despertou–nos novamente a má consciência sem limites, a qual se sente responsável por toda injustiça do mundo, da qual não se pode renegar de uma forma barata através de um estilo de vida austero, e para qual nenhuma outra resposta existe a não ser a infinita graça divina.
Paul Tournier em
L´homme et son lieu [O homem e seu lugar]
teologia-livre.blogspot.com
Em todo tempo o homem cedeu à ânsia de localizar o mal e o diabo.(…)
Que alívio é para quem está sendo atormentado por uma consciência pesada, poder localizar o mal fora de si.
Ora, o puritanismo me parece proceder de maneira análoga.(…)
A intenção original foi muito mais positiva do que negativa. (…) Mas com o tempo sucedeu que aquele aspecto negativo do puritanismo de Genebra e suas ramificações na Escócia prevaleceu, mais tarde também nos Estados Unidos. A partir de então apareceu como uma tentação ao Puritanismo localizar o mal: Através de uma espécie de pacto social cria-se uma lista de coisas proibidas.(…)
O sentido psicológico contudo me parece estar em arranjar àquele que observa a rigorosa lista uma consciência limpa, a qual se encontra dentro do campo do possível, porque a lista é limitada, independente do quão implacável ela seja.
Assim o industrial puritano do [pen]último século podia ter uma consciência limpa, quando levava uma vida exemplar e era muito exigente consigo mesmo em relação às coisas proibidas, sem porém perceber, que aproveitava da miséria de seus trabalhadores, apesar de toda sua generosidade paternalista. (…) A literatura moderna com Camus, Sartre ou Simone Weil despertou–nos novamente a má consciência sem limites, a qual se sente responsável por toda injustiça do mundo, da qual não se pode renegar de uma forma barata através de um estilo de vida austero, e para qual nenhuma outra resposta existe a não ser a infinita graça divina.
Paul Tournier em
L´homme et son lieu [O homem e seu lugar]
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