Palavra do leitor
- 14 de julho de 2008
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O problema da subcultura evangélica
A cidade do Rio de Janeiro tem grande presença de evangélicos. Mas que diferença isso faz? Ao vermos notícias de violência urbana na Capital Fluminense, como se estivesse em guerra, não podemos deixar de pensar no tipo de contribuição que as igrejas têm dado por lá. A idéia que se tem é de que o Rio de Janeiro está entregue a forças do mal, uma terra sem lei e sem oração.
Mas isso não é exclusividade dos cariocas. Nós evangélicos brasileiros criamos uma subcultura evangélica, em vez de influenciarmos a cultura social. Temos nosso modo de vestir, nossa linguagem, nossas músicas, nossos costumes, nossas preferências, e até nossos políticos, e não estamos nem aí. Temos nosso mundo à parte, parecemos estrangeiros em nossa própria terra - não pela consciência da cidadania celestial, mas pela fuga da realidade mesmo. Se o mundo é pecaminoso, se ele "jaz no maligno", a gente fica bem confortável numa cultura gospel.
Nosso ativismo político resume-se a lutar em cima da hora contra projetos de lei que ferem questões de moralidade cristã, mas nosso critério de moralidade envolve basicamente a sexualidade. Não nos importamos com a corrupção, com a injustiça social, e em temas éticos a Igreja Católica é bem mais ativa e coerente do que todos os evangélicos juntos.
Essa atitude de isolamento faz com que a sociedade nos veja como fundamentalistas, pessoas obscuras, fanáticos, membros de um setor social alheio a tudo, e que só se interessa pelo mundo exterior quando lhe convém. Aliás, quando as igrejas resolvem estabelecer qualquer contato com o mundo exterior é problema na certa.
Nosso discurso é alienado, nossa prática é fragmentada, nossa união é uma quimera, nossa melhor teologia é importada da Alemanha e o lixo da auto-ajuda é trazido dos Estados Unidos e imitado por lobos aproveitadores do rebanho.
Falamos de Escatologia a partir de manuais de denominação a um público carente de pastoreio, de exposição bíblica contextualizada, de enfrentamento de problemas morais e doutrinários. Deixamos o povo faminto e doente porque a comida é pobre e o remédio é caro.
As pregações mais assistidas e admiradas baseiam-se em alegorias desprovidas de verdade e carregadas de emoções superficiais.
Aqui em Campo Grande-MS a CPI do Sistema Carcerário encontrou presos dormindo com porcos na Colônia Penal Agrícola. Será que nossa falta de noção vai fazer com que perguntemos se entre eles não estaria o filho pródigo?
Mas isso não é exclusividade dos cariocas. Nós evangélicos brasileiros criamos uma subcultura evangélica, em vez de influenciarmos a cultura social. Temos nosso modo de vestir, nossa linguagem, nossas músicas, nossos costumes, nossas preferências, e até nossos políticos, e não estamos nem aí. Temos nosso mundo à parte, parecemos estrangeiros em nossa própria terra - não pela consciência da cidadania celestial, mas pela fuga da realidade mesmo. Se o mundo é pecaminoso, se ele "jaz no maligno", a gente fica bem confortável numa cultura gospel.
Nosso ativismo político resume-se a lutar em cima da hora contra projetos de lei que ferem questões de moralidade cristã, mas nosso critério de moralidade envolve basicamente a sexualidade. Não nos importamos com a corrupção, com a injustiça social, e em temas éticos a Igreja Católica é bem mais ativa e coerente do que todos os evangélicos juntos.
Essa atitude de isolamento faz com que a sociedade nos veja como fundamentalistas, pessoas obscuras, fanáticos, membros de um setor social alheio a tudo, e que só se interessa pelo mundo exterior quando lhe convém. Aliás, quando as igrejas resolvem estabelecer qualquer contato com o mundo exterior é problema na certa.
Nosso discurso é alienado, nossa prática é fragmentada, nossa união é uma quimera, nossa melhor teologia é importada da Alemanha e o lixo da auto-ajuda é trazido dos Estados Unidos e imitado por lobos aproveitadores do rebanho.
Falamos de Escatologia a partir de manuais de denominação a um público carente de pastoreio, de exposição bíblica contextualizada, de enfrentamento de problemas morais e doutrinários. Deixamos o povo faminto e doente porque a comida é pobre e o remédio é caro.
As pregações mais assistidas e admiradas baseiam-se em alegorias desprovidas de verdade e carregadas de emoções superficiais.
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dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.
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