Palavra do leitor
- 24 de junho de 2009
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O problema com o artigo de Ricardo Quadros Gouvêa
Li o "O problema com Rick Warren" e fiz considerações. Foi bem ofensivo e ele confunde o livro "Uma Igreja com Propósitos" com outros q Warren já publicou sobre crescimento da igreja. Não sou fã de fórmulas, mas vejo mta coisa boa no movimento, inclusive uma parada para reflexão sobre a caminhada.
O autor pressupõe q Warren não está disposto a sofrer. Mas isto não é verdade. Ele foi o único líder evangélico que eu conheço q ousou lutar na mídia secular, de forma inteligente, contra o homossexualismo. Com a sua influência, e a de outros líderes, é lógico, o casamento gay foi banido na Califórnia. Uma super vitória para os evangélicos, pq ao casamento se segue adoção. Com certeza teve d aguentar o rebote. Ele é extremamente inteligente e ousado. Foi o único evangélico que abriu sua igreja para um debate entre Obama e Bush, declarou-se contra o aborto, mas manteve um diálogo com o Obama bom o suficiente para ser chamado para orar na sua posse. Foi tb o único dos religiosos que usou o nome de Jesus em sua oração.
Ele não é a favor da teologia da prosperidade como o artigo acusa e não escreve seus livros como pretexto para ficar rico e ter fama. Pelo menos não temos indicação de que sejam estas as suas motivações. Conheço pastores tão solicitados e bem sucedidos quanto ele, e de quem ninguém diz que as motivações principais são o sucesso e a fama. Este tipo de acusação de motivação interior é muito perigosa. Qual é a motivação do autor? Talvez ele seja recalcado porque não conseguiu ser famoso? Seria justo afirmar isto sobre ele? Não dá para fazer julgamentos assim.
As críticas q o autor faz ao uso de técnicas de mercado se aplicam a quase todos os ministérios paralelos da igreja, incluindo-se a Ultimato e Mãos Dadas. Quando dizemos que precisamos ouvir o que as pessoas ao nosso redor estão vivendo, sentir o drama delas, buscar fazer isto de forma inteligente, isto tudo é uma manipulação de mercado? As mega-igrejas gostam de dizer que querem aprender com seus membros a diminuir as barreiras criadas no passado para a nova geração.
A outra crítica, a da homogeinização. Esta é a pior porque uma das coisas mais legais numa mega-igreja é a oportunidade de explorar o diferente. Fui a uma mega-igreja que tinha até tribos urbanas com cabelo colorido espetado e tudo. A turma mais normal estava lá, assim como grupos que vinham dos bairros pobres, negros, latinos, tudo. As mega-igrejas atraem porque a pessoa sente que não tem de seguir um molde, que ela pode ser roqueira e crente, ou emo e crente, e assim por diante. Eles reconhecem a dificuldade de manter a unidade e por isto lançam mão de uma equipe grande de pastores para dar conta do recado. Quem quer sentir-se em casa, em família, vai acabar achando a sua lá dentro, mesmo que demore um pouco. Para mim, uma mega-igreja é como se fosse uma paróquia. É um lugar que reúne várias igrejas, a praça e a quermesse, tudo em um campus só. Para o povo americano que tem lutado contra a desintegração de suas comunidades, isso é muito bom. Enquanto as igrejas tradicionais lutam porque a igreja está na periferia das atividades e dia-a-dia de seus membros, o pessoal mais envolvido nas mega-igrejas descobre uma comunidade atuante, envolve-se de cabeça e acha uma enorme variedade de espaços para exercer os seus dons. Ou, seja, o tal campus está vivo e cheio de atividade a semana toda, a dinâmica é contagiante, a igreja tradicional, fechadinha e estática...
"O ideal hipermoderno de igrejas grandes e poderosas deve dar lugar ao resgate do valor das eclesiolas em que a preocupação não é numérica ou financeira, mas humana e espiritual". Esta acusação é infundada e arrogante. Quem disse que igrejas pequenas tèm mais preocupação humana e espiritual e menos financeira? Conheço pessoalmente vários pastores de mega-igrejas q estão longe de comprovar isto como verdade. Estes pastores sofrem e buscam pastorear tanto quanto outros de igrejas pequenas, só que numa equipe de trinta com pessoas qualificadas para atender todo tipo de situação. Outra coisa importante é que as mega-igrejas se vêem como "resource churches" q têm compromisso com as menores ao seu redor e procuram estender seus recursos para a comunidade eclesiástica por meio de cursos teológicos, seminários, conferências, biblioteca, parcerias etc. E ultimamente elas tem descoberto q não podem ser neutras na questão social também.
É lógico que há problemas, mas não dá para dizer q este fenômeno é fruto do oba-oba e desejo de poder e fama dos líderes. Inclusive eles mesmos estão identificando os problemas a medida q o tempo passa.
Warren fez uma curva de crescimento com o passar do tempo. O q ele advogava lá na Saddlebrook no princípio não é mais tanto o q ele enfatiza. O nosso maior problema mesmo é aquele velho conhecido: traduzimos uma obra literária, mas não traduzimos o seu contexto. Eu nunca participei de uma mega-igreja no Brasil. Não sei se falamos do mesmo bicho...
Editora da revista Mãos Dadas, residindo nos EUA até jul/09
O autor pressupõe q Warren não está disposto a sofrer. Mas isto não é verdade. Ele foi o único líder evangélico que eu conheço q ousou lutar na mídia secular, de forma inteligente, contra o homossexualismo. Com a sua influência, e a de outros líderes, é lógico, o casamento gay foi banido na Califórnia. Uma super vitória para os evangélicos, pq ao casamento se segue adoção. Com certeza teve d aguentar o rebote. Ele é extremamente inteligente e ousado. Foi o único evangélico que abriu sua igreja para um debate entre Obama e Bush, declarou-se contra o aborto, mas manteve um diálogo com o Obama bom o suficiente para ser chamado para orar na sua posse. Foi tb o único dos religiosos que usou o nome de Jesus em sua oração.
Ele não é a favor da teologia da prosperidade como o artigo acusa e não escreve seus livros como pretexto para ficar rico e ter fama. Pelo menos não temos indicação de que sejam estas as suas motivações. Conheço pastores tão solicitados e bem sucedidos quanto ele, e de quem ninguém diz que as motivações principais são o sucesso e a fama. Este tipo de acusação de motivação interior é muito perigosa. Qual é a motivação do autor? Talvez ele seja recalcado porque não conseguiu ser famoso? Seria justo afirmar isto sobre ele? Não dá para fazer julgamentos assim.
As críticas q o autor faz ao uso de técnicas de mercado se aplicam a quase todos os ministérios paralelos da igreja, incluindo-se a Ultimato e Mãos Dadas. Quando dizemos que precisamos ouvir o que as pessoas ao nosso redor estão vivendo, sentir o drama delas, buscar fazer isto de forma inteligente, isto tudo é uma manipulação de mercado? As mega-igrejas gostam de dizer que querem aprender com seus membros a diminuir as barreiras criadas no passado para a nova geração.
A outra crítica, a da homogeinização. Esta é a pior porque uma das coisas mais legais numa mega-igreja é a oportunidade de explorar o diferente. Fui a uma mega-igreja que tinha até tribos urbanas com cabelo colorido espetado e tudo. A turma mais normal estava lá, assim como grupos que vinham dos bairros pobres, negros, latinos, tudo. As mega-igrejas atraem porque a pessoa sente que não tem de seguir um molde, que ela pode ser roqueira e crente, ou emo e crente, e assim por diante. Eles reconhecem a dificuldade de manter a unidade e por isto lançam mão de uma equipe grande de pastores para dar conta do recado. Quem quer sentir-se em casa, em família, vai acabar achando a sua lá dentro, mesmo que demore um pouco. Para mim, uma mega-igreja é como se fosse uma paróquia. É um lugar que reúne várias igrejas, a praça e a quermesse, tudo em um campus só. Para o povo americano que tem lutado contra a desintegração de suas comunidades, isso é muito bom. Enquanto as igrejas tradicionais lutam porque a igreja está na periferia das atividades e dia-a-dia de seus membros, o pessoal mais envolvido nas mega-igrejas descobre uma comunidade atuante, envolve-se de cabeça e acha uma enorme variedade de espaços para exercer os seus dons. Ou, seja, o tal campus está vivo e cheio de atividade a semana toda, a dinâmica é contagiante, a igreja tradicional, fechadinha e estática...
"O ideal hipermoderno de igrejas grandes e poderosas deve dar lugar ao resgate do valor das eclesiolas em que a preocupação não é numérica ou financeira, mas humana e espiritual". Esta acusação é infundada e arrogante. Quem disse que igrejas pequenas tèm mais preocupação humana e espiritual e menos financeira? Conheço pessoalmente vários pastores de mega-igrejas q estão longe de comprovar isto como verdade. Estes pastores sofrem e buscam pastorear tanto quanto outros de igrejas pequenas, só que numa equipe de trinta com pessoas qualificadas para atender todo tipo de situação. Outra coisa importante é que as mega-igrejas se vêem como "resource churches" q têm compromisso com as menores ao seu redor e procuram estender seus recursos para a comunidade eclesiástica por meio de cursos teológicos, seminários, conferências, biblioteca, parcerias etc. E ultimamente elas tem descoberto q não podem ser neutras na questão social também.
É lógico que há problemas, mas não dá para dizer q este fenômeno é fruto do oba-oba e desejo de poder e fama dos líderes. Inclusive eles mesmos estão identificando os problemas a medida q o tempo passa.
Warren fez uma curva de crescimento com o passar do tempo. O q ele advogava lá na Saddlebrook no princípio não é mais tanto o q ele enfatiza. O nosso maior problema mesmo é aquele velho conhecido: traduzimos uma obra literária, mas não traduzimos o seu contexto. Eu nunca participei de uma mega-igreja no Brasil. Não sei se falamos do mesmo bicho...
Editora da revista Mãos Dadas, residindo nos EUA até jul/09
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