Palavra do leitor
- 15 de abril de 2009
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O primeiro beijo
Certa feita, não tendo algo de útil para fazer, interroguei algumas pessoas sobre qual a sensação do primeiro beijo. Não posso furtá-los de nada.
As opiniões seguiram as mais variadas tendências. Sem hesitar, o primeiro beijo ninguém esquece mesmo. Tudo indica ser uma espécie de rito de iniciação. Tão somente não exatamente do quê?
Segundo as fontes dessa improvisada pesquisa, percebi ser um ato sagrado e que se mistura ao profano, dando uma certa dicotomia, uma sensação de que o corpo flutua e um êxtase inenarrável ou uma tremenda e retumbante decepção.
De regra, a negativa de tal episódio acontece quando o cidadão beija sem mal, não empolga nem acalenta.
Para os felizardos, este ato de encontro dos lábios, vem marcado por um momento de efervescência. No entanto, já diz o ditado: alegria de pobre dura pouco. Enfim, tudo acaba junto aos pedaços de madeira, lá no fundo do quintal de casa.
Ainda hoje, conheço pessoas numa espécie de síndrome pós-traumática do primeiro beijo. Em outras palavras, aquele momento estonteante, de confluência do prazer e de magia foi consumido, dissipado numa piscar de olhos, pelos fardos dos anos.
Partindo dessa desarranjada tentativa de pensar sobre as nuances e peripécias da vida, vejo dentro dos meandros da vida cristã algo parecido. Os nossos olhos nem notam e num surto avassalador lá está o embrião, o novo irmão invadido pelo teor aromático de uma docilidade e de um sorriso descompromissado. Eis mais um personagem do primeiro amor imbuído de uma alegria, uma pujança e um lenitivo incontrolável e contagiador.
Passado algum tempo, olha só que coincidência, encontramos também no outrora exubertante personagem, agora, um especialista de conjecturas, enredados por um compêndio de normas e mais normas. De maneira lúgubre, teve a bastilha de sua alma tomada pela rotina e previsibilidade de uma religiosidade ''água com açúcar''.
Ao abrir o alforje no qual contém os sessenta enigmas, apenas extraí absinto. Suas mãos tornaram-se gélidas e indiferentes. O olhar perdeu o riacho das lágrimas afetuosas e saudáveis. A pele vem desprovida daquele pigmentação de prazer e regozijo. A mente sofre de uma cauterização de inspiração e criatividade.
Que bom se pudéssemos nos despir e sermos alforriados de todas as armaduras de quinquilharias oriundas de uma visão e versão mórbida e nociva da religiosidade.
Isto implica jogar para fora o Deus morto dentro do nosso ser, o evangelho acomado na prateleira da nossa resiginação e submergir no açude revelacional, inspirador e fervilhante da Graça de Cristo.
As opiniões seguiram as mais variadas tendências. Sem hesitar, o primeiro beijo ninguém esquece mesmo. Tudo indica ser uma espécie de rito de iniciação. Tão somente não exatamente do quê?
Segundo as fontes dessa improvisada pesquisa, percebi ser um ato sagrado e que se mistura ao profano, dando uma certa dicotomia, uma sensação de que o corpo flutua e um êxtase inenarrável ou uma tremenda e retumbante decepção.
De regra, a negativa de tal episódio acontece quando o cidadão beija sem mal, não empolga nem acalenta.
Para os felizardos, este ato de encontro dos lábios, vem marcado por um momento de efervescência. No entanto, já diz o ditado: alegria de pobre dura pouco. Enfim, tudo acaba junto aos pedaços de madeira, lá no fundo do quintal de casa.
Ainda hoje, conheço pessoas numa espécie de síndrome pós-traumática do primeiro beijo. Em outras palavras, aquele momento estonteante, de confluência do prazer e de magia foi consumido, dissipado numa piscar de olhos, pelos fardos dos anos.
Partindo dessa desarranjada tentativa de pensar sobre as nuances e peripécias da vida, vejo dentro dos meandros da vida cristã algo parecido. Os nossos olhos nem notam e num surto avassalador lá está o embrião, o novo irmão invadido pelo teor aromático de uma docilidade e de um sorriso descompromissado. Eis mais um personagem do primeiro amor imbuído de uma alegria, uma pujança e um lenitivo incontrolável e contagiador.
Passado algum tempo, olha só que coincidência, encontramos também no outrora exubertante personagem, agora, um especialista de conjecturas, enredados por um compêndio de normas e mais normas. De maneira lúgubre, teve a bastilha de sua alma tomada pela rotina e previsibilidade de uma religiosidade ''água com açúcar''.
Ao abrir o alforje no qual contém os sessenta enigmas, apenas extraí absinto. Suas mãos tornaram-se gélidas e indiferentes. O olhar perdeu o riacho das lágrimas afetuosas e saudáveis. A pele vem desprovida daquele pigmentação de prazer e regozijo. A mente sofre de uma cauterização de inspiração e criatividade.
Que bom se pudéssemos nos despir e sermos alforriados de todas as armaduras de quinquilharias oriundas de uma visão e versão mórbida e nociva da religiosidade.
Isto implica jogar para fora o Deus morto dentro do nosso ser, o evangelho acomado na prateleira da nossa resiginação e submergir no açude revelacional, inspirador e fervilhante da Graça de Cristo.
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