Palavra do leitor
- 01 de julho de 2008
- Visualizações: 5839
- comente!
- +A
- -A
- compartilhar
O peso da experiência
"Meus irmãos, tende por grande gozo o passardes por várias provações; Sabendo que a prova da vossa fé opera a paciência. Tenha, porém, a paciência a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e completos, sem faltar em coisa alguma" (Tg 1:2-4).
Quando me casei, ganhei da minha mãe um edredon lindo, para compor meu enxoval. Colocá-lo na cama era uma "ginástica", porque ele era muito grande e pesado. Algum tempo depois, a avó do meu marido nos deu uma colcha de retalhos que ela mesma havia feito. Há alguns meses, decidi forrar nossa cama com ela. Ela era maior que o edredon que minha mãe havia nos dado, e muito, muito mais pesada.
Diariamente, eu forrava a cama pela manhã e retirava a colcha à noite, para eu e meu marido dormirmos. Por meses essa foi a minha rotina, até que decidi substituir a colcha pelo edredon, para lavá-la. Tive que fazer um tremendo esforço para retirar a colcha da máquina de lavar, carregá-la e estendê-la molhada no varal, para secar. Pedi ajuda ao meu marido, porque, sozinha, eu não conseguia erguer meus braços com a colcha nas mãos, para colocá-la no varal. Depois, fui colocar o edredon na cama. Como ele era leve! Levei um minutinho para arrumar a cama, ao passo que gastava uns cinco para deixá-la esticadinha, com a colcha.
Os edredons são normalmente volumosos, ocupam muito espaço, não têm traquejo que facilite a vida das donas-de-casa, na tarefa de estender uma cama. Já as colchas de retalho são fininhas, ocupam pouco espaço. Por isso, elas aparentam leveza, facilidade. Mas só aparentam. E, apegados a essa aparência, nós nos surpreendemos com a dificuldade de forrar uma cama com uma colcha de retalhos.
Enquanto eu agitava o edredon para cobrir a cama, nesta manhã, eu me lembrava de que ele já havia sido muito pesado, para mim. Depois de passar meses manuseando a colcha de retalhos, ao voltar a utilizar o edredon notei que ele parecia leve como uma pluma. Fiquei pensando em quantas coisas são assim, na vida: pesadas quando começamos a lidar com elas e leves diante de outras coisas mais pesadas; difíceis de manusear, no início, e práticas, no fim, depois de já termos tido que trabalhar com coisas mais difíceis, no caminho.
Cada situação que vivemos produz em nós o efeito de mudar nosso referencial, pela experiência. É duro, muitas vezes, viver sob a pressão de um problema. Mais duro, ainda, viver sob a pressão de um problema pior. Mas, de repente o pior problema tem uma solução e o problema anterior torna-se quase nada, para nós. E, aí, nós o resolvemos com a maior destreza, a qual provavelmente não teríamos, se não tivéssemos lidado com uma situação mais trabalhosa, antes.
Às vezes precisamos de "colchas de retalho" em nossas vidas, para percebermos a verdade sobre os "edredons" que carregamos. Lidar com as "colchas" vai acabar nos fazendo entender que os "edredons" não são "gigantes domésticos", como pensávamos. Talvez seja por isso que, em meio a tanta turbulência já presente no nosso dia-a-dia, Deus permita outras ainda piores: para nos preparar, tornar-nos mais eficientes contra as aflições deste mundo. Por isso, se estiver difícil "estender a cama com a colcha", hoje, lembre-se: ela pode ser a o peso que vai "adestrar" sua força para utilizar o "edredon", e fazê-lo parecer mais leve.
Quando me casei, ganhei da minha mãe um edredon lindo, para compor meu enxoval. Colocá-lo na cama era uma "ginástica", porque ele era muito grande e pesado. Algum tempo depois, a avó do meu marido nos deu uma colcha de retalhos que ela mesma havia feito. Há alguns meses, decidi forrar nossa cama com ela. Ela era maior que o edredon que minha mãe havia nos dado, e muito, muito mais pesada.
Diariamente, eu forrava a cama pela manhã e retirava a colcha à noite, para eu e meu marido dormirmos. Por meses essa foi a minha rotina, até que decidi substituir a colcha pelo edredon, para lavá-la. Tive que fazer um tremendo esforço para retirar a colcha da máquina de lavar, carregá-la e estendê-la molhada no varal, para secar. Pedi ajuda ao meu marido, porque, sozinha, eu não conseguia erguer meus braços com a colcha nas mãos, para colocá-la no varal. Depois, fui colocar o edredon na cama. Como ele era leve! Levei um minutinho para arrumar a cama, ao passo que gastava uns cinco para deixá-la esticadinha, com a colcha.
Os edredons são normalmente volumosos, ocupam muito espaço, não têm traquejo que facilite a vida das donas-de-casa, na tarefa de estender uma cama. Já as colchas de retalho são fininhas, ocupam pouco espaço. Por isso, elas aparentam leveza, facilidade. Mas só aparentam. E, apegados a essa aparência, nós nos surpreendemos com a dificuldade de forrar uma cama com uma colcha de retalhos.
Enquanto eu agitava o edredon para cobrir a cama, nesta manhã, eu me lembrava de que ele já havia sido muito pesado, para mim. Depois de passar meses manuseando a colcha de retalhos, ao voltar a utilizar o edredon notei que ele parecia leve como uma pluma. Fiquei pensando em quantas coisas são assim, na vida: pesadas quando começamos a lidar com elas e leves diante de outras coisas mais pesadas; difíceis de manusear, no início, e práticas, no fim, depois de já termos tido que trabalhar com coisas mais difíceis, no caminho.
Cada situação que vivemos produz em nós o efeito de mudar nosso referencial, pela experiência. É duro, muitas vezes, viver sob a pressão de um problema. Mais duro, ainda, viver sob a pressão de um problema pior. Mas, de repente o pior problema tem uma solução e o problema anterior torna-se quase nada, para nós. E, aí, nós o resolvemos com a maior destreza, a qual provavelmente não teríamos, se não tivéssemos lidado com uma situação mais trabalhosa, antes.
Às vezes precisamos de "colchas de retalho" em nossas vidas, para percebermos a verdade sobre os "edredons" que carregamos. Lidar com as "colchas" vai acabar nos fazendo entender que os "edredons" não são "gigantes domésticos", como pensávamos. Talvez seja por isso que, em meio a tanta turbulência já presente no nosso dia-a-dia, Deus permita outras ainda piores: para nos preparar, tornar-nos mais eficientes contra as aflições deste mundo. Por isso, se estiver difícil "estender a cama com a colcha", hoje, lembre-se: ela pode ser a o peso que vai "adestrar" sua força para utilizar o "edredon", e fazê-lo parecer mais leve.
Os artigos e comentários publicados na seção Palavra do Leitor são de única e exclusiva responsabilidade
dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.
dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.
- 01 de julho de 2008
- Visualizações: 5839
- comente!
- +A
- -A
- compartilhar
QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI.
Ultimato quer falar com você.
A cada dia, mais de dez mil usuários navegam pelo Portal Ultimato. Leem e compartilham gratuitamente dezenas de blogs e hotsites, além do acervo digital da revista Ultimato, centenas de estudos bíblicos, devocionais diárias de autores como John Stott, Eugene Peterson, C. S. Lewis, entre outros, além de artigos, notícias e serviços que são atualizados diariamente nas diferentes plataformas e redes sociais.
PARA CONTINUAR, precisamos do seu apoio. Compartilhe conosco um cafezinho.
Opinião do leitor
Para comentar é necessário estar logado no site. Clique aqui para fazer o login ou o seu cadastro.
Ainda não há comentários sobre este texto. Seja o primeiro a comentar!
Escreva um artigo em resposta
Para escrever uma resposta é necessário estar cadastrado no site. Clique aqui para fazer o login ou seu cadastro.
Ainda não há artigos publicados na seção "Palavra do leitor" em resposta a este texto.
Revista Ultimato
- +lidos
- +comentados
- Por quê?
- É possível ser cristão e de "esquerda"?
- Não andeis na roda dos escarnecedores: quais escarnecedores?
- A democracia [geográfica] da dor!
- Os 24 anciãos e a batalha do Armagedom
- A religião verdadeira é única, e se tornou uma pessoa a ser seguida
- Mergulhados na cultura, mas batizados na santidade (parte 2)
- Não nos iludamos, animal é animal!
- Até aqui ele não me deixou