Palavra do leitor
- 09 de fevereiro de 2018
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O perigo dos espantalhos na política.
O espantalho é uma obra engenhosa do intento humano. Consiste na arte de se construir na lavoura, uma silhueta humana de palha, caricata. Para isto, costuma-se seguir o presente rito: Veste-se uma armação de madeira com roupas coloridas e bufantes, enche-se o seu interior com a palha do milho, coloca-se um chapéu também de palha no seu rosto rotundo feito de saco de estopa, cheio de areia, finca-se a estaca, que é o seu corpo, no milharal, e logo levanta-se uma silhueta e projeta-se uma grande sombra, um verdadeiro simulacro humano.
O espantalho é grosseiro e ridículo, seu intento não é o de enganar os lavradores sabidos, mas apenas o de afugentar pássaros indesejados, que ao verem a sua imagem, logo fogem assustados desistindo de subtrair o fruto da lavoura.
O espantalho como entidade volitiva não existe, ele não possui vontade própria, a não ser que estejamos falando de personagens de obras literárias, de histórias em quadrinhos ou de filmes de terror. Embora não exista, ele não está ali por acaso, alguém o construiu, alguém o levantou, alguém o fixou no milharal bem defronte aos pássaros, alguém lucrou com o seu trabalho, ou deixou de perder por sua existência.
Em muitos lugares existem espantalhos. Eles são uma imagem projetada, que ilude e oculta o verdadeiro. Eles são concebidos como o fruto maduro de uma sagaz engenharia. Por serem abundantes nestas terras, convém distingui-los um a um: Existem espantalhos clericais, bufando de púlpitos iluminados, auferindo grandes lucros a líderes impiedosos, que se encontram camuflados nos bastidores da divina messe. Existem também os espantalhos midiáticos construídos cuidadosamente sob estacas bem colocadas de pesquisas qualitativas, medições de audiência e nichos de mercado. Sua grande audiência, favorece os grandes grupos, gerando por sua vez, grandes fortunas, para poucos usufluirem.
Mas nesta época do ano, os mais abundantes e certos de serem encontrados, são os chamados espantalhos políticos. Eles são construídos, para captar a alma messiânica do povo brasileiro. São imagens que procuram encantar e atrair, ao invés de assustar e espantar. Talvez, por esta razão, sejam os mais perigosos.
Estes espantalhos são sempre muito bem feitos, e as suas roupas coloridas e variadas costumam impressionar os desatentos. Existem espantalhos vestidos de macacão de fábrica e gramofone em punhos, outros vem fardados e usando armas de fogo, outros ainda podem vir vestidos de jaleco branco, toga, terno, eles podem também vir munidos de vassouras, bíblias, tabletes e capacetes de construção, existem até mesmo aqueles que aparecem como astros com microfones e programas de televisão.
É... existem espantalhos para todos!
O grande risco de todos os espantalhos não está em sua imagem cuidadosamente construída, sempre de grande apelo aos observadores, mas sim nos seus sagazes idealizadores, estes verdadeiramente perigosos estão sempre nas sombras dos grandes milharais a procura de uma nova imagem, que encha os olhos das aves desapercebidas. É que obra engenhosa do intento humano é o espantalho.
Por Manoel Gonçalves Delgado Júnior.
O espantalho é grosseiro e ridículo, seu intento não é o de enganar os lavradores sabidos, mas apenas o de afugentar pássaros indesejados, que ao verem a sua imagem, logo fogem assustados desistindo de subtrair o fruto da lavoura.
O espantalho como entidade volitiva não existe, ele não possui vontade própria, a não ser que estejamos falando de personagens de obras literárias, de histórias em quadrinhos ou de filmes de terror. Embora não exista, ele não está ali por acaso, alguém o construiu, alguém o levantou, alguém o fixou no milharal bem defronte aos pássaros, alguém lucrou com o seu trabalho, ou deixou de perder por sua existência.
Em muitos lugares existem espantalhos. Eles são uma imagem projetada, que ilude e oculta o verdadeiro. Eles são concebidos como o fruto maduro de uma sagaz engenharia. Por serem abundantes nestas terras, convém distingui-los um a um: Existem espantalhos clericais, bufando de púlpitos iluminados, auferindo grandes lucros a líderes impiedosos, que se encontram camuflados nos bastidores da divina messe. Existem também os espantalhos midiáticos construídos cuidadosamente sob estacas bem colocadas de pesquisas qualitativas, medições de audiência e nichos de mercado. Sua grande audiência, favorece os grandes grupos, gerando por sua vez, grandes fortunas, para poucos usufluirem.
Mas nesta época do ano, os mais abundantes e certos de serem encontrados, são os chamados espantalhos políticos. Eles são construídos, para captar a alma messiânica do povo brasileiro. São imagens que procuram encantar e atrair, ao invés de assustar e espantar. Talvez, por esta razão, sejam os mais perigosos.
Estes espantalhos são sempre muito bem feitos, e as suas roupas coloridas e variadas costumam impressionar os desatentos. Existem espantalhos vestidos de macacão de fábrica e gramofone em punhos, outros vem fardados e usando armas de fogo, outros ainda podem vir vestidos de jaleco branco, toga, terno, eles podem também vir munidos de vassouras, bíblias, tabletes e capacetes de construção, existem até mesmo aqueles que aparecem como astros com microfones e programas de televisão.
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O grande risco de todos os espantalhos não está em sua imagem cuidadosamente construída, sempre de grande apelo aos observadores, mas sim nos seus sagazes idealizadores, estes verdadeiramente perigosos estão sempre nas sombras dos grandes milharais a procura de uma nova imagem, que encha os olhos das aves desapercebidas. É que obra engenhosa do intento humano é o espantalho.
Por Manoel Gonçalves Delgado Júnior.
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dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.
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