Palavra do leitor
- 21 de fevereiro de 2011
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O pecado que não tem perdão
"Este texto [Mt 12:32] causou indizível infelicidade no mundo, pois que toda a espécie de criatura imaginava haver pecado contra o Espírito Santo e achava que não seria perdoada nem neste mundo, nem no outro." – Bertrand Russell
A queixa do filósofo é verdadeira e faz sentido. O pavor da ameaça causada por esse tão grave delito ofusca lamentavelmente porém, o alívio que deveria nos causar a interpretação literal [e olhe que não sou nenhum literalista] daquilo que o Mestre Judeu dissera imediatamente antes:
Eu lhes asseguro que todos os pecados e blasfêmias dos homens lhes serão perdoados… Mc 3:28
Se todos os pecados serão perdoados – e ele não diz poderão ser, ou são passíveis de ser, eles diz serão – e se ele diz dos homens, quer dizer, de todos os homens (não só de uma casta de escolhidos), só restará então um nó em toda história da humanidade, possivelmente na minha ou na sua, a ser desfeito. Só há um tropeço a ser evitado:
…mas quem blasfemar contra o Espírito Santo nunca terá perdão: é culpado de pecado eterno” Mc 3:29.
Esse versículo é o Anti-evangelho, é a má velha (favor não confunda com velha má). Ele é o anúncio da perdição eterna, do débito eterno, da condenação eterna e irrevogável. Portanto as tentativas de esclarecê-lo (inclusive essa) estarão diametralmente relacionadas e oposta à tudo aquilo que se interpreta, ou entende-se (que é a mesma coisa) por salvação ou Evangelho.
***
Se os demônios foram condenados por deixarem o conforto e segurança de sua própria morada, homens serão salvos por despedirem-se da sua.
A maioria de nós, se não todos, nos contentaremos em sermos servos inúteis, enquanto Deus ainda busca amigos, ou seja, sua imagem imaculada. Nos contentamos porém em sermos barros sem utilidade, letras mortas, enquanto o Pai dos Espíritos busca a verdade espiritual latente na alma de cada ser humano.
Enquanto Deus nos liberta e nos dá criatividade, buscaremos afoita e obstinadamente os limites e nos fixaremos neles. Queremos as regras, os mandamentos, as leis: “Tudo o que nos foi mandado”. Cumpriremos religiosamente todas nossas obrigações, nada mais.
“A gente somos inúteis.” Blasfemaremos do Espírito Santo na Cara dEle ou de toda a Trindade se isso for preciso, mas não largaremos mão, não arredaremos pé, não moveremos um centímetro ou milímetro se quer além de nossa zona de conforto.
Campbell afirma com propriedade:
“A pessoa comum está mais do que contente, tem até orgulho, em permanecer no interior dos limites indicados, e a crença popular lhe dá todas as razões para temer tanto o primeiro passo na direção do inexplorado”. Joseph Campbell em "O herói de mil faces".
Não queremos transgredir, morremos de medo de nossa santa rebeldia, não ousaremos saltar além de nossa própria sombra. Me diga quais meus deveres e os cumprirei a risca. - Ponto Final. E exijo que o mundo todo se comporte assim!
Por que, como Hoke Colburn, o motorista negro de Conduzindo Miss Daisy, não estabelecemos uma comovente e duradoura relação de amizade com quem chamamos de senhor(a)? Seria Ele mais preconceituoso que a branca senhora Daisy?
‘Somos servos inúteis; apenas cumprimos o nosso dever’ – nosso pecado jamais terá perdão.
A queixa do filósofo é verdadeira e faz sentido. O pavor da ameaça causada por esse tão grave delito ofusca lamentavelmente porém, o alívio que deveria nos causar a interpretação literal [e olhe que não sou nenhum literalista] daquilo que o Mestre Judeu dissera imediatamente antes:
Eu lhes asseguro que todos os pecados e blasfêmias dos homens lhes serão perdoados… Mc 3:28
Se todos os pecados serão perdoados – e ele não diz poderão ser, ou são passíveis de ser, eles diz serão – e se ele diz dos homens, quer dizer, de todos os homens (não só de uma casta de escolhidos), só restará então um nó em toda história da humanidade, possivelmente na minha ou na sua, a ser desfeito. Só há um tropeço a ser evitado:
…mas quem blasfemar contra o Espírito Santo nunca terá perdão: é culpado de pecado eterno” Mc 3:29.
Esse versículo é o Anti-evangelho, é a má velha (favor não confunda com velha má). Ele é o anúncio da perdição eterna, do débito eterno, da condenação eterna e irrevogável. Portanto as tentativas de esclarecê-lo (inclusive essa) estarão diametralmente relacionadas e oposta à tudo aquilo que se interpreta, ou entende-se (que é a mesma coisa) por salvação ou Evangelho.
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Se os demônios foram condenados por deixarem o conforto e segurança de sua própria morada, homens serão salvos por despedirem-se da sua.
A maioria de nós, se não todos, nos contentaremos em sermos servos inúteis, enquanto Deus ainda busca amigos, ou seja, sua imagem imaculada. Nos contentamos porém em sermos barros sem utilidade, letras mortas, enquanto o Pai dos Espíritos busca a verdade espiritual latente na alma de cada ser humano.
Enquanto Deus nos liberta e nos dá criatividade, buscaremos afoita e obstinadamente os limites e nos fixaremos neles. Queremos as regras, os mandamentos, as leis: “Tudo o que nos foi mandado”. Cumpriremos religiosamente todas nossas obrigações, nada mais.
“A gente somos inúteis.” Blasfemaremos do Espírito Santo na Cara dEle ou de toda a Trindade se isso for preciso, mas não largaremos mão, não arredaremos pé, não moveremos um centímetro ou milímetro se quer além de nossa zona de conforto.
Campbell afirma com propriedade:
“A pessoa comum está mais do que contente, tem até orgulho, em permanecer no interior dos limites indicados, e a crença popular lhe dá todas as razões para temer tanto o primeiro passo na direção do inexplorado”. Joseph Campbell em "O herói de mil faces".
Não queremos transgredir, morremos de medo de nossa santa rebeldia, não ousaremos saltar além de nossa própria sombra. Me diga quais meus deveres e os cumprirei a risca. - Ponto Final. E exijo que o mundo todo se comporte assim!
Por que, como Hoke Colburn, o motorista negro de Conduzindo Miss Daisy, não estabelecemos uma comovente e duradoura relação de amizade com quem chamamos de senhor(a)? Seria Ele mais preconceituoso que a branca senhora Daisy?
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dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.
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