Palavra do leitor
- 17 de agosto de 2009
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O pecado mora ao lado, o perdão também
O pecado existe sim; espreitando, enleando, seduzindo.
O perdão existe sim; aliviando, desadoecendo, enlevecendo.
Pecado e perdão não são abstrações teológicas.
O pecado existe. Enquanto ato, cometemos, repetimos, reincidimos, chutamos o balde até sussurrar um semi-surdo e murmurante pedido. Pecado adoece e quando é fato aloja-se e cria raízes, cria caule, folhas, frutifica para o mal. Pecado pesa, prostra, tolda; faz a gente olhar pro chão. Pânico de dedos em riste. Pecado parece doença ruim (na minha terra classificamos as doenças moralmente, DST é doença ruim), parece que é pra sempre, que tem que aprender a conviver com ele, parece que é melhor pecar mais uma vez só pra ver se alivia um pouco... Mas não alivia, só parece.
Tentação depois que vira pecado perde o cheiro bom e o jeito bonito. Dói e fede.
O perdão existe. Perdão faz bem. Desfaz o mal, anula o mal, desencadeia o bem.
Só que entre o perdão e o pecado não tem convivência, não há acordo. Um tem que sair; perdão é resultado de arrependimento, desses de verdade. Tem sentimento confuso que se parece com perdão, mas não é, é remorso, que não traz nem faz bem; traz morte, assunte na Bíblia... Iscariotes. Agonia.
Arrependimento existe, é quando Deus acha uma brecha em nós, inexpugnáveis malfeitores de nós mesmos, e enfia sua luz; aí, pasmos nos vemos como somos, como estamos. Somos e estamos entulhados.
Perdão de Deus é imediato, perdão de nós requer tempo; quem, quando em pecado se atreve a se contemplar? Quando já não há a adrenalina do pecado? Quando o ofegante brilho do diabo já se foi? O brilho e a adrenalina que precedem o pecado se esvaecem pra deixar só uma desesperança covarde; o inebriante cheiro e o incomparável sabor sempre dão lugar a um desumano espetáculo de alma falida. Íntimo horror.
Quando o que era formigante possibilidade se torna fato já não é mais formoso ou doce; desagradável aos olhos, asqueroso ao toque; inconveniente hóspede.
Se não me arrependo, me perco, sinto só remorso e me arrisco à corda de Iscariotes por instantes. Morro um pouco em mim pra Deus; morre um pouco de Deus em mim. Dou-me por perdido.
Mas sou crente, a palavra não me é estranha posso olhar pra cruz; posso abrir a alma e a boca e pedir socorro, e o socorro vem, o alívio vem, o perdão vem.
O pecado existe, o perdão existe. Conhecendo os dois, eu escolho não pecar.
Abençoada escolha!
(ex-interno do centro de recuperação de mendigos – Missão Vida)
www.mvida.org.br visite-nos.
www.sola-scriptura.com o prazer da leitura bíblica!
O perdão existe sim; aliviando, desadoecendo, enlevecendo.
Pecado e perdão não são abstrações teológicas.
O pecado existe. Enquanto ato, cometemos, repetimos, reincidimos, chutamos o balde até sussurrar um semi-surdo e murmurante pedido. Pecado adoece e quando é fato aloja-se e cria raízes, cria caule, folhas, frutifica para o mal. Pecado pesa, prostra, tolda; faz a gente olhar pro chão. Pânico de dedos em riste. Pecado parece doença ruim (na minha terra classificamos as doenças moralmente, DST é doença ruim), parece que é pra sempre, que tem que aprender a conviver com ele, parece que é melhor pecar mais uma vez só pra ver se alivia um pouco... Mas não alivia, só parece.
Tentação depois que vira pecado perde o cheiro bom e o jeito bonito. Dói e fede.
O perdão existe. Perdão faz bem. Desfaz o mal, anula o mal, desencadeia o bem.
Só que entre o perdão e o pecado não tem convivência, não há acordo. Um tem que sair; perdão é resultado de arrependimento, desses de verdade. Tem sentimento confuso que se parece com perdão, mas não é, é remorso, que não traz nem faz bem; traz morte, assunte na Bíblia... Iscariotes. Agonia.
Arrependimento existe, é quando Deus acha uma brecha em nós, inexpugnáveis malfeitores de nós mesmos, e enfia sua luz; aí, pasmos nos vemos como somos, como estamos. Somos e estamos entulhados.
Perdão de Deus é imediato, perdão de nós requer tempo; quem, quando em pecado se atreve a se contemplar? Quando já não há a adrenalina do pecado? Quando o ofegante brilho do diabo já se foi? O brilho e a adrenalina que precedem o pecado se esvaecem pra deixar só uma desesperança covarde; o inebriante cheiro e o incomparável sabor sempre dão lugar a um desumano espetáculo de alma falida. Íntimo horror.
Quando o que era formigante possibilidade se torna fato já não é mais formoso ou doce; desagradável aos olhos, asqueroso ao toque; inconveniente hóspede.
Se não me arrependo, me perco, sinto só remorso e me arrisco à corda de Iscariotes por instantes. Morro um pouco em mim pra Deus; morre um pouco de Deus em mim. Dou-me por perdido.
Mas sou crente, a palavra não me é estranha posso olhar pra cruz; posso abrir a alma e a boca e pedir socorro, e o socorro vem, o alívio vem, o perdão vem.
O pecado existe, o perdão existe. Conhecendo os dois, eu escolho não pecar.
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dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.
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