Palavra do leitor
- 22 de setembro de 2009
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O pastor e o espelho
IV Encontro de Líderes no Sertão - Pré-Reflexão
A Juvep está provocando uma reflexão muito séria no sertão. É bom estar atento, pois alguma coisa boa vai surgir por lá.
O pastor e o espelho
Eu me vejo em um beco sem saída.
Sem perspectiva. O que quero fazer não consigo.
Quero dar o melhor aos meus filhos, mas só tenho a agressividade, a ausência de dialogo, o autoritarismo.
Sinto-me só, não tenho apoio denominacional, não tenho apoio dos colegas de ministério local.
Sinto-me ameaçado pelas Potestades, as hostilidades vêm de todas as partes. Dentro de mim, fora de mim.
Não controlo meus pensamentos: imagens ruins, idéias ruins, sonhos ruins.
O medo quer me possuir.
Medo de errar, medo de ser rejeitado, medo de passar fome, de ser humilhado, de enfermidades, de meus filhos se desviarem, das filhas engravidarem. Medo de dívidas, medo da depressão.
Quero fumar. Estranho fazem 22 anos que deixei.
Não confio em ninguém, poupo a esposa de meus conflitos. Ela está depressiva, ela quer ir embora. A nossa prática sexual está quase falida. Não consigo satisfazê-la. Ela tem bloqueios, acha o sexo imundo. Acho que ela não sabe o que é orgasmo. Nem sabe o que é, e nem sentiu.
Não sei dialogar, não sei externar amor.
Tenho inveja de meu vizinho. Ele parece ser feliz, parece ganhar mais do que eu. Talvez fosse melhor não ter me convertido.
Parece que ser crente não vale a pena.
Sinto-me desmotivado. A igreja não cresce. Os convertidos não crescem.
Sinto-me desprezado pelo vizinho, pelo prefeito, pelos comerciantes, pelo motorista de táxi, pelo engraxate...
Sinto-me abandonado por Deus.
Estou tentado à prática da masturbação, lembro-me que era escape emocional na minha mocidade.
Quero beber, embriagar-me, fugir da realidade.
Não tenho mais vontade de orar. Não sinto a presença de Deus há muito tempo.
Acho que esqueceram de mim, ninguém me entende.
Tenho profunda tristeza. Estou só. Sinto-me incompreendido.
Quero gritar. Quero chorar.
Tenho saudade do tempo que vendia eletrodoméstico. Saudade da carteira assinada.
Saudade da falta de maiores responsabilidades.
Tenho dormido mal, mal estar, maus pensamentos, sentimentos.
Preciso de um ombro para chorar, ouvidos atentos para falar.
Tenho medo de me tirarem daqui, de me cortarem o salário.
Não sei o que fazer. Quero desistir. Quero morrer...
Tenho que reagir.
Vou escovar os dentes, fazer a barba... O culto vai começar.
Espero que não notem que chorei. Preciso melhorar o sorriso.
Até logo mais espelho.
A Juvep está provocando uma reflexão muito séria no sertão. É bom estar atento, pois alguma coisa boa vai surgir por lá.
O pastor e o espelho
Eu me vejo em um beco sem saída.
Sem perspectiva. O que quero fazer não consigo.
Quero dar o melhor aos meus filhos, mas só tenho a agressividade, a ausência de dialogo, o autoritarismo.
Sinto-me só, não tenho apoio denominacional, não tenho apoio dos colegas de ministério local.
Sinto-me ameaçado pelas Potestades, as hostilidades vêm de todas as partes. Dentro de mim, fora de mim.
Não controlo meus pensamentos: imagens ruins, idéias ruins, sonhos ruins.
O medo quer me possuir.
Medo de errar, medo de ser rejeitado, medo de passar fome, de ser humilhado, de enfermidades, de meus filhos se desviarem, das filhas engravidarem. Medo de dívidas, medo da depressão.
Quero fumar. Estranho fazem 22 anos que deixei.
Não confio em ninguém, poupo a esposa de meus conflitos. Ela está depressiva, ela quer ir embora. A nossa prática sexual está quase falida. Não consigo satisfazê-la. Ela tem bloqueios, acha o sexo imundo. Acho que ela não sabe o que é orgasmo. Nem sabe o que é, e nem sentiu.
Não sei dialogar, não sei externar amor.
Tenho inveja de meu vizinho. Ele parece ser feliz, parece ganhar mais do que eu. Talvez fosse melhor não ter me convertido.
Parece que ser crente não vale a pena.
Sinto-me desmotivado. A igreja não cresce. Os convertidos não crescem.
Sinto-me desprezado pelo vizinho, pelo prefeito, pelos comerciantes, pelo motorista de táxi, pelo engraxate...
Sinto-me abandonado por Deus.
Estou tentado à prática da masturbação, lembro-me que era escape emocional na minha mocidade.
Quero beber, embriagar-me, fugir da realidade.
Não tenho mais vontade de orar. Não sinto a presença de Deus há muito tempo.
Acho que esqueceram de mim, ninguém me entende.
Tenho profunda tristeza. Estou só. Sinto-me incompreendido.
Quero gritar. Quero chorar.
Tenho saudade do tempo que vendia eletrodoméstico. Saudade da carteira assinada.
Saudade da falta de maiores responsabilidades.
Tenho dormido mal, mal estar, maus pensamentos, sentimentos.
Preciso de um ombro para chorar, ouvidos atentos para falar.
Tenho medo de me tirarem daqui, de me cortarem o salário.
Não sei o que fazer. Quero desistir. Quero morrer...
Tenho que reagir.
Vou escovar os dentes, fazer a barba... O culto vai começar.
Espero que não notem que chorei. Preciso melhorar o sorriso.
Até logo mais espelho.
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dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.
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