Palavra do leitor
- 22 de agosto de 2008
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O panelaço dos argentinos e os gritos de Bartimeu
Há alguns dias, lemos sobre o tal panelaço lá na Argentina. A razão da manifestação seria protestar contra as medidas tomadas pelo governo de Cristina Kirchner neste momento de crise de alimentos, de privilegiar o abastecimento interno com produtos agropecuários, em detrimento de exportações. Mas quando lia sobre estas notícias passei a imaginar o barulho ensurdecedor que causaria o “cacerolazo” como eles chamam. Tentei imaginar o som insistente daquele pedido de atenção, que é traduzido por protesto ou inconformismo. Foi aí que lembrei de um outro som que refletia a mesma idéia, mas que ecoou a mais de 2000 anos atrás e que saia da boca de um cego de nascença chamado Bartimeu que soube que o Filho de Davi estava passando, e sabendo que ele podia curar, clamou em alta voz até ser atendido por Jesus.
O som do panelaço e do grito de Bartimeu continua sendo ouvido; cada vez que alguém rompe a barreira da resignação e brada por liberdade, por novidade de vida, por paz, alegria, amor enfim. Estes são sons de seres desejosos por viver, lutar por seus direitos, por uma nova visão de mundo tal qual aquele cego que falou em alta voz e com insistência. O clamor do cego era por visão, ele queria ver o que não tinha enxergado até então. É um tipo de grito que deve ser ouvido de nossas bocas, é pronunciado por aqueles que acreditam que podemos aprender todos os dias, por aqueles que não se acham donos da verdade, mas aprendizes constantes. Algumas vezes precisamos voltar atrás em alguns de nossos conceitos; clamar, berrar, gritar por visão, nos desfazer de ilações mal feitas e rever verdades para que realmente vivamos.
Muitas coisas há em comum nestas histórias de tempos tão diferentes. Assim como alguns tentaram silenciar o clamor do cego, outros tentaram calar o som do panelaço - a presidente falou que não negociaria com os grevistas enquanto “aquilo” continuasse. Ambos faziam muito barulho por algum motivo em especial. Ambos sabiam que valia a pena agir daquela forma. Nas duas histórias há persistência. Há, porém, uma diferença em especial nestas situações e esta diferença é “o diferencial”, é o que precisamos perceber refletir e aprender com a mesma.
Você pode pensar que é a multidão no caso dos argentinos, e o homem solitário no caso do cego. Pode acreditar que é o tempo, o local, a altura do protesto, mas quero ir mais além e refletir com você sobre o ouvido que ouviu o som do protesto, do grito, do clamor; pensar sobre: a quem cada um recorreu?
Quem grita a presidente, a juiz, a advogado, enfim, a seres humanos com capacidades limitadas, pode no máximo receber um auxílio, ou ouvir um “não consigo fazer isto por você”. Quem faz barulho para atrair pessoas, pode ser interrompido por desacatos, pedradas, palavrões, xingamentos e acabar ficando em uma situação pior que a anterior; quem produz ruídos para ser ouvido por seres humanos, pode não conseguir alcançar o alvo desejado. Mas quem grita pra Deus, quem chama ao Senhor, quem deseja atrair Jesus para perto de si, será tão feliz quanto aquele cego que ousou “importunar o mestre”; poderá ver novas coisas, experimentar uma nova visão, “ver a vida com outros olhos” e, por fim, louvar àquele que lhe ouviu.
Então, o que você está esperando? Insista, persista peça, grite, implore “Àquele que é capaz de fazer infinitamente mais do que tudo o que pedimos ou pensamos”, pois ele está ali, a alguns passos de você e logo vai mandar te chamar e perguntar qual é seu desejo...
O som do panelaço e do grito de Bartimeu continua sendo ouvido; cada vez que alguém rompe a barreira da resignação e brada por liberdade, por novidade de vida, por paz, alegria, amor enfim. Estes são sons de seres desejosos por viver, lutar por seus direitos, por uma nova visão de mundo tal qual aquele cego que falou em alta voz e com insistência. O clamor do cego era por visão, ele queria ver o que não tinha enxergado até então. É um tipo de grito que deve ser ouvido de nossas bocas, é pronunciado por aqueles que acreditam que podemos aprender todos os dias, por aqueles que não se acham donos da verdade, mas aprendizes constantes. Algumas vezes precisamos voltar atrás em alguns de nossos conceitos; clamar, berrar, gritar por visão, nos desfazer de ilações mal feitas e rever verdades para que realmente vivamos.
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Você pode pensar que é a multidão no caso dos argentinos, e o homem solitário no caso do cego. Pode acreditar que é o tempo, o local, a altura do protesto, mas quero ir mais além e refletir com você sobre o ouvido que ouviu o som do protesto, do grito, do clamor; pensar sobre: a quem cada um recorreu?
Quem grita a presidente, a juiz, a advogado, enfim, a seres humanos com capacidades limitadas, pode no máximo receber um auxílio, ou ouvir um “não consigo fazer isto por você”. Quem faz barulho para atrair pessoas, pode ser interrompido por desacatos, pedradas, palavrões, xingamentos e acabar ficando em uma situação pior que a anterior; quem produz ruídos para ser ouvido por seres humanos, pode não conseguir alcançar o alvo desejado. Mas quem grita pra Deus, quem chama ao Senhor, quem deseja atrair Jesus para perto de si, será tão feliz quanto aquele cego que ousou “importunar o mestre”; poderá ver novas coisas, experimentar uma nova visão, “ver a vida com outros olhos” e, por fim, louvar àquele que lhe ouviu.
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