Palavra do leitor
- 27 de dezembro de 2008
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O natal e as possibilidades
"O ato da vida, revelado na manjedoura, trouxe a tona possibilidades diante da sequidão da história humana!"
Às vésperas de mais um natal, as pessoas não aceitam, em nenhuma hipótese, reduzir as marchas. Quem quiser comprovar e atestar, basta fazer uma inspeção ligeira nos shoppings centers. São tantos compromissos e demandas, em que acabam perdidas numa lista de compras e aquisições.
O amigo secreto. Os dias prolongados, devido ao recesso de muitas empresas. A esticada para a praia, o interior e sei lá mais o quê. O pernil. O panetone. A roupa nova. Os cartões de lembrança. O almoço de família.
Ora, não venho destilar um crítica ácida e inexorável a época do natal, nem ir a desforra numa espécie de apologia contestadora aos ditames e fundamentos do sistema vigente na sociedade regida pelo capitalismo. Muito menos adentrar no itinerário de um discurso de ordem sociopolítica, com o propósito de ventilar alternativas e dizer não ao estabelecido.
Em direção oposta, lanço as fichas na expectativa de alcançarmos uma mediação ponderativa e, por conseqüência, apontar os efeitos maléficos causados pela ânsia de um natal de prateleiras.
Não há como negar, via de regra, em toda época natalina, incorremos num estado de desgaste e irritabilidade. Até em virtude das tensões e alternâncias no desenrolar dos meses, semanas, dias e horas. Nesta época, muitos olham para um futuro não promissor. Já outros querem deixar o barco sujeito as ondas e aguardar os próximos capítulos.
Novamente, reitero não urdir uma reflexão de linha teológica ou partir para as vertentes de argumentações voltadas a apontar as distorções entre o natal moldado segundo a versão pagã e o natal arraigado na singeleza e simplicidade do nascimento de Cristo.
Muito embora, a influência de uma cultura de prateleiras e petrificada pelo relativismo e pluralismo adoecedor de almas, lamentavelmente, tem enxovalhado a principal missão da Igreja. Em outras palavras, propalar e cultivar uma discurso de palavras atitudinais de esperança ao ser humano. E palavras desfechadas em atitudes práticas e efetivas.
Digo isso, porque nos tornamos reféns de uma engrenagem inclinada a concebermos a panacéia do progresso como a vedete apta a eclipsar com profundos díspares na existência humana. Isto pode ser assaz percebido num discurso triunfalista, no qual fluem copiosamente por uma gama de arraiais evangélicos.
Por conseguinte, cada vez mais, a tônica do Natal adornado a conduzir o ser humano a uma visão aguerrida e contínua pela vida, em toda a sua amplitude, tem sido deslocada e desfocada. Partindo dessas colocações, deveríamos conceber o Natal não agasalhado por uma tradição, por um compêndio de belos ritos e celebrações ataviadas.
Deveras, deveríamos transcender e transbordar no autêntico e legítimo norte do nascimento do Mediador Supremo, trazendo uma opção incisiva pela doação da vida, pela responsabilidade e incumbência de trabalharmos em prol da vida da participação e esperança no transcorrer dos doze meses, ou das doze possibilidades de permearmos a finitude dos homens com o teor das boas-novas.
De nada adianta, tão somente, apontarmos os desvarios do natal infectado pelas sementes do paganismo, ou do consumismo desenfreado, ou da banalização no íntimo das pessoas. Faz-se necessário assumirmos, na postura de cristãos, uma decisão a fim de sairmos de todo um enxame de retóricas e vivenciarmos de maneira intensa, fraterna, solidária e revolucionária a fé de sonhos e sorrisos.
Não podemos delimitar nem demarcar a relevância do outro, tão somente, em 25/12/08. Sem titubear, tenhamos a coragem, contagiada pelo Espírito Santo, alicerçada nos princípios da revelação-viva, entranhado numa concepção de vida cristã comunitária e interdependência arriscar por levarmos a vida além de uma data.
Às vésperas de mais um natal, as pessoas não aceitam, em nenhuma hipótese, reduzir as marchas. Quem quiser comprovar e atestar, basta fazer uma inspeção ligeira nos shoppings centers. São tantos compromissos e demandas, em que acabam perdidas numa lista de compras e aquisições.
O amigo secreto. Os dias prolongados, devido ao recesso de muitas empresas. A esticada para a praia, o interior e sei lá mais o quê. O pernil. O panetone. A roupa nova. Os cartões de lembrança. O almoço de família.
Ora, não venho destilar um crítica ácida e inexorável a época do natal, nem ir a desforra numa espécie de apologia contestadora aos ditames e fundamentos do sistema vigente na sociedade regida pelo capitalismo. Muito menos adentrar no itinerário de um discurso de ordem sociopolítica, com o propósito de ventilar alternativas e dizer não ao estabelecido.
Em direção oposta, lanço as fichas na expectativa de alcançarmos uma mediação ponderativa e, por conseqüência, apontar os efeitos maléficos causados pela ânsia de um natal de prateleiras.
Não há como negar, via de regra, em toda época natalina, incorremos num estado de desgaste e irritabilidade. Até em virtude das tensões e alternâncias no desenrolar dos meses, semanas, dias e horas. Nesta época, muitos olham para um futuro não promissor. Já outros querem deixar o barco sujeito as ondas e aguardar os próximos capítulos.
Novamente, reitero não urdir uma reflexão de linha teológica ou partir para as vertentes de argumentações voltadas a apontar as distorções entre o natal moldado segundo a versão pagã e o natal arraigado na singeleza e simplicidade do nascimento de Cristo.
Muito embora, a influência de uma cultura de prateleiras e petrificada pelo relativismo e pluralismo adoecedor de almas, lamentavelmente, tem enxovalhado a principal missão da Igreja. Em outras palavras, propalar e cultivar uma discurso de palavras atitudinais de esperança ao ser humano. E palavras desfechadas em atitudes práticas e efetivas.
Digo isso, porque nos tornamos reféns de uma engrenagem inclinada a concebermos a panacéia do progresso como a vedete apta a eclipsar com profundos díspares na existência humana. Isto pode ser assaz percebido num discurso triunfalista, no qual fluem copiosamente por uma gama de arraiais evangélicos.
Por conseguinte, cada vez mais, a tônica do Natal adornado a conduzir o ser humano a uma visão aguerrida e contínua pela vida, em toda a sua amplitude, tem sido deslocada e desfocada. Partindo dessas colocações, deveríamos conceber o Natal não agasalhado por uma tradição, por um compêndio de belos ritos e celebrações ataviadas.
Deveras, deveríamos transcender e transbordar no autêntico e legítimo norte do nascimento do Mediador Supremo, trazendo uma opção incisiva pela doação da vida, pela responsabilidade e incumbência de trabalharmos em prol da vida da participação e esperança no transcorrer dos doze meses, ou das doze possibilidades de permearmos a finitude dos homens com o teor das boas-novas.
De nada adianta, tão somente, apontarmos os desvarios do natal infectado pelas sementes do paganismo, ou do consumismo desenfreado, ou da banalização no íntimo das pessoas. Faz-se necessário assumirmos, na postura de cristãos, uma decisão a fim de sairmos de todo um enxame de retóricas e vivenciarmos de maneira intensa, fraterna, solidária e revolucionária a fé de sonhos e sorrisos.
Não podemos delimitar nem demarcar a relevância do outro, tão somente, em 25/12/08. Sem titubear, tenhamos a coragem, contagiada pelo Espírito Santo, alicerçada nos princípios da revelação-viva, entranhado numa concepção de vida cristã comunitária e interdependência arriscar por levarmos a vida além de uma data.
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