Palavra do leitor
- 28 de agosto de 2012
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O Narcisismo em “sua mais completa tradução”
Uma reflexão simultânea sobre a palestra de Guilherme Machado “O que Narciso acha feio”, e do questionamento de Kant: “O que posso saber?”
Immanuel Kant ilustre pensador (1724-1804) reconheceu: “Ainda não vivemos numa era iluminada... A humanidade está em processo de chegar à maioridade...” O lema do Iluminismo era: Ouse usar seu próprio entendimento. Esse lema era aplicado, principalmente, à religião.
Mais de trezentos anos depois cabe a descrição (minha) do atual contexto: é semelhante ao fim do curso de um rio, mas não de um rio que deságua no mar, mas que tem suas águas represadas onde toda produção do passado se encontram ali, em seu leito, para serem outra vez apreciadas. Tudo está ali, fazendo parte do bojo.
Bonhoeffer bebendo nessa fonte conclui, em seu cristianismo arreligioso: Deus foi desalojado do mundo na cruz... Bom, isso tem sido verificado em nossos dias; essa apresentação de Deus por parte da igreja ultramoderna, definitivamente, não condiz com o Jesus bíblico.
Gostaria de tê-los, contemporaneamente, iniciaríamos algumas questões simples, típico de um mundo que se tornou adulto.
No programa teríamos um passeio pelas galerias dos “shoppings da vida”, onde as promoções para o consumo são regidas pela ditadura do prazer; e haja liberdade para atender o insaciável eternamente insatisfeito. Parece-nos que o eterno abismo entre o “rico e Lázaro”, nos assombra com as imagens reais do contraste apresentado por um mundo que tem e sobeja de tudo; percebido pelos rostos gordos e corado, correndo às vias de acesso, aos bancos, aos mercados, aos shoppings, às agências; ávidos pelas novidades que passam rápidas nas vitrines deste mundo que se desenvolveu e o outro lado dessa moeda que não queremos conhecer, que não queremos nos envolver nem muito menos nos comprometer. Produtos, pessoas, lixo; se equivalem neste admirável mundo novo, da modernidade liquida.
Em outro shopping teríamos as conquistas conseguidas como direito desse “ousar” advindo do campo das liberdades. Teríamos novas modalidades estreando em áreas tradicionalmente intocáveis como a família, por exemplo; na bioética... Em contraposição teríamos a igreja Bonhoeffiana tentando impor pelas vias do direto também, sua contracultura. Na questão da transcendência, além do eu, que a falta do Deus bíblico faz, teríamos uma mostra da juventude suprindo essas necessidades nas drogas e na violência alternativamente. E muito mais... São as anomalias sociais que os entendidos acham que são normais numa sociedade; verdadeiras deformidades, marcas de uma sociedade monstrificada, refém de sua própria liberdade.
Não. O ilustre pensador não tem culpa, nem ele nem ninguém. É que as coisas têm que ser assim. Mas aqui eu comentaria o primeiro dos três questionamentos que fez para a compreensão do Iluminismo e, por conseguinte do homem: O que posso saber? Saio do campo da ciência e vou para a introspecção, para o subjetivo, para as questões de consciência. Ou seja: saio do campo da ciência e permaneço no campo religioso. Então reflito:
O que posso saber?
Nada conheço além daqui. Nada além dessa vida; e tudo o que possa saber não me faz passar daqui. Começo com este pensamento para concluir: do que me adianta a intensidade da vida se não posso ir além? Se não posso canalizá-la para o transcendente? Se por outro lado tenho a convicção de que tudo pára por aqui, então do que esse viver me adianta ante a transitoriedade da vida? Do que me adianta o pódio da vida?(Narciso acha bonito) Ser o mais forte e poderoso dos homens e não resistir a uma picada do aeds egipte? (Narciso acha feio) Ser o mais inteligente e não saber nada além daqui?
O que posso saber?
Soubemos de muitas coisas até aqui, muitas descobertas, conquistas... Mas quanto mais sabemos, mais conhecemos de nós mesmo, mas esse conhecimento é paradoxal porque mais nos é negado da nossa natureza; aproximamo-nos de nós, em saber o que nos satisfaz, porém maior é o abismo que nos separa transcendentalmente de nossa eterna busca. Sentidos contrários.
Quando penso assim, do que me adianta? As inquietações prosseguem e as respostas que não aparecem figuram verdadeiros verdugos do “eu” e da religião do “eu”, da cultura do “eu”. É o pesadelo de Narciso. E, assim como o nobre pensador fez lá atrás, a sociedade revestida do escafandro mergulha profundamente, mas em sentido contrário ao verdadeiro caminho e vai... Trazendo benefícios de lá para o homem. Em sua necessidade passa por Jesus Deus, mas o vê somente em sentido abstrato, não querendo tomar conhecimento, e prossegue em sua aventura de ousar sem Deus, ou na melhor das hipóteses de um Jesus abstrato.
É isso que sei, mas sei que não é só isso que posso saber.
Immanuel Kant ilustre pensador (1724-1804) reconheceu: “Ainda não vivemos numa era iluminada... A humanidade está em processo de chegar à maioridade...” O lema do Iluminismo era: Ouse usar seu próprio entendimento. Esse lema era aplicado, principalmente, à religião.
Mais de trezentos anos depois cabe a descrição (minha) do atual contexto: é semelhante ao fim do curso de um rio, mas não de um rio que deságua no mar, mas que tem suas águas represadas onde toda produção do passado se encontram ali, em seu leito, para serem outra vez apreciadas. Tudo está ali, fazendo parte do bojo.
Bonhoeffer bebendo nessa fonte conclui, em seu cristianismo arreligioso: Deus foi desalojado do mundo na cruz... Bom, isso tem sido verificado em nossos dias; essa apresentação de Deus por parte da igreja ultramoderna, definitivamente, não condiz com o Jesus bíblico.
Gostaria de tê-los, contemporaneamente, iniciaríamos algumas questões simples, típico de um mundo que se tornou adulto.
No programa teríamos um passeio pelas galerias dos “shoppings da vida”, onde as promoções para o consumo são regidas pela ditadura do prazer; e haja liberdade para atender o insaciável eternamente insatisfeito. Parece-nos que o eterno abismo entre o “rico e Lázaro”, nos assombra com as imagens reais do contraste apresentado por um mundo que tem e sobeja de tudo; percebido pelos rostos gordos e corado, correndo às vias de acesso, aos bancos, aos mercados, aos shoppings, às agências; ávidos pelas novidades que passam rápidas nas vitrines deste mundo que se desenvolveu e o outro lado dessa moeda que não queremos conhecer, que não queremos nos envolver nem muito menos nos comprometer. Produtos, pessoas, lixo; se equivalem neste admirável mundo novo, da modernidade liquida.
Em outro shopping teríamos as conquistas conseguidas como direito desse “ousar” advindo do campo das liberdades. Teríamos novas modalidades estreando em áreas tradicionalmente intocáveis como a família, por exemplo; na bioética... Em contraposição teríamos a igreja Bonhoeffiana tentando impor pelas vias do direto também, sua contracultura. Na questão da transcendência, além do eu, que a falta do Deus bíblico faz, teríamos uma mostra da juventude suprindo essas necessidades nas drogas e na violência alternativamente. E muito mais... São as anomalias sociais que os entendidos acham que são normais numa sociedade; verdadeiras deformidades, marcas de uma sociedade monstrificada, refém de sua própria liberdade.
Não. O ilustre pensador não tem culpa, nem ele nem ninguém. É que as coisas têm que ser assim. Mas aqui eu comentaria o primeiro dos três questionamentos que fez para a compreensão do Iluminismo e, por conseguinte do homem: O que posso saber? Saio do campo da ciência e vou para a introspecção, para o subjetivo, para as questões de consciência. Ou seja: saio do campo da ciência e permaneço no campo religioso. Então reflito:
O que posso saber?
Nada conheço além daqui. Nada além dessa vida; e tudo o que possa saber não me faz passar daqui. Começo com este pensamento para concluir: do que me adianta a intensidade da vida se não posso ir além? Se não posso canalizá-la para o transcendente? Se por outro lado tenho a convicção de que tudo pára por aqui, então do que esse viver me adianta ante a transitoriedade da vida? Do que me adianta o pódio da vida?(Narciso acha bonito) Ser o mais forte e poderoso dos homens e não resistir a uma picada do aeds egipte? (Narciso acha feio) Ser o mais inteligente e não saber nada além daqui?
O que posso saber?
Soubemos de muitas coisas até aqui, muitas descobertas, conquistas... Mas quanto mais sabemos, mais conhecemos de nós mesmo, mas esse conhecimento é paradoxal porque mais nos é negado da nossa natureza; aproximamo-nos de nós, em saber o que nos satisfaz, porém maior é o abismo que nos separa transcendentalmente de nossa eterna busca. Sentidos contrários.
Quando penso assim, do que me adianta? As inquietações prosseguem e as respostas que não aparecem figuram verdadeiros verdugos do “eu” e da religião do “eu”, da cultura do “eu”. É o pesadelo de Narciso. E, assim como o nobre pensador fez lá atrás, a sociedade revestida do escafandro mergulha profundamente, mas em sentido contrário ao verdadeiro caminho e vai... Trazendo benefícios de lá para o homem. Em sua necessidade passa por Jesus Deus, mas o vê somente em sentido abstrato, não querendo tomar conhecimento, e prossegue em sua aventura de ousar sem Deus, ou na melhor das hipóteses de um Jesus abstrato.
É isso que sei, mas sei que não é só isso que posso saber.
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