Palavra do leitor
- 26 de julho de 2008
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O mundo é dos espertos!
Em meados dos anos 90, deparei-me com rapazes bem preparados, inteligentes, educados, fazendo pregações na televisão. E virei fã dos programas da Igreja Universal. Devo reconhecer que foi através dela o meu despertar.
Até que, certo dia, fui a um templo e o freqüentei por algumas semanas, pois queria entender o que passei a considerar um fenômeno. Mas em pouco tempo percebi o comércio da fé, o abuso da desgraça alheia, da simplicidade e da ignorância daqueles a quem a vida não contemplou nem com o mínimo essencial.
Porém, não há como alienar-se do que constantemente nos é apresentado no noticiário; e fui observando o crescimento da IURD.
Quando me converti em uma Igreja Batista, há quase cinco anos, eu o fiz por inteiro, numa decisão consciente e que me trouxe paz à alma. Então, para entender todo esse universo com suas diferentes denominações, minha observação foi aguçada e passei a comparar os ensinamentos ouvidos com as Sagradas Escrituras; e também os comparei com o que aprendi ao longo da vida, quando busquei a Deus por todos os caminhos; pouco é o que não conheço e de forma profunda.
E é nesse momento que a IURD me mostra sua face. Porque o que vejo em suas igrejas é um estranho arremedo do que vivenciei durante meus anos de umbandista.
Da roupagem dos pastores, aos cultos de descarrego, passando por sabonete de arruda, rosas vermelhas e amarelas, uso de velas, simpatias com corações... E penso cá comigo que num templo de umbanda as pessoas seriam melhor servidas; porque não estariam devendo "até as calças" para dizimar e pagar a monumental mansão que o Sr. Edir Macedo possui no exterior; e sabe-se lá quanto régio patrimônio outro possuirá.
Há muitos anos, sem compreender a migração dos católicos para a umbanda e o candomblé, a Cúria do Rio de Janeiro determinou ao Frei Raimundo Cintra que fizesse uma pesquisa, de forma a que entendessem o que ocorria. O resultado foi apresentado num livro intitulado Candomblé e Umbanda: o desafio brasileiro, que narra a carência afetiva do nosso povo, tão bem atendida pelos cultos africanos, que valorizam cada indivíduo, ouvindo-o, aconselhando-o, tornando-o parte de uma família, como que lhe dando uma cidadania que o Estado teima em não reconhecer. Fica bem evidenciado o distanciamento da Igreja Católica, sempre tão formal e superior aos demais mortais.
Até admito que Edir Macedo possa ter começado um ministério com boas intenções; mas são tantas as denominações outras, é tanta a concorrência... Inteligente como é, em seu terreiro há ar condicionado, boas poltronas, tecnologia de primeiro mundo; por alguns momentos, a carência encontra uma pretensa dignidade; e sente prazer em pagar por ela; sente prazer em ofertar grandemente, pois essa é uma forma de enaltecer o próprio ego, tão massacrado no cotidiano. Além do mais, tornar-se evangélico, para muitos, é uma questão de status, é um degrau a mais na inserção social, já que os cultos africanos são coisa de pobre e negro; é preciso subir na vida!
É certo que está escrito "o meu reino não é deste mundo". Mas se for possível dar uma ajeitadinha por aqui... Por quê não? Então, seja a massa manipulada, seja a massa entorpecida. E como a fé remove montanhas, mesmo sendo do tamanho de um grão de mostarda... Qualquer conquista é imputada ao Bispo, ao grande líder; a conexão com o Senhor tem um poderoso intermediário.
Quanto a Jesus, o Cristo... Quem é mesmo esse cara?
Até que, certo dia, fui a um templo e o freqüentei por algumas semanas, pois queria entender o que passei a considerar um fenômeno. Mas em pouco tempo percebi o comércio da fé, o abuso da desgraça alheia, da simplicidade e da ignorância daqueles a quem a vida não contemplou nem com o mínimo essencial.
Porém, não há como alienar-se do que constantemente nos é apresentado no noticiário; e fui observando o crescimento da IURD.
Quando me converti em uma Igreja Batista, há quase cinco anos, eu o fiz por inteiro, numa decisão consciente e que me trouxe paz à alma. Então, para entender todo esse universo com suas diferentes denominações, minha observação foi aguçada e passei a comparar os ensinamentos ouvidos com as Sagradas Escrituras; e também os comparei com o que aprendi ao longo da vida, quando busquei a Deus por todos os caminhos; pouco é o que não conheço e de forma profunda.
E é nesse momento que a IURD me mostra sua face. Porque o que vejo em suas igrejas é um estranho arremedo do que vivenciei durante meus anos de umbandista.
Da roupagem dos pastores, aos cultos de descarrego, passando por sabonete de arruda, rosas vermelhas e amarelas, uso de velas, simpatias com corações... E penso cá comigo que num templo de umbanda as pessoas seriam melhor servidas; porque não estariam devendo "até as calças" para dizimar e pagar a monumental mansão que o Sr. Edir Macedo possui no exterior; e sabe-se lá quanto régio patrimônio outro possuirá.
Há muitos anos, sem compreender a migração dos católicos para a umbanda e o candomblé, a Cúria do Rio de Janeiro determinou ao Frei Raimundo Cintra que fizesse uma pesquisa, de forma a que entendessem o que ocorria. O resultado foi apresentado num livro intitulado Candomblé e Umbanda: o desafio brasileiro, que narra a carência afetiva do nosso povo, tão bem atendida pelos cultos africanos, que valorizam cada indivíduo, ouvindo-o, aconselhando-o, tornando-o parte de uma família, como que lhe dando uma cidadania que o Estado teima em não reconhecer. Fica bem evidenciado o distanciamento da Igreja Católica, sempre tão formal e superior aos demais mortais.
Até admito que Edir Macedo possa ter começado um ministério com boas intenções; mas são tantas as denominações outras, é tanta a concorrência... Inteligente como é, em seu terreiro há ar condicionado, boas poltronas, tecnologia de primeiro mundo; por alguns momentos, a carência encontra uma pretensa dignidade; e sente prazer em pagar por ela; sente prazer em ofertar grandemente, pois essa é uma forma de enaltecer o próprio ego, tão massacrado no cotidiano. Além do mais, tornar-se evangélico, para muitos, é uma questão de status, é um degrau a mais na inserção social, já que os cultos africanos são coisa de pobre e negro; é preciso subir na vida!
É certo que está escrito "o meu reino não é deste mundo". Mas se for possível dar uma ajeitadinha por aqui... Por quê não? Então, seja a massa manipulada, seja a massa entorpecida. E como a fé remove montanhas, mesmo sendo do tamanho de um grão de mostarda... Qualquer conquista é imputada ao Bispo, ao grande líder; a conexão com o Senhor tem um poderoso intermediário.
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