Palavra do leitor
- 25 de setembro de 2007
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O monge e o cristão
Quem acompanha os noticiários viu que nas últimas semanas, em Mianmá (ex-Birmânia), milhares de pessoas saíram às ruas em protesto contra o regime militar. O movimento tem apoio de mais de 20 mil monges budistas. Os monges aderiram ao movimento de protesto desencadeado em 19 de agosto contra o regime, após forte aumento dos preços dos combustíveis e dos transportes em geral, que afeta duramente a população deste país pobre do Sudeste da Ásia. Mianmá é governada por juntas militares desde 1962. O regime atual se caracteriza por não aceitar nenhum ato de protesto. A principal opositora, Aung San Suu Kyi (Prêmio Nobel da Paz em 1991), está em prisão domiciliar desde 2003 e passou a maior parte dos últimos 18 anos detida.
Enquanto isso, no Brasil as estatísticas dizem que só cresce o número de evangélicos. Seriam quase 30 milhões. Com maioria absoluta de evangélicos e católicos, o Brasil é um dos maiores países cristãos do mundo. Infelizmente, isso não é suficiente para mobilizar a nação para uma revolução contra a marginalidade, corrupção, miséria e injustiças. Não podemos ou simplesmente não nos convém esse tipo de mobilização!? O que pregamos? O que cantamos?
A criatividade dos nossos "artistas evangélicos" não está grande coisa. A situação do mais pobre e a injustiça também não conseguem inspirar o bastante. Assim, resta mesmo é "navegar em outras águas". Enquanto lavo a louça e ouço Ana Carolina, coisas vão passando pela mente. Lembrei Brasil Corrupção. Eu não sei cantar e nem toco qualquer instrumento. Quem sabe um dia me arrisque na viola caipira... Se eu fosse de um grupo de louvor iria propor cantar Brasil Corrupção num culto (talvez coloque o CD um dia). Em muitas igrejas, talvez, fosse minha última vez no louvor, mas, acho que valeria a pena assim mesmo!
Enquanto a maioria "cristã" está mais interessada em músicas e discursos gospélicos, em ficar rico e travar batalhas quixotescas com o demônio, experimente ouvir a música de Ana Carolina e Seu Jorge: Neste Brasil corrupção/ pontapé bundão/ puto saco de mau cheiro/ do Acre ao Rio de Janeiro/ Neste país de manda-chuvas/ cheio de mãos e luvas/ tem sempre alguém se dando bem de São Paulo a Belém/ Pego meu violão de guerra/ pra responder essa sujeira. / E como começo de caminho/ quero a unimultiplicidade/ onde cada homem é sozinho/ a casa da humanidade. / Não tenho nada na cabeça/ a não ser o céu/ não tenho nada por sapato/ a não ser o passo. / Neste país de pouca renda/ senhoras costurando/ pela injustiça vão rezando/ da Bahia ao Espírito Santo/ Brasília tem suas estradas/ mas eu navego é noutras águas. / E como começo de caminho/ quero a unimultiplicidade/ onde cada homem é sozinho/ a casa da humanidade.
Alguns artistas não aparecem na mídia conservadora e hegemônica do país!? Você já ouviu essa letra em alguma grande rádio!? Pois é, na Birmânia a imprensa controlada pelo Estado também não publica relatórios sobre as demonstrações dos monges. Deve ser coincidência. Ou, nossos programadores musicais ainda não descobriram o Brasil Corrupção!
rodomar.blogspot.com
Enquanto isso, no Brasil as estatísticas dizem que só cresce o número de evangélicos. Seriam quase 30 milhões. Com maioria absoluta de evangélicos e católicos, o Brasil é um dos maiores países cristãos do mundo. Infelizmente, isso não é suficiente para mobilizar a nação para uma revolução contra a marginalidade, corrupção, miséria e injustiças. Não podemos ou simplesmente não nos convém esse tipo de mobilização!? O que pregamos? O que cantamos?
A criatividade dos nossos "artistas evangélicos" não está grande coisa. A situação do mais pobre e a injustiça também não conseguem inspirar o bastante. Assim, resta mesmo é "navegar em outras águas". Enquanto lavo a louça e ouço Ana Carolina, coisas vão passando pela mente. Lembrei Brasil Corrupção. Eu não sei cantar e nem toco qualquer instrumento. Quem sabe um dia me arrisque na viola caipira... Se eu fosse de um grupo de louvor iria propor cantar Brasil Corrupção num culto (talvez coloque o CD um dia). Em muitas igrejas, talvez, fosse minha última vez no louvor, mas, acho que valeria a pena assim mesmo!
Enquanto a maioria "cristã" está mais interessada em músicas e discursos gospélicos, em ficar rico e travar batalhas quixotescas com o demônio, experimente ouvir a música de Ana Carolina e Seu Jorge: Neste Brasil corrupção/ pontapé bundão/ puto saco de mau cheiro/ do Acre ao Rio de Janeiro/ Neste país de manda-chuvas/ cheio de mãos e luvas/ tem sempre alguém se dando bem de São Paulo a Belém/ Pego meu violão de guerra/ pra responder essa sujeira. / E como começo de caminho/ quero a unimultiplicidade/ onde cada homem é sozinho/ a casa da humanidade. / Não tenho nada na cabeça/ a não ser o céu/ não tenho nada por sapato/ a não ser o passo. / Neste país de pouca renda/ senhoras costurando/ pela injustiça vão rezando/ da Bahia ao Espírito Santo/ Brasília tem suas estradas/ mas eu navego é noutras águas. / E como começo de caminho/ quero a unimultiplicidade/ onde cada homem é sozinho/ a casa da humanidade.
Alguns artistas não aparecem na mídia conservadora e hegemônica do país!? Você já ouviu essa letra em alguma grande rádio!? Pois é, na Birmânia a imprensa controlada pelo Estado também não publica relatórios sobre as demonstrações dos monges. Deve ser coincidência. Ou, nossos programadores musicais ainda não descobriram o Brasil Corrupção!
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