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Palavra do leitor

O Milagre na Cela 7

*Contém spolier

Vivemos um tempo estranho. Para muitos, perigoso, catastrófico. Para os mais radicais e temerosos, apocalíptico. Nas manchetes, quanto pior as notícias, melhor. Tem que haver morte e sangue a relatar. Isso sem falar das mentiras e exageros noticiados com único intuito de trazer pânico e instabilidade social. Um mundo assim, doente e distante de Deus, não poderia realmente falar de coisas boas, trazer notícias de esperança, de vidas felizes. Porém, em meio a esse caldeirão de pessimismo, paradoxalmente, o cinema foi buscar num pequeno vilarejo da Turquia um pouco de leveza aos dias pesados. Refiro-me ao filme "O Milagre na Cela 7".

Muito tem se falado sobre ele nos últimos dias. Tive a oportunidade de assisti-lo recentemente e confesso que fui tocado por forte emoção. Os olhos marejados diziam algo a este cinquentão vindo lá das bandas do Ceará: há esperança para este mundo triste. Neste artigo faço alguns comentários sobre este filme, cujos personagens e temas nos ajudam a entender ou desmistificar um pouco do ser humano, levando aos meus leitores um pouco do que apreendi do mesmo. E, embora a história não mencione ou tenha relação direta com o mundo cristão, pude visualizar traços que nos levam às pegadas de Jesus e às marcas de seu Evangelho.

A inocência talvez seja a maior marca do filme. Tanto por parte do personagem principal (Memo) como de sua filha (Ova). Esta característica própria das crianças nos mostra como a vida é mais saudável e alegre quando nos despojamos de nossa arrogância e pragmatismo e como podemos ser mais felizes quando vivemos uma vida plena sendo gratos pelo que temos e pelos que nos cercam. Certamente foi isso que Jesus queria dizer quando ensinou que o "Reino dos céus pertence aos que são semelhantes às crianças".

A amizade e a cumplicidade são valores marcantes na película, isso é muito claro no relacionamento entre o pai, a filha e a avó desta, um núcleo familiar não muito comum, porém, repleto de afeto. Eles se falam numa linguagem mesclada de amor, o que parece tornar toda a vida mais colorida. Vê-se ainda que novos amigos podem ser conquistados, mesmo num ambiente em que impere a desconfiança e o medo, quando somos leais e sinceros.

Aprendemos também que acreditar na verdade, mesmo quando tudo parece sem sentido e sem saída, sempre será a melhor alternativa e ela sempre virá à tona. Sentir a dor do outro é outro tópico abordado na história. Nos tornamos mais humanos quando adentramos na alma do outro tentando sentir e perceber sua dor e assim, vendo o quão parecidos nós somos e o quanto podemos ser parte da cura do nosso próximo. Aprendemos que a construção de pontes, entre o eu e o tu, sempre será mais fácil quando nos esvaziamos de nós mesmos e sempre será mais enriquecedora do que a construção de muros que só nos distanciam e nos desumanizam.

Nos deparamos também nessa história com um sentimento humano muito deprimente chamado vingança. Esta companheira milenar da criatura humana mostra sua cara e usando suas armas preferidas, a mentira e a injustiça, envia sua vítima ao matadouro.

Contudo, o que mais me tocou foi o fato de alguém, um desconhecido, e ainda, homicida, ter se importado com o jovem Memo, injustamente condenado à morte, a ponto de ter morrido no seu lugar, embora houvesse também naquele um desejo de, através de tal sacrifício, tentar reparar algo que o prendia a um passado sombrio. Muitas perguntas me vieram à cabeça neste momento da trama: por quem eu morreria? Será se alguém morreria por mim? E por que? As palavras do apóstolo João me soaram como uma voz angelical aos meus ouvidos: "Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida pelos seus amigos" (Jo 15.13).

No final do drama e depois dele, não pude deixar de relacionar a morte do estranho prisioneiro substituto a um outro sacrifício acontecido num lugar e tempo determinados pelo Senhor da História numa longínqua e triste tarde que antecedia ao "shabat". Porém, neste último caso, aquele que sacrificou sua vida o fez não por alguém inocente (caso do personagem do filme), mas por pessoas culpadas, pecadoras e, portanto, devedoras a um Deus justo e santo. Pessoas como eu e você. Gente cujo destino final, a morte eterna, estaria determinado, não fosse por um decreto definido e publicado na eternidade pela Trindade, pelo qual fomos feitos livres tendo nossa dívida paga pelo "servo sofredor" (Is 53).

Enfim, o filme em questão mostra-nos que milagres são possíveis e necessários e que a esperança pode surgir de onde menos se espera. Assim como aqueles prisioneiros da cela 7 testemunharam, a vida pode ressurgir, corações podem ser alcançados e os olhos da alma podem ser abertos a um novo alvorecer enxergando a esperança apesar das grades e muros de uma prisão, física ou espiritual. A esperança não está morta. Ela traz o milagre que dá brilho e cor a um horizonte cinzento. A esperança tem nome. E seu nome é Jesus.

Presbítero Tony
Graduado em Liderança - Haggai International
faos.ead@gmail.com
Brasília - DF
Textos publicados: 80 [ver]
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