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Palavra do leitor

O menino e a pipa

Brincadeira de criança a gente traz na lembrança e o coração às vezes balança e dança de amor e de emoção. São muitos brinquedos e alguns segredos, brinquedos que a gente inventa e reinventa ao longo da infância e da adolescência. É uma forma de viver e de participar da vida, dar asas à imaginação enquanto cresce e se desenvolve criando e brincando, vivendo e amando.

As lembranças vêm de longe e eu gosto de materializa-las enquanto o tempo passa, a idade avança e, evidentemente, não somos mais crianças. Todos já tiveram essa experiência e cada um poderia contar a sua. Elas são diferentes conquanto sejam especiais na vida de cada um. E são muitas as brincadeiras e são tantos os brinquedos que daria para escrever um livro e mesmo assim não se esgotaria o material. Brincar de peteca, as meninas de boneca, brincar de carrinho às vezes sozinho, brincar de rodar pião, jogar bola, brincar de roda, de pique, pega pega, carrinho de rolimã. Brincar desde a manhã, o dia todo, parando só para estudar e fazer algum trabalho a pedido dos pais. Brincar o dia todo e até de noite, nos finais de semana, nas férias escolares, viajar para brincar com os parentes que moravam longe... Tanta brincadeira que às vezes nem dá vontade de dormir e depois sonhar.

E aí depois se brinca nas ruas dos sonhos, brinca sonhando e sonha brincando. Essa brincadeira faz bem à saúde, aguça a inteligência, enturma o pessoal, faz passar o tempo e o tempo também brinca enquanto passa. E entre todas essas brincadeiras existe a de de soltar pipa e vê-la voando no céu levada pelo vento. Esse brinquedo tem o seu nome em cada região do Brasil. Às vezes é chamada de "papagaio, maranhão, pipa, pandorga, rabiola, curica, cangula, morcego, lebreque, coruja, tapioca, bebeu, arraia, raia, gaivota, quadrado, cafifa, estilão e barriete". (Fonte Google). Deve ter mais nomes de acordo com a curiosidade e a criatividade de cada pessoa em cada região.

O mais importante não é o nome que se dá, mas a sensação de brincar, de vê-la no ar rabeando de um lado para o outro como se estivesse viva. O que conta, na verdade, é a brincadeira que hoje envolve até pessoas adultas. O que seria da vida se não existissem as brincadeiras, que começam na infância e muitas vezes avançam pela vida e sempre fazem bem à criatividade, ao passa tempo, à amizade se tornando saudável em todos os sentidos?

Brinquei muito no meu tempo, geralmente sozinho e foi onde comecei a pensar e depois a escrever os meus versinhos, minhas poesias, que hoje são lidas a apreciadas por milhares e milhares de pessoas em redor do mundo. E assim a vida se passa "como um conto ligeiro", mas depois a brincadeira continua, pois é gostoso brincar, se divertir e servir ao Senhor enquanto brinca e se diverte. Isto é muito saudável, dar linha à pipa, vê-la subindo até ficar pequena na imensidão, muito acima até ficar invisível aos nossos olhos, enquanto a pessoa dá mais linha à pipa e curte esse momento de alegria, prazer e satisfação. Assim a vida se passa com a sua graça e o seu divertimento, se passa como o vento que leva a pipa e nos deixa aqui felizes pelo nosso invento. Que assim seja a nossa vida, que cada um seja feliz do seu jeito sentindo o coração bater no peito, com sorriso nos lábios e grato a Deus por tudo.
Mogi Guaçu - SP
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