Palavra do leitor
- 21 de julho de 2008
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O lado "filão-trópico" de Rick Warren
Depois da visita do papa católico no ano passado, o Brasil recebe agora o papa evangélico. Um dos tantos que temos. Aliás, uma de tantas vantagens que nossos irmãos católicos têm sobre nós evangélicos, é que eles só tem um papa.
Os papas da prosperidade, por exemplo, como Kenneth Hagin, Yonggi Cho, Merlin Carothers, Benny Hinn e Co. Ltda. no fundo diferem pouco em suas propostas daquilo que Warren prega em seu plano PEACE. Todos querem ver os irmãos saírem da pobreza e galgarem os degraus sociais para uma vida saudável e digna. Os métodos usados para conseguirem isso são obviamente bem distintos.
Se o rebanho, na prática, acompanha o líder escada social acima, não sabemos ao certo, mas que tais papas chegam ao pico isso é óbvio. No Brasil, aqueles que preferem os títulos de bispo e apóstolo a papa, são o chefes de impérios a dar inveja a qualquer multinacional do primeiro ou segundo setor da economia.
Estimular a economia de comunidades pobres (se não países inteiros, como o caso de Rwanda) é o alvo do ousado plano PEACE da igreja californiana do pastor batista Rick Warren. Treinar lideranças, plantar igrejas, combater a pobreza e o analfabetismo são os principais tópicos. O já batido chavão “não dar o peixe, mas ensinar a pescar” é substituído por “não ensinar a pescar, mas ensinar a vender o peixe”.
Tudo isso difere muito do homem de Nazaré, que na verdade deu o peixe e o pão, para aqueles homens que já estavam cansados de saberem como pescar e vender... Tais políticas na verdade são "ótimos" programas sociais e aumentam a renda, não da comunidade carente, mas dos professores sabichões e da estrutura que se cria sob o pretexto de se ajudar o pobre do pobre.
Como Pedro e João eram também pobres e não possuíam nem ouro nem prata ofereceram para um indivíduo carente o que tinham. Milagres como o que aconteceu no início da igreja não se repetem com tanta facilidade assim, todavia se oferecêssemos o ouro e a prata que hoje temos para de fato beneficiarmos nossos irmãos carentes, isso já seria um grande milagre. Nem todos precisam de curas sobrenaturais, mas somente de alimento, de dinheiro, de ajuda desinteressada. Como disse um missionário pentecostal, conhecido meu, o demônio da fome só se expulsa com pão.
Pão é a necessidade primária do ser humano. Mas nem só de pão nós vivemos, isso é claro. Mas também não é errado o que nossos amigos da teologia da libertação afirmam, “quem tem fome tem pressa”. A palavra pode ser sempre pregada a tempo e fora de tempo, já o alimento fora do tempo pode ser tarde demais.
Meu mais sincero desejo é que muitos que participaram do evento no Credicard Hall ou na Lagoinha em BH saiam entusiasmados em ajudar a população carente e excluída brasileira. Que o entusiasmo vá além das palavras e sonhos e se concretize em bênção. Realmente esse tem sido um filão promissor em nosso país tropical. Demanda é o que não falta. Duvido porém que algo que comece com planos megalomaníacos termine com resultados positivos, lá em baixo, no pé da pirâmide. Mas com certeza quem entra na onda agora, enquanto a pirâmide ainda está sendo formada tem mais chances de conquistar seu lugar mais acima, seja vendendo apostilas, DVDs, dando treinamentos ou no mínimo se auto-promovendo ao versar bem sobre o assunto. Minha dica é que consigam traduzir sabiamente e fielmente para o português os acrósticos fabulosos do americano, aí sim o plano de Marketing da franquia californiana pode funcionar de forma mais eficaz.
Uma segunda via, porém, seria assumir nossa própria identidade, nossa própria capacidade criativa e empreendedora e pensarmos com nossas próprias cabeças e mais do que isso nos contentarmos com os pequenos passos e resultados mais modestos, longe dos holofotes, mas mais próximo do coração humano, para não dizer divino. Talvez PEACE pode ser simplesmente resumido e traduzido por P.A.Z mesmo: Promover a paz, Amar os inimigos e Zerar as divisões. E aplicado em nosso próprio micro ambiente do lar, da igreja e do bairro. Certamente esse dever de casa bem feito, teriam impactos bem mais duradouros além de alcance imensuráveis.
www.fraternus.de
Os papas da prosperidade, por exemplo, como Kenneth Hagin, Yonggi Cho, Merlin Carothers, Benny Hinn e Co. Ltda. no fundo diferem pouco em suas propostas daquilo que Warren prega em seu plano PEACE. Todos querem ver os irmãos saírem da pobreza e galgarem os degraus sociais para uma vida saudável e digna. Os métodos usados para conseguirem isso são obviamente bem distintos.
Se o rebanho, na prática, acompanha o líder escada social acima, não sabemos ao certo, mas que tais papas chegam ao pico isso é óbvio. No Brasil, aqueles que preferem os títulos de bispo e apóstolo a papa, são o chefes de impérios a dar inveja a qualquer multinacional do primeiro ou segundo setor da economia.
Estimular a economia de comunidades pobres (se não países inteiros, como o caso de Rwanda) é o alvo do ousado plano PEACE da igreja californiana do pastor batista Rick Warren. Treinar lideranças, plantar igrejas, combater a pobreza e o analfabetismo são os principais tópicos. O já batido chavão “não dar o peixe, mas ensinar a pescar” é substituído por “não ensinar a pescar, mas ensinar a vender o peixe”.
Tudo isso difere muito do homem de Nazaré, que na verdade deu o peixe e o pão, para aqueles homens que já estavam cansados de saberem como pescar e vender... Tais políticas na verdade são "ótimos" programas sociais e aumentam a renda, não da comunidade carente, mas dos professores sabichões e da estrutura que se cria sob o pretexto de se ajudar o pobre do pobre.
Como Pedro e João eram também pobres e não possuíam nem ouro nem prata ofereceram para um indivíduo carente o que tinham. Milagres como o que aconteceu no início da igreja não se repetem com tanta facilidade assim, todavia se oferecêssemos o ouro e a prata que hoje temos para de fato beneficiarmos nossos irmãos carentes, isso já seria um grande milagre. Nem todos precisam de curas sobrenaturais, mas somente de alimento, de dinheiro, de ajuda desinteressada. Como disse um missionário pentecostal, conhecido meu, o demônio da fome só se expulsa com pão.
Pão é a necessidade primária do ser humano. Mas nem só de pão nós vivemos, isso é claro. Mas também não é errado o que nossos amigos da teologia da libertação afirmam, “quem tem fome tem pressa”. A palavra pode ser sempre pregada a tempo e fora de tempo, já o alimento fora do tempo pode ser tarde demais.
Meu mais sincero desejo é que muitos que participaram do evento no Credicard Hall ou na Lagoinha em BH saiam entusiasmados em ajudar a população carente e excluída brasileira. Que o entusiasmo vá além das palavras e sonhos e se concretize em bênção. Realmente esse tem sido um filão promissor em nosso país tropical. Demanda é o que não falta. Duvido porém que algo que comece com planos megalomaníacos termine com resultados positivos, lá em baixo, no pé da pirâmide. Mas com certeza quem entra na onda agora, enquanto a pirâmide ainda está sendo formada tem mais chances de conquistar seu lugar mais acima, seja vendendo apostilas, DVDs, dando treinamentos ou no mínimo se auto-promovendo ao versar bem sobre o assunto. Minha dica é que consigam traduzir sabiamente e fielmente para o português os acrósticos fabulosos do americano, aí sim o plano de Marketing da franquia californiana pode funcionar de forma mais eficaz.
Uma segunda via, porém, seria assumir nossa própria identidade, nossa própria capacidade criativa e empreendedora e pensarmos com nossas próprias cabeças e mais do que isso nos contentarmos com os pequenos passos e resultados mais modestos, longe dos holofotes, mas mais próximo do coração humano, para não dizer divino. Talvez PEACE pode ser simplesmente resumido e traduzido por P.A.Z mesmo: Promover a paz, Amar os inimigos e Zerar as divisões. E aplicado em nosso próprio micro ambiente do lar, da igreja e do bairro. Certamente esse dever de casa bem feito, teriam impactos bem mais duradouros além de alcance imensuráveis.
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