Palavra do leitor
- 11 de agosto de 2024
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O Jesus Hulk, a salvação de pacote, o desespero e a presunção do toma lá, dá cá
O encontro de três realidades, com suas verdades e constatações, com Jesus bem no centro, pode nos levar a ponderar sobre o quanto o desespero e a presunção podem sepultar toda nossa esperança, toda nossa fé, toda nossa perspectiva para um novo tempo e se agarrar a onipotência do poder, a soberania da vingança, ao paraíso de pacotes, ao toma cá, dá lá. Então, aqui, nesse apanhado de palavras, observo o ladrão Gestas, com a sua direta inquirição de se és o filho de Deus, então, salva-te a ti mesmo e a nós também. Afinal, serão as palavras de Gestas ao apontar para um Deus que se vale de uma contabilidade de sofrimentos, de aflições, de frustrações, de atrocidades, como se houvesse uma escolha para sofrer e, lá na frente, ser bem recompensado?
Sofrerei e deveremos sofrer, até para sermos merecedores de retribuições e encômios?
Acredito, piamente, quem incorre nessa leitura concebe Aquele que a tudo e a todos precede, como um personagem sádico e carrasco. Retomando ao fio da meada sobre Gestas, os textos de Lucas 4.41; 23.35-37, chego a conclusão de não são de sua autoria aquelas palavras desaforadas, porque havia ouvido todo o reverberar do salve-te a ti mesmo e a nós. Logo, o coração daquele ladrão estava trancafiado, como numa parede e se via entrançado pelos ecos estridentes do salva-te a ti mesmo, do faça alguma coisa, assim como fez com o Lázaro Ressuscitado, com a filha de Jairo, com a multiplicação dos pães e dos peixes, ao andar sobre as ondas colossais do mar, como perpetraste tantos prodígios e atos esplendorosos. Deveras, as respostas de Gestas, expressamente, desembocam em dois efeitos devastadores em face da esperança: o desespero e a presunção.
Ora, falo do desespero, porque fala por falar, sem esperar mais nada, diferentemente, conforme podemos observar em Salmos 43.23-24 e Jó 7.15, em função de não esconderem o seu desespero de si, do mundo e do outro e emitem os seus rogos Aquele para quem respondem, para quem confessam, para quem desabafam, para quem poderia chegar ao funda de suas almas. O efeito letal do desespero, da esperança mórbida, da desesperança que se camufla num dissabor pela vida, num desgosto pela alegria, num asco pela paz, num descrédito pela justiça, numa abjeção ou desprezo pela compaixão e pela misericórdia da Cruz do Ressurecto. O mais tenebroso do desespero e do desesperado se apresenta em não crer e muito menos acreditar na oferta do perdão, de que posso ser perdoado e de que posso recomeçar. Não por menos, o desespero sepulta a esperança que nos faz ir adiante, sem nos envergonhar de nossas cicatrizes e sequelas, perpetua e petrifica o estado de sermos indignos, em nossa alma, e nos conduz ao mais abissal silêncio mórbido ou ao inferno.
Vou adiante, Gestas paradigmatiza um salva – te a ti mesmo, como um salve – se quem puder, como um cada um por si e Deus por todos, como o problema é seu, como se buscasse um Salvador portentoso de poder para ir a desforra, como a versão do super – homem que se basta a si mesmo, como a máxima da lei do mais forte e apto, sem perceber que o chamado do Cristo se move e se movimenta para a verdade e para o amor, para a justiça e para alegria, sem colocar na mesma posição de Satanás, Lucas 4.3, 6-7. O enfoque de Gestas por um Deus com subjugação e imposição absoluta, sem o gesto de dizer – estou a porta e bato e não estou a porta e vou arrombar.
Decerto, o desespero chancela uma leitura de um Deus que nos concebe como posses e nada mais.
Agora, a sutileza da presunção, ao esterilizar, ao afastar, ao impedir e ao abrir mão da ajuda do Espírito Santo, para sermos libertos de nossas faltas. Além do mais, a presunção não reconhece que a felicidade da Graça do Ressurrecto passa e perpassa pela fecundidade, pelo engendrar, pela granjear e pelo promanar dessa presença, ao nosso lado, do Espírito Santo. Anota-se, isto implica o promover de uma salvação ou de uma cura não de aparências, não de conveniências, não de faz de conta, mas sim por chegar ao profundo do nosso ser e haver uma autêntica transformação, por espertar uma esperança para que outros participem dessas boas notícias de gratidão e de generosidade.
Cabe frisar, tanto o desespero quanto a presunção espelham uma dimensão de passividade, de indiferença, de comiseração, de uma soberania frágil, de uma onipotência débil, como se estivéssemos reduzidos a meras marionetes. Ah, Gestas torcia para o surgir de um Cristo da força, de um novo céu e de uma nova terra propulsionado pelo poder do mando, da imposição e das vinganças, da fajuta fé no Jesus Hulk que o tiraria de sua condição como se fosse ou não passasse de um pacote, de um brinquedo, de uma marionete, como se viver no eterno, com o DEUS do evangelho que nos levasse a sermos pacotes e nada mais.
Sofrerei e deveremos sofrer, até para sermos merecedores de retribuições e encômios?
Acredito, piamente, quem incorre nessa leitura concebe Aquele que a tudo e a todos precede, como um personagem sádico e carrasco. Retomando ao fio da meada sobre Gestas, os textos de Lucas 4.41; 23.35-37, chego a conclusão de não são de sua autoria aquelas palavras desaforadas, porque havia ouvido todo o reverberar do salve-te a ti mesmo e a nós. Logo, o coração daquele ladrão estava trancafiado, como numa parede e se via entrançado pelos ecos estridentes do salva-te a ti mesmo, do faça alguma coisa, assim como fez com o Lázaro Ressuscitado, com a filha de Jairo, com a multiplicação dos pães e dos peixes, ao andar sobre as ondas colossais do mar, como perpetraste tantos prodígios e atos esplendorosos. Deveras, as respostas de Gestas, expressamente, desembocam em dois efeitos devastadores em face da esperança: o desespero e a presunção.
Ora, falo do desespero, porque fala por falar, sem esperar mais nada, diferentemente, conforme podemos observar em Salmos 43.23-24 e Jó 7.15, em função de não esconderem o seu desespero de si, do mundo e do outro e emitem os seus rogos Aquele para quem respondem, para quem confessam, para quem desabafam, para quem poderia chegar ao funda de suas almas. O efeito letal do desespero, da esperança mórbida, da desesperança que se camufla num dissabor pela vida, num desgosto pela alegria, num asco pela paz, num descrédito pela justiça, numa abjeção ou desprezo pela compaixão e pela misericórdia da Cruz do Ressurecto. O mais tenebroso do desespero e do desesperado se apresenta em não crer e muito menos acreditar na oferta do perdão, de que posso ser perdoado e de que posso recomeçar. Não por menos, o desespero sepulta a esperança que nos faz ir adiante, sem nos envergonhar de nossas cicatrizes e sequelas, perpetua e petrifica o estado de sermos indignos, em nossa alma, e nos conduz ao mais abissal silêncio mórbido ou ao inferno.
Vou adiante, Gestas paradigmatiza um salva – te a ti mesmo, como um salve – se quem puder, como um cada um por si e Deus por todos, como o problema é seu, como se buscasse um Salvador portentoso de poder para ir a desforra, como a versão do super – homem que se basta a si mesmo, como a máxima da lei do mais forte e apto, sem perceber que o chamado do Cristo se move e se movimenta para a verdade e para o amor, para a justiça e para alegria, sem colocar na mesma posição de Satanás, Lucas 4.3, 6-7. O enfoque de Gestas por um Deus com subjugação e imposição absoluta, sem o gesto de dizer – estou a porta e bato e não estou a porta e vou arrombar.
Decerto, o desespero chancela uma leitura de um Deus que nos concebe como posses e nada mais.
Agora, a sutileza da presunção, ao esterilizar, ao afastar, ao impedir e ao abrir mão da ajuda do Espírito Santo, para sermos libertos de nossas faltas. Além do mais, a presunção não reconhece que a felicidade da Graça do Ressurrecto passa e perpassa pela fecundidade, pelo engendrar, pela granjear e pelo promanar dessa presença, ao nosso lado, do Espírito Santo. Anota-se, isto implica o promover de uma salvação ou de uma cura não de aparências, não de conveniências, não de faz de conta, mas sim por chegar ao profundo do nosso ser e haver uma autêntica transformação, por espertar uma esperança para que outros participem dessas boas notícias de gratidão e de generosidade.
Cabe frisar, tanto o desespero quanto a presunção espelham uma dimensão de passividade, de indiferença, de comiseração, de uma soberania frágil, de uma onipotência débil, como se estivéssemos reduzidos a meras marionetes. Ah, Gestas torcia para o surgir de um Cristo da força, de um novo céu e de uma nova terra propulsionado pelo poder do mando, da imposição e das vinganças, da fajuta fé no Jesus Hulk que o tiraria de sua condição como se fosse ou não passasse de um pacote, de um brinquedo, de uma marionete, como se viver no eterno, com o DEUS do evangelho que nos levasse a sermos pacotes e nada mais.
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