Palavra do leitor
- 14 de dezembro de 2011
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O filho pródigo do diabo
Certo príncipe tinha muitos filhos, na verdade não eram legítimos, ele os seqüestrara há muito tempo, e gostava de ser chamado de pai. Era cheio de posses, dava a seus “filhos” prazeres de todo tipo, vícios, libertinagem, com a única condição que obedecessem e servissem sempre. Viviam sujos e sem esperança de cambiar de sorte, mas seu “pai” insistia em dizer que eram felizes. Promovia toda sorte de distração de modo que nem tempo para se lavar, eles tinham.
Um dia, de ressaca da vida dissoluta que levava, um deles ouviu falar de uma fonte pura, onde toda sujeira seria limpa, e até os prazeres seriam purificados. Isso mexeu com seu pensamento; falou a um ou dois de seus irmãos que zombaram dele e disseram que a fonte era apenas uma prisão, a castração da alegria, não estava com nada, seu pai ensinara isso desde pequenos.
Ele continuou inquieto, pois, via pelas ruas alguns que bebiam da dita Fonte e eram limpos, saudáveis e pareciam felizes, nunca de ressaca… Por um instante sentiu desejo de conversar com um daqueles e saber como eram, de fato, as coisas. O príncipe quando soube ficou furioso, mandou que o servo fosse cercado de conselheiros e guarda-costas, de modo que, se não fosse desencorajado pelos conselhos, deveria ser, por ameaças.
Sempre que podia, ele conversava com os que bebiam da Fonte Eterna (assim chamavam), e quanto mais ouvia sobre a água pura, mais sede sentia. Um dia, não resistiu; decidiu enfrentar a tudo e a todos, fugiu dos guarda-costas, desprezou os conselheiros de In mundo, e foi conhecer a famosa Fonte.
No começo sentiu-se mal, indigno, sujo. O Rei, dono da Fonte, mandou seus servos dizerem que não tinha importância, que ele era bem vindo ali, e que seu Mordomo-Mor, Espírito Santo, estava disposto a ajudar se ele quisesse se lavar. Aquilo mexeu com seus sentimentos, mas, lembrou dos prazeres de In mundo, dos conselhos que desencorajavam e das ameaças dos guardas, e foi embora sem aceitar o convite do Rei, que o queria adotar.
Desde então, suas angústias só fizeram crescer; as promessas do Rei soavam verdadeiras, como eram presentes as ameaças do príncipe de In mundo, que já pensava em matá-lo, para que não fosse embora de vez. Vez por outra se pegava ouvindo as palavras dos servos do Rei, que prometiam prazeres verdadeiros e eternos, além de limpá-lo por inteiro. Vencido por inexplicável sede, um dia, voltou à fonte.
Foi recebido com o mesmo amor, e as promessas do Rei foram renovadas. O mesmo anseio interior o moveu, e como que puxado por uma mão invisível, mergulhou. Suas próprias lágrimas de alegria pareciam lavá-lo, e, realmente, em um momento, sentiu-se limpo. Aprendeu que sempre pertencera àquela família, apenas fora seqüestrado pelo príncipe de In mundo, e agora, estava de volta ao lar. O Rei designou um guardião para proteger seu filho contra conselhos e ameaças dos servos do príncipe.
Mas, nem tudo era festa no reino Eterno. Era preciso estudar as leis do reino, treinar uma postura excelente para um dia estar apto a viver na corte. Sempre que podiam os conselheiros de In mundo acenavam com seus sujos prazeres em contraste com a disciplina do Reino, pra convencerem o agora fiel, a voltar à antiga vida. Às vezes ele se esquecia de beber Água da Vida, ou de se lavar para deitar, e uma pequena porção de sujeira já trazia saudades de In mundo.
O guardião do Rei o protegia de ataques, mas deixava ir onde quisesse, fazer suas escolhas; era ordem do Rei, que todos seus filhos fossem plenamente livres. Cada vez que esquecia de se lavar, tendia a aproximar-se de antigos amigos, que sempre o convidavam para suas festas impuras, e seus prazeres doentios.
Continuava freqüentando o castelo do Rei, mas sempre dava uns passeios nos arrabaldes saudoso da antiga vida. Nessas idas e vindas, um dia esqueceu o cantil e bebeu de novo nas fontes do príncipe. O guardião disse: Voltemos ao castelo que o Rei te vai perdoar. Mas os conselheiros do príncipe insistiram que ele voltasse a antigas festas, que era muito mais fácil que a disciplina do Reino. Vencido em sua alma, desistiu de retornar ao castelo e voltou a antigos ambientes; não viu mais seu guardião.
O príncipe quando soube de seu retorno mandou que ele fosso atribulado, algemado aos vícios na masmorra da depressão. Além desses castigos, bobos da corte zombam repetindo as promessas do Rei dos reis, que ele desprezou…
Um dia, de ressaca da vida dissoluta que levava, um deles ouviu falar de uma fonte pura, onde toda sujeira seria limpa, e até os prazeres seriam purificados. Isso mexeu com seu pensamento; falou a um ou dois de seus irmãos que zombaram dele e disseram que a fonte era apenas uma prisão, a castração da alegria, não estava com nada, seu pai ensinara isso desde pequenos.
Ele continuou inquieto, pois, via pelas ruas alguns que bebiam da dita Fonte e eram limpos, saudáveis e pareciam felizes, nunca de ressaca… Por um instante sentiu desejo de conversar com um daqueles e saber como eram, de fato, as coisas. O príncipe quando soube ficou furioso, mandou que o servo fosse cercado de conselheiros e guarda-costas, de modo que, se não fosse desencorajado pelos conselhos, deveria ser, por ameaças.
Sempre que podia, ele conversava com os que bebiam da Fonte Eterna (assim chamavam), e quanto mais ouvia sobre a água pura, mais sede sentia. Um dia, não resistiu; decidiu enfrentar a tudo e a todos, fugiu dos guarda-costas, desprezou os conselheiros de In mundo, e foi conhecer a famosa Fonte.
No começo sentiu-se mal, indigno, sujo. O Rei, dono da Fonte, mandou seus servos dizerem que não tinha importância, que ele era bem vindo ali, e que seu Mordomo-Mor, Espírito Santo, estava disposto a ajudar se ele quisesse se lavar. Aquilo mexeu com seus sentimentos, mas, lembrou dos prazeres de In mundo, dos conselhos que desencorajavam e das ameaças dos guardas, e foi embora sem aceitar o convite do Rei, que o queria adotar.
Desde então, suas angústias só fizeram crescer; as promessas do Rei soavam verdadeiras, como eram presentes as ameaças do príncipe de In mundo, que já pensava em matá-lo, para que não fosse embora de vez. Vez por outra se pegava ouvindo as palavras dos servos do Rei, que prometiam prazeres verdadeiros e eternos, além de limpá-lo por inteiro. Vencido por inexplicável sede, um dia, voltou à fonte.
Foi recebido com o mesmo amor, e as promessas do Rei foram renovadas. O mesmo anseio interior o moveu, e como que puxado por uma mão invisível, mergulhou. Suas próprias lágrimas de alegria pareciam lavá-lo, e, realmente, em um momento, sentiu-se limpo. Aprendeu que sempre pertencera àquela família, apenas fora seqüestrado pelo príncipe de In mundo, e agora, estava de volta ao lar. O Rei designou um guardião para proteger seu filho contra conselhos e ameaças dos servos do príncipe.
Mas, nem tudo era festa no reino Eterno. Era preciso estudar as leis do reino, treinar uma postura excelente para um dia estar apto a viver na corte. Sempre que podiam os conselheiros de In mundo acenavam com seus sujos prazeres em contraste com a disciplina do Reino, pra convencerem o agora fiel, a voltar à antiga vida. Às vezes ele se esquecia de beber Água da Vida, ou de se lavar para deitar, e uma pequena porção de sujeira já trazia saudades de In mundo.
O guardião do Rei o protegia de ataques, mas deixava ir onde quisesse, fazer suas escolhas; era ordem do Rei, que todos seus filhos fossem plenamente livres. Cada vez que esquecia de se lavar, tendia a aproximar-se de antigos amigos, que sempre o convidavam para suas festas impuras, e seus prazeres doentios.
Continuava freqüentando o castelo do Rei, mas sempre dava uns passeios nos arrabaldes saudoso da antiga vida. Nessas idas e vindas, um dia esqueceu o cantil e bebeu de novo nas fontes do príncipe. O guardião disse: Voltemos ao castelo que o Rei te vai perdoar. Mas os conselheiros do príncipe insistiram que ele voltasse a antigas festas, que era muito mais fácil que a disciplina do Reino. Vencido em sua alma, desistiu de retornar ao castelo e voltou a antigos ambientes; não viu mais seu guardião.
O príncipe quando soube de seu retorno mandou que ele fosso atribulado, algemado aos vícios na masmorra da depressão. Além desses castigos, bobos da corte zombam repetindo as promessas do Rei dos reis, que ele desprezou…
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