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Palavra do leitor

O Evangelho Ubuntu

O evangelho apregoado por Jesus sempre enfocou e exortou os seus discípulos sobre a importância de se dirigir ao outro. Decerto, não somente ir ao outro com discursos e apologias, mas sim como a máxima expressão de, com toda a propriedade e veracidade, estarmos conectados ao chamado das boas notícias, a sermos portadores de um novo tempo, de um tempo de criação e de algo novo, de fazer a vida se movimentar, a partir de uma perspectiva de esperança, de generosidade, de transformação e de encontros voltados a tratar cada pessoa dotada com o valor intrínseco da dignidade ou como imagem e semelhança Daquele que a todos e que a tudo precede. Ora, isso me leva a uma expressão advinda da cultura africana, a qual se pronuncia como ubuntu e, embora a dificuldade de sua tradução, pode ser declarada como o fato de uma pessoa ser uma pessoa, através de outras pessoas. Sem sombra de dúvida, ao me debruçar nos ensinos de Jesus, percebe-se haver, ali, ubuntu, porque não se ama, se o outro não estiver no núcleo dessa verdade e o evangelho se ampara nessa máxima, a máxima de se importar com a vida humana e com toda a criação. A nossa formação e constituição passa e perpassa com outros seres humanos. Não há como negar, o evangelho de Jesus envolve ubuntu, envolve ser com outros, envolve permitir ao outro, também, ser e, fora disso, passamos a acreditar em figuras sub-humanas. O interessante de que ubuntu define a nossa identidade de imagem e semelhança do Deus Ser Humano Jesus Cristo, de como obtemos e consolidamos a nossa humanidade, quando nos conectamos, quando nos cooptamos e quando nos convergirmos com outros. Destarte, não penso, logo, existo, não tenho, logo, existo, não disponho (de títulos, de dotações físicas e intelectuais, de herança e etc.), logo, existo, mas sim por pertencer, por fazer parte, por ir além de mim mesmo e sem me anular. Dito isso, ubuntu pode ser observado nos enredos narrativos das bem-aventuranças. Vou adiante, ser cristão traz essa compreensão de que para ser humano não posso coisificar o outro e o quanto isso bate de frente com os discursos de um evangelho enredado de ufanias e distorções. Somos chamados, como discípulos do Mensageiro, do Logos Preexistente e Criativo, para nos completarmos e nos complementarmos com o outro, embora seja sempre e sempre será um desafio a ser enfrentado, a qual nos aperfeiçoa, nos aprimora e nos amadurece na caminhada de ser humano, de ser imagem e semelhança de Deus, de ser servo, de ser discípulo e de ser a extensão da Cruz do Ressurrecto. Deve ser anotado, isso representa, categoricamente, ser igreja, participar da comunhão, partilhar da esperança e da vivacidade que nos faz ir adiante, que nos movimenta para além do nosso ego, que nos faz viver a transcendência que desemboca no outro e que nos faz existir pelo outro. Eis o quanto somos diferentes, trago dons, vocações, dotações e habilidades e outros, da mesma maneira, para o promover de uma somatória de interdependência. Presumidamente, os dons comprovam as nossas diferenças e a nossa proximidade, para nos ajudar a compreender e ser sensível as necessidades, as restrições e as dificuldades, tanto nossa quanto de quem está ao nosso lado ou não. Pontuo, o evangelho de Jesus, o Cristo, o Mensageiro, o Kairós para todos, fala sobre ubuntu e a questão dos apanágios e dos atributos espirituais ou das esferas do fruto do espírito engendrarem e manifestarem, em cada um de nós, generosidade, gratidão, solidariedade, tolerância, misericórdia, compaixão, cuidado, atenção, importância para coexistirmos, para convivermos e coabitarmos com os que professam da mesma crença ou não e tais efeitos sobre toda a criação. Ao falar do evangelho ubuntu, adentro em estar resolvido comigo mesmo e isto me remete a considerar as pessoas não comparáveis as coisas, aos bens materiais, as honrarias, aos prêmios, aos diplomas, aos lucros, as conquistas. Além disso, o evangelho ubuntu evoca o valor intrínseco presente em cada um de nós, em cada ser humano, em cada pessoa, em cada cristão ou não, ou seja, falo da dignidade desvencilhada de condições alheias. O evangelho ubuntu não olha o outro, por causa de sua raça, de seu credo, de seu patamar social e econômico, de suas proezas e reconhecimentos como condição determinante de que deve ser tratado com importância. O evangelho ubuntu confirma a nossa humanidade, a nossa dimensão de ser imagem e semelhança de Deus e, quem alcança essa realidade, assume uma postura de se valer de todas as suas potencialidades para favorecer ou abençoar os outros, tratá-los como ser humanos, como pessoas e como gente. Será que carregamos um Cristo sem ubuntu, um Cristo de prateleira e utilizado, tão somente, nos eventos dominicais e litúrgicos? Cabe salientar, o evangelho ubuntu não descarta os fracassados e frustrados, porque abre o caminho para o evangelho dos recomeços e para os fazer se lembrar de que não são feitos à imagem e semelhança do Deus Ser Humano Jesus Cristo.
São Paulo - SP
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