Palavra do leitor
- 31 de outubro de 2012
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O drama da menina Serafina
A menina não aguentava mais as brincadeiras de mau gosto, as insinuações e as críticas: "Quando será Serafina! Quando será Serafina!".
Os colegas da escola, alguns vizinhos e até familiares zombavam dela (ou de seu nome) formando um coro que a deixava literalmente aborrecida e humilhada. À noite a menina sonhava e se via cercada por pessoas, animais e plantas que gritavam seu nome, mas no sonho seu nome soava lindo e enchia seu mundo como se fosse uma canção cantada por milhares de vozes. Era lindo sonhar e ela sorria em meio ao sonho orgulhosa de ter um nome tão doce, tão lindo. Era o seu momento melhor, a oportunidade de se encontrar e de se sentir uma pessoa amada e feliz.
Quando acordava pela manhã e se levantava ainda ouvia os pássaros cantando a mesma canção e novamente sorria ao ouvir o seu nome. "Por que as pessoas não são como os pássaros" - perguntava ensimesmada, mas ficava sem resposta. Os pássaros a amavam, os animais brincavam com ela, as plantas eram meigas, tão amáveis! Por que só as pessoas a tratavam tão mal? Ninguém gostava do seu nome e, por extensão, não gostava dela também. Pobre Serafina! Era a própria imagem da tristeza e do desconsolo.
"Está na hora de ir para a Escola, Serafina!" - bradou a mãe impaciente enquanto a menina acordava de seu devaneio e se preparava para enfrentar a dura realidade. Mais um dia de estudos, mais um dia de aborrecimentos, afinal, todo dia era a mesma coisa e até a professora, "Tia Lúcia", de vez em quando a tratava com desprezo em função de seu nome. Os mesmos colegas, as mesmas chateações: "Quando será, Serafina?". Mas aquele dia seria um dia diferente, um dia muito especial na vida da menina Serafina.
A menina chegou á Escola exatamente na hora do sinal para a entrada. Não teve tempo sequer de tomar o chá com torradas que tanto gostava. Imadiatamente se encaminhou para a sala com medo de ouvir o Inspetor de Alunos pronunciar aquela frase desagradável: "Atrasada de novo, Serafina?". A menina entrou na sala e até se esqueceu de pedir licença, sentou na sua cadeira, pôs o material sobre a carteira e ficou aguardando o inicio da aula. Estranhou o silêncio, pois não ouviu o costumeiro e irreverente coro: "Serafina, Serafina..." Pensou que tivesse entrado em classe errada.
Na verdade, tudo tinha mudado, e agora naquela classe todos os alunos eram iguais, tinham os mesmos direitos. A Escola havia mudado. A professora era a mesma, mas parecia outra. Os funcionários eram os mesmos, a Direção também... O que será que mudou? Mudou o comportamento, mudaram os valores. A Escola, na sua essência, havia mudado. Agora ninguém mais seria subestimado ou humilhado. As pessoas se conscientizaram de que o ser humano (independente da cor, nome ou religião) merece respeito, carinho e amor. Agora todos podiam sorrir, brincar e estudar em paz - inclusive a menina Serafina.
Pena que tudo foi só mais um sonho. Mais um lindo sonho na vida da menina Serafina. Infelizmente, a vida não é feita de sonhos, mas é feita a partir da dura e muitas vezes triste realidade.
Os colegas da escola, alguns vizinhos e até familiares zombavam dela (ou de seu nome) formando um coro que a deixava literalmente aborrecida e humilhada. À noite a menina sonhava e se via cercada por pessoas, animais e plantas que gritavam seu nome, mas no sonho seu nome soava lindo e enchia seu mundo como se fosse uma canção cantada por milhares de vozes. Era lindo sonhar e ela sorria em meio ao sonho orgulhosa de ter um nome tão doce, tão lindo. Era o seu momento melhor, a oportunidade de se encontrar e de se sentir uma pessoa amada e feliz.
Quando acordava pela manhã e se levantava ainda ouvia os pássaros cantando a mesma canção e novamente sorria ao ouvir o seu nome. "Por que as pessoas não são como os pássaros" - perguntava ensimesmada, mas ficava sem resposta. Os pássaros a amavam, os animais brincavam com ela, as plantas eram meigas, tão amáveis! Por que só as pessoas a tratavam tão mal? Ninguém gostava do seu nome e, por extensão, não gostava dela também. Pobre Serafina! Era a própria imagem da tristeza e do desconsolo.
"Está na hora de ir para a Escola, Serafina!" - bradou a mãe impaciente enquanto a menina acordava de seu devaneio e se preparava para enfrentar a dura realidade. Mais um dia de estudos, mais um dia de aborrecimentos, afinal, todo dia era a mesma coisa e até a professora, "Tia Lúcia", de vez em quando a tratava com desprezo em função de seu nome. Os mesmos colegas, as mesmas chateações: "Quando será, Serafina?". Mas aquele dia seria um dia diferente, um dia muito especial na vida da menina Serafina.
A menina chegou á Escola exatamente na hora do sinal para a entrada. Não teve tempo sequer de tomar o chá com torradas que tanto gostava. Imadiatamente se encaminhou para a sala com medo de ouvir o Inspetor de Alunos pronunciar aquela frase desagradável: "Atrasada de novo, Serafina?". A menina entrou na sala e até se esqueceu de pedir licença, sentou na sua cadeira, pôs o material sobre a carteira e ficou aguardando o inicio da aula. Estranhou o silêncio, pois não ouviu o costumeiro e irreverente coro: "Serafina, Serafina..." Pensou que tivesse entrado em classe errada.
Na verdade, tudo tinha mudado, e agora naquela classe todos os alunos eram iguais, tinham os mesmos direitos. A Escola havia mudado. A professora era a mesma, mas parecia outra. Os funcionários eram os mesmos, a Direção também... O que será que mudou? Mudou o comportamento, mudaram os valores. A Escola, na sua essência, havia mudado. Agora ninguém mais seria subestimado ou humilhado. As pessoas se conscientizaram de que o ser humano (independente da cor, nome ou religião) merece respeito, carinho e amor. Agora todos podiam sorrir, brincar e estudar em paz - inclusive a menina Serafina.
Pena que tudo foi só mais um sonho. Mais um lindo sonho na vida da menina Serafina. Infelizmente, a vida não é feita de sonhos, mas é feita a partir da dura e muitas vezes triste realidade.
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