Palavra do leitor
- 28 de março de 2012
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O Dispensacionalismo e a Vaca do Matuto
O Dispensacionalismo é essa tentativa teológica de fazer a Bíblia palatável, enquadrando as profecias como fonte geradora de informação, tal qual dados alimentados em terminal de computador.
A interpretação de textos proféticos é feita teclando 7+Ctl+DARBY+ENTER e em seguida imaginar o que acontecerá nos próximos 12 meses em forma de esquematização gráfica.
É a coisa mais ridícula e infantil. Ridícula por tentar vender isso como teologia. Infantil por operar em um mundo de fantasias. Fantasias porquanto com essa esquematização o Dispensacionalista é livre para fazer todo tipo de associação mental que desejar, sempre exibindo aquele ar de seriedade; sobretudo porque um dos ‘software’ que modula o pensamento dessa gente são as profecias, e estas, azeitadas e amalgamadas, de modo a encaixar-se na visão distorcida da realidade.
Afinal, se há alguma coisa que se ajeita como chiclete em boca de adolescente são profecias na mente de um Dispensacionalista: toma a forma que desejar sem o menor escrúpulo e, criado a bolha, explode ao menor desejo do mascante.
As crias do Dispensacionalismo foram Finney e Scofield, nos EUA. No Brasil o ‘soft landing’ apareceu com os Batistas Regulares, o INSTITUTO BÍBLICO PALAVRA DA VIDA, a Chamada da Meia Noite, e outras missões estrangeiras.
Planeta Terra, Hal Lindsay, é literatura típica do gênero. Americano adora estatística e Lindsay capricha nos dados e a manada se delicia!
O negócio dessa turma é ler o Velho Testamento literalmente e interpreta-lo figurativamente, tanto quanto possível. Este ‘baião-de-dois’ roda como programa de computador sobre o livro de Daniel, que é uma espécie de Windows operacional para o sistema teológico dos Dispensacionalistas.
Pentecostais e grupos avivados, basta a eles o estouro de um traque em festa de São João e tem-se aí um bom motivo para acionar o sinal vermelho do Armagedon!
Israel, Irã e Iraque são facilmente identificados como ‘figuras’ que são puxadas de lá e trazidas para a atualidade como um mantra de alguma desgraça apocalíptica.
Mas como fazem isso? Ora, fazem e pronto. Pior para os fatos. Se alguém questiona, despejam toneladas de versículos bíblicos!
O Dispensacionalista tem uma verdadeira obsessão por coisas que quanto mais rapidamente forem introduzidas e compreendidas dentro desse Windows teológico, mais rapidamente apressará o fim!
São fascinados com coisas como o aborto, sodomia, prostituição, secularismo, islamismo, música rap, rock, pornografia, jogos de vídeo, anarquia, cartão de plástico. Política internacional, então, nem se fala!
São fissurados com Israel.
Para eles Cristo tem um trono físico em Jerusalém, de onde administrará os assuntos do dia-a-dia político e burocrático do Milênio. Qualquer coisa que entrar no meio para atrapalhar esse projeto, Árabes especialmente, é ‘interpretado’ à luz da ‘fala do Trono’.
O que tenho contra o Dispensacionalismo? O mesmo que tenho contra ideias amalucadas de que o mundo lá fora gira em torno do número 7, das 7 dispensações e que em algum tacho rodeado de sábios teológicos grandes ideias excêntricas podem ser fermentadas... para explicar!
O sujeito pega uma ‘medida’ teológica como se fosse uma régua, um compasso, e sai calculando o diâmetro de todos os fatos que lhe cair à mão e casa-os com algum número bíblico (Daniel é o preferido).
E daí? Daí que a medida da realidade será a adequação ao tal versículo ou número, sobretudo segundo o ‘achometro’, no caso do Dispensacionalismo, como o grande ‘Compasso Medidor Sete’.
Exemplo: algum dia em algum lugar no Japão soltaram duas bombas. De lá para cá descobriu-se que existem bombas atômicas suficientes para, explodidas juntas, deslocar o eixo da lançando este bólido onde vivemos ao espaço sideral sem fim, engolida pelo Sol.
O resto o Dispensacionalismo se encarrega de acrescentar os penduricalhos explicativos necessários para nos salvar disso.
Diga-me se isso não fica fácil de encaixar perfeitamente com a ideia biruta de que há 'indícios claros', 'evidentes', de que o fim está próximo e que Jesus está voltando?
O Dispensacionalista me lembra a historinha do psicólogo que tentara provar sua tese de que a gente vê imagens separadas, mas a mente compõe o conjunto assim que passa pela retina. Eis a entrevista dele com o matuto.
- “O que o senhor vê na sua frente?”, pergunta o psicólogo.
- “Uma vaca Holandesa, claro!”.
- “Olhe bem, preste atenção na imagem: o que lhe parece?”
- “Uma vaca! E ela está ‘de lado’ ”.
- “Mas o senhor não está vendo, antes, um plano de fundo azul e outro verde?”
- “Sim”, responde o matuto, “o céu e o pasto”.
- “Bem, e o objeto ali no meio...”
- “A vaca!”
- “Na verdade, o que voce vê não são planos e cores brancas e negras?”, insiste o psicólogo.
- “É, uai”...
- “Planos inclinados e tons diferentes, certo?”
- “Olha, doutor, vista por este ângulo, parece mesmo que é uma vaca!”.
Ponto para o Dispensacionalismo: colorem-se os fatos... O que vale é o imaginário!
A interpretação de textos proféticos é feita teclando 7+Ctl+DARBY+ENTER e em seguida imaginar o que acontecerá nos próximos 12 meses em forma de esquematização gráfica.
É a coisa mais ridícula e infantil. Ridícula por tentar vender isso como teologia. Infantil por operar em um mundo de fantasias. Fantasias porquanto com essa esquematização o Dispensacionalista é livre para fazer todo tipo de associação mental que desejar, sempre exibindo aquele ar de seriedade; sobretudo porque um dos ‘software’ que modula o pensamento dessa gente são as profecias, e estas, azeitadas e amalgamadas, de modo a encaixar-se na visão distorcida da realidade.
Afinal, se há alguma coisa que se ajeita como chiclete em boca de adolescente são profecias na mente de um Dispensacionalista: toma a forma que desejar sem o menor escrúpulo e, criado a bolha, explode ao menor desejo do mascante.
As crias do Dispensacionalismo foram Finney e Scofield, nos EUA. No Brasil o ‘soft landing’ apareceu com os Batistas Regulares, o INSTITUTO BÍBLICO PALAVRA DA VIDA, a Chamada da Meia Noite, e outras missões estrangeiras.
Planeta Terra, Hal Lindsay, é literatura típica do gênero. Americano adora estatística e Lindsay capricha nos dados e a manada se delicia!
O negócio dessa turma é ler o Velho Testamento literalmente e interpreta-lo figurativamente, tanto quanto possível. Este ‘baião-de-dois’ roda como programa de computador sobre o livro de Daniel, que é uma espécie de Windows operacional para o sistema teológico dos Dispensacionalistas.
Pentecostais e grupos avivados, basta a eles o estouro de um traque em festa de São João e tem-se aí um bom motivo para acionar o sinal vermelho do Armagedon!
Israel, Irã e Iraque são facilmente identificados como ‘figuras’ que são puxadas de lá e trazidas para a atualidade como um mantra de alguma desgraça apocalíptica.
Mas como fazem isso? Ora, fazem e pronto. Pior para os fatos. Se alguém questiona, despejam toneladas de versículos bíblicos!
O Dispensacionalista tem uma verdadeira obsessão por coisas que quanto mais rapidamente forem introduzidas e compreendidas dentro desse Windows teológico, mais rapidamente apressará o fim!
São fascinados com coisas como o aborto, sodomia, prostituição, secularismo, islamismo, música rap, rock, pornografia, jogos de vídeo, anarquia, cartão de plástico. Política internacional, então, nem se fala!
São fissurados com Israel.
Para eles Cristo tem um trono físico em Jerusalém, de onde administrará os assuntos do dia-a-dia político e burocrático do Milênio. Qualquer coisa que entrar no meio para atrapalhar esse projeto, Árabes especialmente, é ‘interpretado’ à luz da ‘fala do Trono’.
O que tenho contra o Dispensacionalismo? O mesmo que tenho contra ideias amalucadas de que o mundo lá fora gira em torno do número 7, das 7 dispensações e que em algum tacho rodeado de sábios teológicos grandes ideias excêntricas podem ser fermentadas... para explicar!
O sujeito pega uma ‘medida’ teológica como se fosse uma régua, um compasso, e sai calculando o diâmetro de todos os fatos que lhe cair à mão e casa-os com algum número bíblico (Daniel é o preferido).
E daí? Daí que a medida da realidade será a adequação ao tal versículo ou número, sobretudo segundo o ‘achometro’, no caso do Dispensacionalismo, como o grande ‘Compasso Medidor Sete’.
Exemplo: algum dia em algum lugar no Japão soltaram duas bombas. De lá para cá descobriu-se que existem bombas atômicas suficientes para, explodidas juntas, deslocar o eixo da lançando este bólido onde vivemos ao espaço sideral sem fim, engolida pelo Sol.
O resto o Dispensacionalismo se encarrega de acrescentar os penduricalhos explicativos necessários para nos salvar disso.
Diga-me se isso não fica fácil de encaixar perfeitamente com a ideia biruta de que há 'indícios claros', 'evidentes', de que o fim está próximo e que Jesus está voltando?
O Dispensacionalista me lembra a historinha do psicólogo que tentara provar sua tese de que a gente vê imagens separadas, mas a mente compõe o conjunto assim que passa pela retina. Eis a entrevista dele com o matuto.
- “O que o senhor vê na sua frente?”, pergunta o psicólogo.
- “Uma vaca Holandesa, claro!”.
- “Olhe bem, preste atenção na imagem: o que lhe parece?”
- “Uma vaca! E ela está ‘de lado’ ”.
- “Mas o senhor não está vendo, antes, um plano de fundo azul e outro verde?”
- “Sim”, responde o matuto, “o céu e o pasto”.
- “Bem, e o objeto ali no meio...”
- “A vaca!”
- “Na verdade, o que voce vê não são planos e cores brancas e negras?”, insiste o psicólogo.
- “É, uai”...
- “Planos inclinados e tons diferentes, certo?”
- “Olha, doutor, vista por este ângulo, parece mesmo que é uma vaca!”.
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