Palavra do leitor
- 03 de novembro de 2024
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O discípulo de Jesus Cristo e o futebol
O músico cristão João Alexandre, no seu álbum-disco de 20 anos, gravou uma canção intitulada "João Brasileiro", na qual exalta expressa sua paixão pela brasilidade traçando paralelos e analogia poética com personagens bíblicos.
Defendendo a valorização da influência musical de boa qualidade na nossa cultura, João reitera quase ufanista: "É melhor ser um brasileiro de primeira do que um americano de segunda".
Mas se a canção "João Brasileiro" também é uma provocação ("Miriã na Timbalada" é forçar a barra!), um dos versos que me chamou a atenção foi o "Imagine só o Mestre e os doze batendo uma bola".
Não tenho a imaginação fértil. Se fosse imaginar Jesus com luvas num ringue não daria certo. Mas "batendo uma bola"? Futebol? Apelou. Mirou no Salvador e atingiu a humanidade deste pecador que sou.
Ingresso no desafio da imaginação proposta. Fecho os olhos e vejo Jesus à beira-mar. Pedro e André, Tiago e João são os primeiros a chegar. Enquanto outros são chamados, as duplas trazem redes de pescadores. Levantadas e armadas na praia, Jesus pega a bola e faz embaixadinhas. Parando a bola na testa, sai andando e equilibrando-a feito um Ronaldinho.
Milagre! Dizem maravilhados. Se creres, melhores lances verás e maiores coisas farás! Suspendendo a bola levemente com os pés na direção dos quatro discípulos, o Mestre arremata: vos farei pescadores de pecadores, mas antes joguemos um futevôlei.
O Deus que Se fez humano, sendo eterno, perfeito, completo, Redentor e Criador do universo, não se limitaria à deturpação da minha imaginação. Personagem central das Sagradas Escrituras, vai bem além da ideia mental tradicionalista ou revisionismo e iconoclastia imaginária da cultura relativista-secularista.
Mas o verso dizia "o Mestre e os doze batendo uma bola..." Novamente tento... Como se escolhe a dedo para uma pelada, baba ou racha, Jesus escolhe doze e os divide em duas equipes para brincarem um "Golzinho".
Jesus não entra em campo, mas pega o apito de juiz-treinador e inicia a descontração. Bola rolando, Pedro dá uma entrada violenta em João "filho do trovão", que erra a cotovelada e levanta tirando satisfação. Jesus à distância apita em três silvos curtos e todos silenciam, olhando para o Mestre reverentemente. Falta marcada.
Jesus adverte a Pedro, mas sem mostrar cartão. A ordem é pedir perdão a João com abraço e aperto de mão. Diria o Mestre na minha imaginação: Mansidão! Vocês não são rivais. Sejam amigos e companheiros leais, pois são parceiros de missão. Nosso real inimigo é outro. E contra ele e seu time não brincamos, mas pelo Meu poder os derrotamos. Basta confiar em Mim e obedecer. Sempre vencerei.
Não levo minha ficção tão a sério nem a mim mesmo ao ponto de me chamar de herege em sacrilégio. Mas se o leitor quiser uma imaginação superior e santificada sobre Jesus e os Evangelhos, ouça Stênio Marcius Botelho. A meu ver, bem melhor que The Chosen. Acima de tudo, medite nas Escrituras.
Findo o preâmbulo, eis o tema.
Inegável que somos (ou fomos) o país do futebol. Pelé, Garrincha, Zico, Pelé, Romário, Ronaldo, cinco Copas e tantos outros exemplos atestam esse fato. Talvez tenha sido na Copa de 1970 (em pleno AI 5) que o futebol se consolidou "ópio" popular no Brasil, quando a política do "pão e circo" chancelado pelo Estado, favorece a criação de parte de uma identidade nacional.
Mas quando o fanatismo desloca o senso de realidade para a idolatria, perde-se até mesmo a reverência pela vida. Na Copa de 1994, por exemplo, um zagueiro fez um gol contra que desclassificou a Colômbia. Semanas depois foi assassinado. Crueldade não tão menos grave ocorria aos jogadores do Iraque, quando perdiam uma partida importante e o ditador Saddam Husseim obrigava que chutassem fortemente uma bola de concreto como punição.
Sabe-se que o futebol como esporte tenha parte educativa significativa na formação de indivíduos ao fortalecer valores como trabalho em equipe, perseverança, disciplina, superação, foco, motivação, autoconfiança etc. No entanto, fanatismos de torcidas não passam de desperdício de vida. No futebol, torcedores são a alma de um negócio lucrativo, onde eles não ganham nada com isso, exceto fantasias.
Ainda que o futebol como diversão, lazer, esporte, atividade física e recreação saudável não se configure ilicitude alguma para o cristão - até que se prove o contrário -, futebol como guerra, sadismo, egoísmo, violência, idolatria, fanatismos, xingamentos (Ef 4:32; Rm 12:15) não é pecado apenas, mas verdadeira abominação (Dt 13: 2-4; IJo 2:15-17; Êxodo 20:3; 2 Co 11:3-4).
Amigo e irmão em Cristo, precisamos remir o tempo, pois os dias são maus (Ef 5:16). Como disse São Paulo, vai alta a noite e é hora de despertarmos - Rm 13:12.
Jesus quer estar conosco até no futebol. Mas se um time vira nosso deus, Cristo adverte: Onde está o seu tesouro aí estará seu coração. Ninguém pode servir a dois senhores... (Mt 6:21-24). E quem não renunciar tudo por amor dEle, nunca poderá ser seu discípulo. Lc 14:33
Defendendo a valorização da influência musical de boa qualidade na nossa cultura, João reitera quase ufanista: "É melhor ser um brasileiro de primeira do que um americano de segunda".
Mas se a canção "João Brasileiro" também é uma provocação ("Miriã na Timbalada" é forçar a barra!), um dos versos que me chamou a atenção foi o "Imagine só o Mestre e os doze batendo uma bola".
Não tenho a imaginação fértil. Se fosse imaginar Jesus com luvas num ringue não daria certo. Mas "batendo uma bola"? Futebol? Apelou. Mirou no Salvador e atingiu a humanidade deste pecador que sou.
Ingresso no desafio da imaginação proposta. Fecho os olhos e vejo Jesus à beira-mar. Pedro e André, Tiago e João são os primeiros a chegar. Enquanto outros são chamados, as duplas trazem redes de pescadores. Levantadas e armadas na praia, Jesus pega a bola e faz embaixadinhas. Parando a bola na testa, sai andando e equilibrando-a feito um Ronaldinho.
Milagre! Dizem maravilhados. Se creres, melhores lances verás e maiores coisas farás! Suspendendo a bola levemente com os pés na direção dos quatro discípulos, o Mestre arremata: vos farei pescadores de pecadores, mas antes joguemos um futevôlei.
O Deus que Se fez humano, sendo eterno, perfeito, completo, Redentor e Criador do universo, não se limitaria à deturpação da minha imaginação. Personagem central das Sagradas Escrituras, vai bem além da ideia mental tradicionalista ou revisionismo e iconoclastia imaginária da cultura relativista-secularista.
Mas o verso dizia "o Mestre e os doze batendo uma bola..." Novamente tento... Como se escolhe a dedo para uma pelada, baba ou racha, Jesus escolhe doze e os divide em duas equipes para brincarem um "Golzinho".
Jesus não entra em campo, mas pega o apito de juiz-treinador e inicia a descontração. Bola rolando, Pedro dá uma entrada violenta em João "filho do trovão", que erra a cotovelada e levanta tirando satisfação. Jesus à distância apita em três silvos curtos e todos silenciam, olhando para o Mestre reverentemente. Falta marcada.
Jesus adverte a Pedro, mas sem mostrar cartão. A ordem é pedir perdão a João com abraço e aperto de mão. Diria o Mestre na minha imaginação: Mansidão! Vocês não são rivais. Sejam amigos e companheiros leais, pois são parceiros de missão. Nosso real inimigo é outro. E contra ele e seu time não brincamos, mas pelo Meu poder os derrotamos. Basta confiar em Mim e obedecer. Sempre vencerei.
Não levo minha ficção tão a sério nem a mim mesmo ao ponto de me chamar de herege em sacrilégio. Mas se o leitor quiser uma imaginação superior e santificada sobre Jesus e os Evangelhos, ouça Stênio Marcius Botelho. A meu ver, bem melhor que The Chosen. Acima de tudo, medite nas Escrituras.
Findo o preâmbulo, eis o tema.
Inegável que somos (ou fomos) o país do futebol. Pelé, Garrincha, Zico, Pelé, Romário, Ronaldo, cinco Copas e tantos outros exemplos atestam esse fato. Talvez tenha sido na Copa de 1970 (em pleno AI 5) que o futebol se consolidou "ópio" popular no Brasil, quando a política do "pão e circo" chancelado pelo Estado, favorece a criação de parte de uma identidade nacional.
Mas quando o fanatismo desloca o senso de realidade para a idolatria, perde-se até mesmo a reverência pela vida. Na Copa de 1994, por exemplo, um zagueiro fez um gol contra que desclassificou a Colômbia. Semanas depois foi assassinado. Crueldade não tão menos grave ocorria aos jogadores do Iraque, quando perdiam uma partida importante e o ditador Saddam Husseim obrigava que chutassem fortemente uma bola de concreto como punição.
Sabe-se que o futebol como esporte tenha parte educativa significativa na formação de indivíduos ao fortalecer valores como trabalho em equipe, perseverança, disciplina, superação, foco, motivação, autoconfiança etc. No entanto, fanatismos de torcidas não passam de desperdício de vida. No futebol, torcedores são a alma de um negócio lucrativo, onde eles não ganham nada com isso, exceto fantasias.
Ainda que o futebol como diversão, lazer, esporte, atividade física e recreação saudável não se configure ilicitude alguma para o cristão - até que se prove o contrário -, futebol como guerra, sadismo, egoísmo, violência, idolatria, fanatismos, xingamentos (Ef 4:32; Rm 12:15) não é pecado apenas, mas verdadeira abominação (Dt 13: 2-4; IJo 2:15-17; Êxodo 20:3; 2 Co 11:3-4).
Amigo e irmão em Cristo, precisamos remir o tempo, pois os dias são maus (Ef 5:16). Como disse São Paulo, vai alta a noite e é hora de despertarmos - Rm 13:12.
Jesus quer estar conosco até no futebol. Mas se um time vira nosso deus, Cristo adverte: Onde está o seu tesouro aí estará seu coração. Ninguém pode servir a dois senhores... (Mt 6:21-24). E quem não renunciar tudo por amor dEle, nunca poderá ser seu discípulo. Lc 14:33
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