Palavra do leitor
- 14 de novembro de 2011
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O dilema do perdão: a força do ódio no amor e vice versa
José recebera um e-mail mais ou menos assim: Maria, depois de 30 anos de casada com José e outros 15 anos de separação dele, mandara avisar que até as comunicações sociais existentes, ainda que poucas e regulares (por ocasião dos aniversários dos filhos e netos), seriam sumária e definitivamente cortadas. Equivaleria a algo como: Maria declarava-se morta, ou José dado como morto. Todos, inclusive os filhos, foram comunicados da decisão, irreversível. Nenhum fato novo, motivador, acontecera entre ambos que justificasse a atitude.
Se você fosse José:
1. Aceitava
2. Rejeitava
3. Outra possibilidade (use o COMENTAR para postar)
Qualificações que não podem ser feitas:
1. Maria não é cristã (idem para José)
2. Maria é cristã (idem para José)
PROPOSIÇÃO # 1
Se o e-mail apontava para um corte total e absoluto (entre os dois), considerava-se a decisão tomada por Maria fruto de uma dor monstruosa? Sendo essa dor monstruosa e a motivação fundante (levada a cabo pela via da comunicação do e-mail), essa dor seria um meio justo e correto de modo a justificar um comportamento (também no sentido correto para o rompimento) profundamente triste, mas necessário e radical dela (não quero nada com José, avisava Maria)?
PROPOSIÇÃO # 2
Admitindo a intenção da dor (como justa e fundante), essa seria tão forte de ser suplantada que a melhor coisa a fazer era não mais se lembrar de José (nesse caso o rompimento seria uma prescrição definitiva para evitar a dor)? A quebra desse relacionamento, assim, poderia ser legitimamente justificada posto que a dor seria suficientemente forte de modo a inibir até um mínimo de relacionamento com José (do mais simples ao mais complexo, mesmo tendo filhos e netos juntos)?
PROPOSIÇÃO # 3
Mas pode ser também que a força da dor viesse a ser suplantada! Nesse caso, surgiria para Maria a possibilidade de, mesmo reconhecendo seu impacto (da dor), e não se deixando por ela (dor) dominar e até permitir que José ainda ocupasse um pequeno lugar na vida de Maria, seria o fato de que ambos tiveram filhos e têm netos (poderia ser as motivações fundantes), e isso poderia ser maior do que a força da dor. Nesse caso, seriam os filhos e netos a força maior contrapondo e suplantando à dor?
PROPOSIÇÃO # 4
Entre a escolha --- ser dominado pela dor ou suplantar a dor --- restaria a possibilidade também de que seria preferível mantê-la (a dor)? Afinal, durante anos, todas as pessoas souberam que José era culpado e Maria inocente. Essa culpabilidade de José permitira que Maria sobrevivesse e fosse querida, apreciada e amada pelos seus pares, sobretudo pelos seus filhos e netos, em detrimento de José. E mais, permitisse a ela e filhos reconstituírem a integridade física e moral. Nesse sentido a dor seria um elemento importante na construção e manutenção desse edifício de integridade conquistado, ainda que sua motivação pudesse ser a arrogância, orgulho próprio. (Isto é, Maria amaria mais a si mesma e a sua integridade). Logo, não perdoaria!
TRUQUE PSICOLÓGICO E A NATUREZA DO PERDÃO
A proposição central no Cristianismo é de que a natureza do perdão deve ser tal que o perdoador e o perdoado se alçam acima daquilo que os trouxe ao ponto do ódio? O perdão não faria pouco caso da dor, mas não se estribaria nela (dor) para deixar de oferecer a si mesma e como tal entre ambos? Ainda que a lembrança (da dor) fosse um convite para reforçar o ódio, a força do amor (se Maria o tivesse), a conduziria a que oferecesse o perdão, dado que a escolha (para ela) seria entre a dor que alimentaria o ódio, ou a força do amor que geraria o perdão? Ou eu me entrego à dor e fecho todas as portas ao perdão, dirá Maria de si para si, ou eu coloco sobre a dor uma enorme pedra (não se trata de esquecer a dor), cujo peso é suficientemente tal que a dor não saísse de lá para conspurcar a força do perdão, motivado pelo amor?
O perdão seria então possível, e só possível seria, se Maria pudesse satisfazer-se (com o perdão gerado pelo amor), ainda que tivesse que viver com a dor (lembrança, memória da dor), se a força do amor manifestasse como maior força pela via do perdão a vencer a força do ódio (impulsionado pelo orgulho e arrogância) manifesta anteriormente na recusa em perdoar, pergunta-se.
CONSIDERE ISSO TAMBÉM...
1. A força do Cristianismo é seu suposto valor e seu poder intrínseco manifesto na fé Cristã (ou expresso na figura maior, de Cristo) em oferecer ele (Cristianismo) a resposta (perdão) como algo único e diferente de qualquer outra religião?
2. A marca verdadeira do Cristianismo ou a rubrica que uma pessoa leva consigo, quando é chamada de Cristã, é capaz de impedir que uma pessoa (pela via da fé Cristã ou de Cristo) aja em busca do perdão quando este arranjo é fundado no amor e expresso pela via do perdão? Caso contrário, não seria uma atitude de escárnio e deboche para a própria fé (Cristã)?
Se você fosse José:
1. Aceitava
2. Rejeitava
3. Outra possibilidade (use o COMENTAR para postar)
Qualificações que não podem ser feitas:
1. Maria não é cristã (idem para José)
2. Maria é cristã (idem para José)
PROPOSIÇÃO # 1
Se o e-mail apontava para um corte total e absoluto (entre os dois), considerava-se a decisão tomada por Maria fruto de uma dor monstruosa? Sendo essa dor monstruosa e a motivação fundante (levada a cabo pela via da comunicação do e-mail), essa dor seria um meio justo e correto de modo a justificar um comportamento (também no sentido correto para o rompimento) profundamente triste, mas necessário e radical dela (não quero nada com José, avisava Maria)?
PROPOSIÇÃO # 2
Admitindo a intenção da dor (como justa e fundante), essa seria tão forte de ser suplantada que a melhor coisa a fazer era não mais se lembrar de José (nesse caso o rompimento seria uma prescrição definitiva para evitar a dor)? A quebra desse relacionamento, assim, poderia ser legitimamente justificada posto que a dor seria suficientemente forte de modo a inibir até um mínimo de relacionamento com José (do mais simples ao mais complexo, mesmo tendo filhos e netos juntos)?
PROPOSIÇÃO # 3
Mas pode ser também que a força da dor viesse a ser suplantada! Nesse caso, surgiria para Maria a possibilidade de, mesmo reconhecendo seu impacto (da dor), e não se deixando por ela (dor) dominar e até permitir que José ainda ocupasse um pequeno lugar na vida de Maria, seria o fato de que ambos tiveram filhos e têm netos (poderia ser as motivações fundantes), e isso poderia ser maior do que a força da dor. Nesse caso, seriam os filhos e netos a força maior contrapondo e suplantando à dor?
PROPOSIÇÃO # 4
Entre a escolha --- ser dominado pela dor ou suplantar a dor --- restaria a possibilidade também de que seria preferível mantê-la (a dor)? Afinal, durante anos, todas as pessoas souberam que José era culpado e Maria inocente. Essa culpabilidade de José permitira que Maria sobrevivesse e fosse querida, apreciada e amada pelos seus pares, sobretudo pelos seus filhos e netos, em detrimento de José. E mais, permitisse a ela e filhos reconstituírem a integridade física e moral. Nesse sentido a dor seria um elemento importante na construção e manutenção desse edifício de integridade conquistado, ainda que sua motivação pudesse ser a arrogância, orgulho próprio. (Isto é, Maria amaria mais a si mesma e a sua integridade). Logo, não perdoaria!
TRUQUE PSICOLÓGICO E A NATUREZA DO PERDÃO
A proposição central no Cristianismo é de que a natureza do perdão deve ser tal que o perdoador e o perdoado se alçam acima daquilo que os trouxe ao ponto do ódio? O perdão não faria pouco caso da dor, mas não se estribaria nela (dor) para deixar de oferecer a si mesma e como tal entre ambos? Ainda que a lembrança (da dor) fosse um convite para reforçar o ódio, a força do amor (se Maria o tivesse), a conduziria a que oferecesse o perdão, dado que a escolha (para ela) seria entre a dor que alimentaria o ódio, ou a força do amor que geraria o perdão? Ou eu me entrego à dor e fecho todas as portas ao perdão, dirá Maria de si para si, ou eu coloco sobre a dor uma enorme pedra (não se trata de esquecer a dor), cujo peso é suficientemente tal que a dor não saísse de lá para conspurcar a força do perdão, motivado pelo amor?
O perdão seria então possível, e só possível seria, se Maria pudesse satisfazer-se (com o perdão gerado pelo amor), ainda que tivesse que viver com a dor (lembrança, memória da dor), se a força do amor manifestasse como maior força pela via do perdão a vencer a força do ódio (impulsionado pelo orgulho e arrogância) manifesta anteriormente na recusa em perdoar, pergunta-se.
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1. A força do Cristianismo é seu suposto valor e seu poder intrínseco manifesto na fé Cristã (ou expresso na figura maior, de Cristo) em oferecer ele (Cristianismo) a resposta (perdão) como algo único e diferente de qualquer outra religião?
2. A marca verdadeira do Cristianismo ou a rubrica que uma pessoa leva consigo, quando é chamada de Cristã, é capaz de impedir que uma pessoa (pela via da fé Cristã ou de Cristo) aja em busca do perdão quando este arranjo é fundado no amor e expresso pela via do perdão? Caso contrário, não seria uma atitude de escárnio e deboche para a própria fé (Cristã)?
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