O Diabo pode colocar pensamentos em sua cabeça?

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"É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim?" (Gn 3:1)

Se procurarmos para essa pergunta uma resposta simples e rápida, então ela é sim. O Diabo pode colocar pensamentos nas cabeças das pessoas.

Não é à toa que a sabedoria popular diz que a cabeça vazia é oficina do Diabo.

Quando a serpente conversa com Eva, ela está, nada mais nada menos que, plantando a semente de que Deus não queria algo de bom para seus filhos.

Mas se quisermos para pergunta acima uma resposta mais complexa e longa teríamos que responder com um "depende".

Pois é bem verdade que o Diabo também não tem poder de se infiltrar em nossos pensamentos. Ele pode sugerir algo, como fez com Eva, e ela tragicamente cedeu. Mas isso não aconteceu com Cristo. Quando o Diabo o tentou dizendo transforme essas pedras ou atire-se daqui; Cristo o retrucou com a verdade.

Sim, o Diabo é o pai da mentira. Então toda inverdade que chega aos ouvidos humanos tem sua origem no Diabo. (Por isso o valor da ortodoxia, ainda que de temas não essenciais. Pois a teologia errada implica em inverdades e conduz a erros).

Uma outra perspectiva, porém, de encararmos essa ação maligna é a descrita na Parábola do semeador. Lá o Diabo aparece, não colocando algo na cabeça do homem, mas roubando a boa semente do coração humano endurecido.

Sim quando Satanás se aproxima de Eva, ele certamente não encontrou um coração endurecido, mas sua tentativa óbvia é de retirar algo que Deus havia claramente dito: Vocês poderão comer de toda árvore, mas da árvore do fruto do conhecimento do bem e do mal, não.

Tiago nos fala que quanto tentados, somos tentados por nossa própria concupiscência. Paulo fala da força do pecado que nele habitava e fazia com que ele fizesse o mal que não queria. A Bíblia nos esclarece que não nos veio tentação que não fosse humana. Isso tudo coloca muita responsabilidade em nossas mãos, de como reagiremos à tentação e às eventuais sugestões malignas.

"Tendo já o diabo posto no coração de Judas, filho de Simão Iscariotes, que traísse Jesus." – A traição é uma obra pecaminosa. Na quebra da confiança não se pode transferir para a vítima a culpa, taxando-a de ingênua. O convívio social exige muita confiança em vários níveis. Em contrapartida somos desafiados a exercer a virtude da fidelidade.

Assim resta-nos de forma preventiva a atitude da vigia e da oração. Pois o Diabo está rondando como um leão faminto, ao qual devemos resistir.

Então nos cabe estar vigiando. Estar voltando a nossa atenção para tudo que é verdadeiro, puro, se há algum louvor, alguma virtude e nisso pensarmos.

Mas se formos negligentes nossas mentes estarão vulneráveis a todo tipo de pensamentos perversos.

Talvez o mais perverso deles é o proposto pelo Inimigo a Jesus no deserto: "*se* você é o Filho de Deus..." Não duvidarmos de nossa identidade, de quem somos em Cristo, é base para nossa saúde mental. Não é por acaso que a Salvação e comparada a um capacete. Estar salvo e saber-se salvo é algo que protege nossa cabeça, e, portanto, nossas mentes.

Se não estivermos vigilantes o Diabo poderá, sim sugerir mentiras, as quais penetram nosso ser. Se estivermos, porém, firmes na Palavra, ele jamais terá qualquer chance.

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Opinião do leitor