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Palavra do leitor

o Deus que deve morrer (parte I)

"Fomos destinados para a bondade, caso oposto, como aceitar o Deus da tradição judaico cristã?’’

O ser humano, eu e você, se faz humano e, vou além, se faz imagem e semelhança, se faz ser de consciência e imaginação, de liberdade e desafios, porque estamos, tanto no tempo quanto no espaço. Vale anotar, duas dimensões que se completam e nos completam. A vida com sua dinâmica e alteridade, com seu mover e movimento não pode prescindir, seja do tempo e muito menos do espaço. A nossa capacidade de ser pensante, de ser de inovação, de ser de linguagem, de ser de mudanças, de ser que nasce e cresce, de ser que envelhece e morre, carece do corpo para ser e existir, logo, do espaço, do local, do lugar. Obviamente, não adentrarei nos aspectos de ordem da física, da matemática, referente ao tempo e ao espaço, por não ser a finalidade desse arrazoado e sou ciente de não ser o mais adequado para isso.

Mesmo assim, quando mencionamos sobre o tempo, enfoca-se a direção e a direção irreversível, como dito, pelo qual nascemos e crescemos, envelhecemos e morremos, ou seja, um círculo da vida, sem ser revertido, embora repetido. Logo, nessas colocações, tão somente, os seres humanos podem ir à direção de algo novo, de uma criação transformada, de transcender e de sobrepujar situações trágicas de perdas, de partidas, de despedidas. Presumidamente, sair do círculo ou do espaço da repetição, ouso afirmar, da resignação ou do conformismo de não mergulhar em algo novo, em ser vinho novo e odre novo, em arriscar por um novo sabor de intensidade e vivacidade.

Parto dessas pretensões e observo o quanto temos vivenciado a predominância de espaços específicos, acima de qualquer outro. São os espaços voltados a derrubar, a desintegrar, a desmoronar outros que não se afinam aos seus valores, aos seus princípios, a suas crenças, a suas verdades. De certo, a história da humanidade é de espaços marcados por uma dimensão de deificação e coisificação dos outros, vistos como meios, como coisas, como descartáveis, como destituídos de significado. Não há como fugir da constatação, as religiões servem e tem servido de espaços para agirem com indiferença, com intolerância, com violência, com abuso, com arbitrariedade, com quem se opuser aos seus espaços. Atentemos para os espaços dos fariseus, dos saduceus, dos interesses do sinédrio e sua sanha por remover o espaço das palavras de Jesus, o Cristo.

Em contrapartida, o marxismo cultural traz seu espaço e sua pulsação para dissipar, com os espaços da família, da igreja, do estado e de tudo aquilo que não se alinha ao seu espaço. Até as inter-relações mais próximas, como o casamento, a intimidade, a convivência podem ser espaços em conflitos, em um braço de ferro doloroso. Ora, não demonizamos os espaços, porque são os caminhos de nossas narrativas, de nossas potencialidade, de nossa identidade, como parte da realidade, em comunidade, em coletividade, em interioridade, apesar dessas afirmações não serem fáceis de discernir, porque, muitas vezes, estamos no espaço de comunidade e repudiamos o da coletividade, do interioridade (como nos elos familiares e desconsideramos os espaços da vizinhança). Indo ao texto de Abraão, em Gênesis 12.1-2, percebe-se o chamado de Abraão para se relacionar, com o Deus não afeito aos abusos dos espaços (dos pais, da tribo, do solo, da tradição, da cultura, da crença).

Deve ser dito, não há um desprezo aos pais, a família, as pessoas, a realidade, com suas alternâncias e alterações, mas sim aos atos insanos de quem deveria privilegiar, também, o tempo de direção, de criação, de algo novo, de transformação. Isso nos leva ao profeta Amós, o profeta comprometido a discorrer sobre o Deus que morre, ou seja, o Deus que morre com o culto, com a ética, com as estruturas jurídicos normativas, com as estruturas de poder, com as práticas de um povo longe de não desprezar os espaços e sim fazer de tais a peregrinação para se encontrar esse Deus.
São Paulo - SP
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