O Deus oculto está presente

Tweetar

Por ambíguo que possa parecer, esta expressão título pode ser lida de duas formas diferentes: “O Deus oculto está presente”, ou “O Deus presente está oculto”.

Cremos que podemos pensar que apesar de Deus não se mostrar, não se exibir, não glorificar-se por seus próprios feitos, Ele está no controle, no comando de tudo na vida de seus filhos, os que receberam o Senhor Jesus em seus corações, como o único e suficiente Senhor e Salvador (Jo 1. 12), passando, assim, a fazer parte da família de Deus.

Está “oculto” por ser Espírito, não matéria, não algo palpável, como Tomé quis tocar o dedo no Senhor Jesus, em suas feridas, nos sinais dos cravos que Lhe foram pregados, para crer que Ele, de fato, ressuscitara.

Depois ele creu sem a necessidade primeira de tocar as feridas do Senhor, que disse: “Porque viste creste? bem-aventurados os que não viram e creram” (Jo 20.29).

O Deus presente está oculto, mas, embora não visível aos nossos olhos, tem o domínio sobre tudo e todos; embora seja o Deus oculto, não palpável, não fisicamente percebido ou sentido por nós, Ele conhece tudo a nosso respeito [vide Salmo 139] por ser esse Deus presente, atento a tudo, por mínimo que seja, que conosco acontece, onde quer que estejamos.

Não há, concluiu o salmista, como nos escondermos d’Ele (versos 7 a 12).

Deus é onipotente, é onipresente, é onisciente; Ele é Espírito, e importa que seja cultuado, adorado, em Espírito e em verdade, pelos seus verdadeiros adoradores (Jo 4. 24).

Em Atenas havia vários altares aos diversos “deuses”, cada qual com a sua identificação e representação física [imagens]. Mas, havia outro altar ao “Deus desconhecido”, ao Deus não visível porque não é matéria, não é tocável, nem visto; sim, porque jamais alguém viu a Deus face a face (Ex 33. 20).

O Apóstolo Paulo, então, lhes esclareceu [aos atenienses] que Esse era o Deus que ele pregava, que ele anunciava, o Deus verdadeiro, aquele que fizera, que criara a terra, os céus, os mares e tudo o que neles habita (At 17. 23-24).

Pensando sobre o Deus “oculto” somos remetidos a uma orientação que o Senhor Jesus deu a respeito de como devemos orar:

“Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará” (Mt 6. 6).

É a oração sincera do coração da pessoa humana para o coração do Altíssimo Deus e Pai.

Deus não quer orações com vãs repetições, longas, como se entendessem, os que assim procedem, que serão ouvidos pelo muito falarem; prefere o Senhor, nosso Deus e Pai, as orações simples, humildes, sinceras, as quais Ele ouve, pois conhece as nossas necessidades antes mesmo que lhe peçamos [versículo 7).

Ele próprio, o Senhor Jesus, recriminou a oração do fariseu, que se autoproclamava um ser santo, fiel, diferente dos demais, e que desprezava a vida do outro, do próximo, do seu semelhante, do publicano [os publicanos eram aqueles que os judeus fariseus consideravam como os párias da sociedade].

Este [o publicano], todavia, orava no secreto do seu coração se declarando indigno diante de Deus. Mas, o Senhor Jesus reconheceu como aceitável, como verdadeira a oração do publicano, por autêntica ser ela, partindo de um coração humilde e contrito (Lc 18 11-14) daquele desprezado, mas sincero homem.

Deus nos conhece, não é um Deus ausente; é oculto por não poder ser visto, mas não nos deixa, não nos abandona, tudo conhece a nosso respeito, e nos atende se orarmos segundo a sua vontade, em Espírito e em verdade.

Tweetar

Opinião do leitor