Palavra do leitor
- 30 de julho de 2018
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O Deus incrédulo de Tomé
O DEUS INCRÉDULO DE TOMÉ
‘’O que mais preocupa não são as pessoas más, mas as ditas pessoas boas que se omitem e conformam, diante de contínuas faces de injustiça’’.
O discípulo Tomé carrega o título de ser a referência da incredulidade, da descrença, de ser aquele que paga para ver, de só crer, caso veja. Desde minhas caminhadas, dentro do evangelho, ouso o eco de não ser como Tomé, semelhante a portar uma apostasia ou uma heresia ou uma afronta a Deus. Particularmente, esse homem desenhou sua história, com marcas de dúvidas e desconfianças, ao qual, mesmo assim, não o afastou de um encontro aberto e franco, ao qual, talvez, mais intenso, mais desafiador, mais desavergonhadamente sincero e sério com Cristo.
Sem hesitar, o discípulo reputado como cético, por muitos, nos descortina o Deus de cicatrizes, de feridas, de marcas, de rupturas, de perdas, de abandonos, de abrir as portas da sanidade, da divindade e da puridade para não abrir mão dos mosaicos de gente surpreendida pelas perdas da vida. Eis o contraponto de uma Graça não afeita a fazer discursos de ser encontrada, em meio as mazelas da vida, todavia, não fecha os olhos, não vira as costas, não renuncia encarar, frontalmente, tantos perdidos pelos labirintos de um mundo confuso e caótico.
Ora, vou adiante, Tomé tocar nas feridas, tem a percepção de um corpo maltratado, os efeitos de açoites e pregos, o traspassar de ofensas, de hostilidades e de todas as práticas, contumazes, das violências, das arbitrariedades, dos abusos e dos desvarios dos homens. É bem verdade, diante disso, a fé impoluta, a postura de que tudo possível – ao que crer, cai por terra, principalmente, quando os tapas da vida dói e corrói todas nossas pretensas considerações de confiança. Deveras, o Deus incrédulo de Tomé, incrédulo a uma espiritualidade insensível as dores do outro, implacável com os caídos e abalados, como se merecessem tal situação.
Sem sombra de dúvida, tristemente, há uma predominância do discurso de uma fé inabalável, capaz de romper com todas as situações e derrubar com todos os opositores, e, em contrapartida, o Tomé de sei não, leva-nos ao Deus que não foge das dores, das aflições, das indagações, dos dissabores, dos por quais motivos isso não poderia ter sido evitado, de jogar limpo e não deixar de reconhecer ressentimentos, ranços e um gosto de amargura.
Não por menos, o Deus incrédulo de Tomé nos chama para desatar as cordas, ousar e ainda acreditar na humanidade, agarra-se as mãos estendidas de um Cristo de gente, sem nenhuma pieguice, por onde suas palavras não são antídotos e respostas para tudo, mas nos ajuda a trilhar por recomeços, por nos refazermos, por nos reencontrarmos. Aliás, essas colocações importunam, em função de despir o triunfalismo de uma Cruz de marfim, o fundamentalismo radical de uma fé aversiva as lágrimas, a risos, a abraços, as tensões, as ambiguidades, aos conflitos, aos não (s) da vida. Por fim, decido por seguir esse Deus incrédulo e ser mais afeito a não cortar as cordas e ainda encontrar sentido para viver a vida.
‘’O que mais preocupa não são as pessoas más, mas as ditas pessoas boas que se omitem e conformam, diante de contínuas faces de injustiça’’.
O discípulo Tomé carrega o título de ser a referência da incredulidade, da descrença, de ser aquele que paga para ver, de só crer, caso veja. Desde minhas caminhadas, dentro do evangelho, ouso o eco de não ser como Tomé, semelhante a portar uma apostasia ou uma heresia ou uma afronta a Deus. Particularmente, esse homem desenhou sua história, com marcas de dúvidas e desconfianças, ao qual, mesmo assim, não o afastou de um encontro aberto e franco, ao qual, talvez, mais intenso, mais desafiador, mais desavergonhadamente sincero e sério com Cristo.
Sem hesitar, o discípulo reputado como cético, por muitos, nos descortina o Deus de cicatrizes, de feridas, de marcas, de rupturas, de perdas, de abandonos, de abrir as portas da sanidade, da divindade e da puridade para não abrir mão dos mosaicos de gente surpreendida pelas perdas da vida. Eis o contraponto de uma Graça não afeita a fazer discursos de ser encontrada, em meio as mazelas da vida, todavia, não fecha os olhos, não vira as costas, não renuncia encarar, frontalmente, tantos perdidos pelos labirintos de um mundo confuso e caótico.
Ora, vou adiante, Tomé tocar nas feridas, tem a percepção de um corpo maltratado, os efeitos de açoites e pregos, o traspassar de ofensas, de hostilidades e de todas as práticas, contumazes, das violências, das arbitrariedades, dos abusos e dos desvarios dos homens. É bem verdade, diante disso, a fé impoluta, a postura de que tudo possível – ao que crer, cai por terra, principalmente, quando os tapas da vida dói e corrói todas nossas pretensas considerações de confiança. Deveras, o Deus incrédulo de Tomé, incrédulo a uma espiritualidade insensível as dores do outro, implacável com os caídos e abalados, como se merecessem tal situação.
Sem sombra de dúvida, tristemente, há uma predominância do discurso de uma fé inabalável, capaz de romper com todas as situações e derrubar com todos os opositores, e, em contrapartida, o Tomé de sei não, leva-nos ao Deus que não foge das dores, das aflições, das indagações, dos dissabores, dos por quais motivos isso não poderia ter sido evitado, de jogar limpo e não deixar de reconhecer ressentimentos, ranços e um gosto de amargura.
Não por menos, o Deus incrédulo de Tomé nos chama para desatar as cordas, ousar e ainda acreditar na humanidade, agarra-se as mãos estendidas de um Cristo de gente, sem nenhuma pieguice, por onde suas palavras não são antídotos e respostas para tudo, mas nos ajuda a trilhar por recomeços, por nos refazermos, por nos reencontrarmos. Aliás, essas colocações importunam, em função de despir o triunfalismo de uma Cruz de marfim, o fundamentalismo radical de uma fé aversiva as lágrimas, a risos, a abraços, as tensões, as ambiguidades, aos conflitos, aos não (s) da vida. Por fim, decido por seguir esse Deus incrédulo e ser mais afeito a não cortar as cordas e ainda encontrar sentido para viver a vida.
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